IX Coloquio Internacional de Geocrítica

LOS PROBLEMAS DEL MUNDO ACTUAL.
SOLUCIONES Y ALTERNATIVAS DESDE LA GEOGRAFÍA
Y LAS CIENCIAS SOCIALES

Porto Alegre, 28 de mayo  - 1 de junio de 2007.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul


A VERTICALIZAÇÃO NOS LIMITES DA PRODUÇÃO DO ESPAÇO:
PARÂMETROS COMPARATIVOS ENTRE BARCELONA E BELÉM
Janete Marília Gentil Coimbra de Oliveira
Universidade Federal do Pará, Brasil
jangencom@hotmail.com


A verticalização nos limites da produção do espaço: parâmetros comparativos entre Barcelona e Belém (Resumo):       

A verticalização como um processo avançado de exploração capitalista do solo urbano tem se expandido por diversos continentes e atingido diferentes estágios de desenvolvimento. No continente europeu, a expansão da verticalização é mais contida, entretanto, em países como o Brasil, verifica-se uma explosão desse processo. Apresentamos, então, alguns parâmetros de comparação entre as duas metrópoles, Barcelona e Belém, no sentido de compreendermos como tem se produzido o espaço pela verticalização nestas cidades e discutirmos os limites desse processo, assim como, suas características e desdobramentos, guardadas, evidentemente, as devidas particularidades do processo histórico e a contextualização espacial das duas cidades.

Palavras-chave: verticalização, espaço urbano, geografía urbana, Barcelona e Belém do Pará.


The verticalization within the limits of the production of space: comparative parameters between Barcelona and Belém (Abstract):

The verticalization as an advanced process of capitalist exploration of the urban ground has expanded over some continents and reached different stages of development. In the European continent, the expansion of the verticalization is not so evident, however, in countries like Brazil it is evident and explosion of this process. Through this study we present some parameters of comparison between the two citieis, Barcelona and Belém, aiming to understand how the space through verticalization is produced in those cities, discuss the limites of this process, as well as its characteristics and development, considering, obviously, the proper peculiarity of the historic process and spacial context of the two cities. 

Key-words: verticalization, urban space,  urban geography, Barcelona (Spain) and Belém (Brazil).



A verticalização, concebida como um processo de produção do espaço, caracterizado por um estágio avançado de exploração capitalista do solo urbano (SOUZA, 1989), tem se expandido pelos continentes, especialmente o americano, atingindo diferentes estágios de desenvolvimento. No continente europeu, tradicionalmente, a expansão da verticalização é mais contida, entretanto, em países como o Brasil, verifica-se uma explosão desse processo, chegando a atingir não somente as cidades grandes, mas também, muitas cidades médias.

Apresentaremos uma discussão sobre alguns elementos comuns, que podem ser identificados no processo de verticalização das duas cidades - Barcelona e Belém -, que consideramos parâmetros comparativos das recentes tendências (a partir da década de 1990 para cá) que se reproduzem em Barcelona, no setor Diagonal Mar, do bairro Poblenou, e em Belém do Pará (a partir da década de 80), especialmente no bairro Umarizal, onde se observa um intenso processo de verticalização, atingindo níveis, que em ambos os casos, parecem indicar limites do processo de produção do espaço, através da verticalização, assim como, identificaremos as características e desdobramentos desse processo, guardadas, evidentemente, as devidas proporções do processo histórico e a contextualização espacial das duas cidades.

Assim, no caso de Barcelona, trataremos mais especificamente das transformações que vêm ocorrendo na área da frente marítima, que estão atreladas às tendências de mudanças na Área Metropolitana de Barcelona. Algumas questões centrais norteiam a discussão, como por exemplo: O que significa essa concentração de prédios altos, tão atípica para os padrões de altura de Barcelona? Existem relações dessas características com àquelas de Belém? Já sobre Belém, enfocaremos a  crescente tendência de subida extrema dos gabaritos dos prédios no bairro já citado,  só limitada pelos critérios de segurança aérea definidos pelo Ministério da Aeronáutica, que estabelece 120 metros como altura máxima, daí os espigões atingirem 40 pavimentos, acompanhados de altos padrões construtivos e estéticos, e, conseqüentemente, de altos preços. Daí surgirem questões semelhantes àquelas feitas com relação a Barcelona: Qual o significado dessa verticalização tão agressiva em Belém? É possível identificar algumas relações dessas características com àquelas de Barcelona?

O artigo está configurado em quatro partes. Na primeira parte falaremos brevemente do processo de produção do espaço de Barcelona e de sua verticalização; na segunda parte, caracterizaremos a área de Diagonal Mar e seus rascacielos; na terceira parte, abordaremos sucintamente a verticalização e a produção do espaço em  Belém e na quarta parte, trataremos  da  recente  tendência  de  subida  dos gabaritos nas áreas centrais.


A produção do espaço urbano de Barcelona e sua verticalização

Apesar de Barcelona ser considerada uma cidade mediterrânea com larga tradição urbana, grande densidade e forma compacta (BUSQUETS, 2004), não apresenta densidade de altos índices verticais, seguindo, portanto, a tradição européia. Sua privilegiada localização mediterrânea ocidental permitiu, ao longo de mais de 2.000 anos, o assédio de muitos povos, daí a complexidade de seu processo histórico expressa pelas marcas registradas na morfologia urbana e na população.

Segundo Borja (1998), se analisarmos o plano da cidade, podemos encontrar três realidades físicas urbanas bem diferenciadas:

a) A cidade antiga, que se manteve até meados do século XIX e o porto;

b) O Ensanche (ou Eixample) moderno de Cerdà que reforça a centralidade de finais do século XIX, até os anos 80 do séc. XX;

c) Os bairros que formaram a periferia até meados do século XX.

Essa classificação, entretanto, simplifica bastante os processos ocorridos na cidade e se prende em demasiado ao seu plano, assim, usaremos principalmente, Busquets (2004) e Capel (2005) para tratarmos deste ítem.

O processo de produção do espaço da cidade iniciou-se a partir da colônia romana, Barcino, que passou por três fases de amuralhamento, havendo, portanto, dois processos concomitantes de crescimento: um intramuralha, e outro, fora dela, ocorrido quando a área adquiria importância e a muralha tinha que incorporá-la e protegê-la. Entretanto, este último processo foi se efetivando lentamente, e em várias direções, à proporção que se realizava a ocupação do llano. Dessa forma, vários núcleos externos (pueblos) cresceram nos arredores de Barcelona. Com a derrubada das muralhas, em 1854, deu-se a anexação inevitável dos mesmos à Barcelona, mas foi somente em 1860, com a construção do Eixample, que seria consumada essa assimilação com o plano de ensecamento do extenso llano, permitindo a construção da malha viária no Eixample e, por conseguinte, definindo os limites da Área Metropolitana de Barcelona (AMB). Estes desdobramentos históricos estão muito bem detalhados por Busquets (Op. cit., 2004).

A Área Metropolitana de Barcelona se espraiou, a ponto de se configurar uma segunda coroa, que se estende por 650 Km, totalizando 3.300.000 habitantes, como uma verdadeira cidade de alta densidade, ao que Borja (1998) denomina de cidade-região metropolitana. Esta grande área metropolitana tem se convertido em um mercado de trabalho e de consumo, acessada facilmente pela população, através da integração dos sistemas de transporte.

A compreensão da grande expressividade urbana de Barcelona, ou seja, de sua dimensão, sua alta densidade populacional, sua primazia na rede urbana catalã e seu grande destaque na rede urbana espanhola, devem ser remontados ao processo de sua ascensão como capital da Catalunha e do Mediterrâneo ocidental, o que ocorreu paulatinamente, com seu crescimento e com a intensificação de suas atividades comerciais e concentração de poder.

Assim, verificou-se que nos finais dos anos 1950, e meados dos anos 1970, do século XX, Barcelona e seu entorno imediato tiveram sua população dobrada em termos absolutos (NEL.LO, 2002). Só Barcelona-município, corresponde a uma área de 100 Km, possuindo uma população de 1.700.000 habitantes, estabilizada desde os anos de 1950, apesar das entradas diárias de 500 novos habitantes (BORJA, 1998).

A localização do seu sítio, à beira-mar, entre os rios Llobregat e Besòs e as serras de Montjuïc (a leste) e Collserola (ao sul), definiram seus limites físicos e administrativos, e, ao mesmo tempo, contribuíram para seu acentuado adensamento, de aproximadamente 18.000 hab./Km, assim como, as atividades comerciais lhe garantiram importante papel polarizador na Catalunha, como cidade central. Entretanto, Barcelona apresentava sérios problemas de degradação, congestionamento de vias e debilidade dos equipamentos e serviços. As principais mudanças ocorreram por ocasião dos grandes eventos, como a Exposição de 1929, os Jogos Olímpicos de 1992, o Fórum Internacional de Cultura de 2004, mas sobretudo, foi na preparação para os Jogos Olímpicos, quando as principais realizações infra-estruturais foram concretizadas, especialmente no período de 1987-1992, dentre elas, a faixa litorânea que recebeu maiores investimentos para sua melhoria, desde o Port Vell ao Fórum, incluindo, a Vila Olímpica e Diagonal Mar.    

As altas densidades populacionais contribuem sobremaneira para que haja subida dos gabaritos, entretanto, segundo Capel (2005), observa-se que apesar de ter existido uma certa vontade de não promover o adensamento por parte do planejamento (apud BUSQUETS, 2004, p. 364), e no Plan General Metropolitano, de 1974 aparecia essa tendência de reduzir para seis pavimentos (o térreo mais cinco), a altura dos edifícios do Ensanche, pois nos anos anteriores os gabaritos chegaram a atingir nove ou dez andares (CAPEL, op. cit.). Mas, “puede afirmarse que en muchos casos el resultado de las intervenciones ha sido precisamente el contrario, el aumento de la densidad” (Idem, p. 79).

No final do século XVIII foi liberada a elevação dos gabaritos, pois na época não se podia construir fora da muralha que cercava a cidade e houve, então, uma progressiva elevação dos prédios na área hoje correspondente à Ciutad Vella. Processo semelhante ocorreu também na Barceloneta, no séc. XIX, quando foi permitida a elevação dos edifícios por cima dos prédios primitivos de planta baixa ou de dois pavimentos, efetivando-se, assim, uma ameaça de mudança morfológica total, que tem chegado aos dias de hoje. O mesmo processo ocorreu também no Ensanche, no séc. XX, quando foram autorizadas elevações dos gabaritos, levando ao aumento da densidade da área, contrariando o que havia planejado Cerdà (CAPEL, op. cit.).

Observa-se que não há grande preocupação com relação a uma política definida para limitar os gabaritos dos prédios na cidade, embora esta tendência seja predominante na Europa, de forma geral. Em alguns momentos se liberou a subida das construções, e em outros, se controlou, como em 1974, com o Plano Geral Metropolitano, que defendia a redução dos gabaritos. Atualmente, parece que há muitos exemplos, ainda que isolados, que demonstram uma dificuldade de conter o impulso de subida dos prédios. A explicação para estes processos de elevação, segundo Capel (2005), remete primeiramente, à obtenção de mais valia pelos proprietários, mas existem outros argumentos morfológicos apontados por historiadores, como por exemplo, a presença de um prédio mais alto, de oito pavimentos acaba provocando a subida daqueles de seu entorno.

Um dos sérios problemas que Barcelona enfrenta é o fato de que foram liberadas construções de edifícios altos até mesmo na zona portuária, na altura do bairro histórico, como o World Trade Center, o Maremagnum e o Imax. Estes prédios são monumentos de uma grande contradição, pois ao mesmo tempo em que se urbaniza e se abrem janelas para o mar no Porto Viejo e Porto Olímpico, se fecha a possibilidade de acesso à paisagem marítima, exatamente no ponto de maior destaque da cidade – na altura da Rambla Catalunya. Da década de 1990 para cá os edifícios que têm sido construídos nas proximidades do mar parecem apontar para uma tendência de subida ainda maior dos gabaritos, o que indica que os princípios que deveriam salvaguardar a lei de costas, não têm sido mantidos.  

Borja (2005) chama atenção para o fato de que, especialmente toda a operação ocorrida na área de Diagonal Mar representa uma espécie de “contra modelo”, que entra em contradição com o Modelo Barcelona, já que,

(...) la presión del sector privado conlleva la realización de enclaves, de parques temáticos, de operaciones segregadas, de destrucción del patrimonio arquitectónico (especialmente la herencia de la ciudad industrial), de deslocalización de sectores médios y bajos hacia la región metropolitana, de crecimiento de la urbanización difusa sin que corresponda a un crecimiento de la población. (p. 9). 

Daí se compreender, em parte, porque têm sido liberadas as construções de vários edifícios altos, denominados singulares, em pontos diversos, isolados na cidade, especialmente em dois pontos da avenida Diagonal. Um deles, próximo à zona universitária, onde existe um setor de comércio e serviços, e com mais intensidade ainda, no seu trecho final, no setor Diagonal Mar, onde já começa a se configurar uma concentração de prédios altos.  


Diagonal Mar e  seus rascacielos

O setor Diagonal Mar está alinhado ao mar e tem seu limite no final da avenida Diagonal, no vértice com a Rambla Prim. Esta área está incluída no bairro Poblenou, distrito de Sant Martí, limite municipal de Barcelona, pois logo ao lado está o Distrito de Sant Adriá de Besòs, membro da Área Metropolitana de Barcelona.

A Avenida Diagonal já estava prevista no plano de Ildefons Cerdà, na metade do século XIX, para ser uma importante via, com função de integração da cidade. Só que no projeto Cerdà para o Ensanche, esta avenida só chegava até a Plaza de Las Glòries Catalanes, no bairro de Glòries. O seu prolongamento deu-se muito tempo depois, em várias etapas. A primeira delas realizou-se em 1991. A segunda foi continuada em 1993, e, finalmente, o último trecho, realizou-se somente em 1999 (RICART, 2004).

A Avenida Diagonal foi planejada para formar, juntamente com a Gran Vía de Les Corts Catalanes, com a Avenida Meridiana e com as Rondas (del Litoral, de Dalt e del Guinardó), a principal trama viária de Barcelona. A compreensão do processo de transformação que vem se realizando no setor Diagonal Mar não pode se dar de forma isolada daquele que ocorreu na avenida Diagonal, que faz parte evidentemente, do processo de produção do espaço da cidade, daí termos que nos deter nesta avenida para chegarmos à área específica em questão.

O setor Diagonal Mar corresponde, na verdade, a um grande complexo, ao qual se somam os edifícios residenciais de alto padrão, os modernos e luxuosos hotéis, uma moderna galeria comercial – o Centro Comercial Diagonal Mar, além de possuir um dos mais belos e maiores parques de Barcelona - o Diagonal Mar, e um Centro Internacional de Convenções, cujo auditório é um dos maiores do sul da Europa.          

O empreendimento de Diagonal Mar só se realizou após os Jogos Olímpicos ocorridos em Barcelona em 1992, pois a área vizinha, do Front Marítim foi toda preparada para aquele evento. Posteriormente, realizar-se-ía, em 2004, o Fórum Internacional das Culturas, nas suas vizinhanças. Ainda há nas suas imediações,  a área do Projeto 22@, que implantou uma infra-estrutua lógico-informacional para atender às novas demandas tecnológicas, o que exemplifica o que Ascher (2004) chama atenção para os novos usos sociais da cidade. Assim, Diagonal Mar foi beneficiado por se localizar exatamente nas adjacências destas áreas.

A operação urbanística realizada em Poblenou foi iniciada em 1992, sendo convocadas várias equipes de arquitetos, patrocinados por uma grande empresa americana, a Hines. Esta operação foi considerada uma das maiores ocorrida em 2004, representando, simbólica e concretamente, o uso de uma das últimas reservas de solo urbanizável na área intra-urbana da cidade, especialmente por se tratar de localização que, apesar de periférica com relação à cidade, está bastante cêntrica no conjunto da área metropolitana. Inclusive, a sua proximidade do mar lhe permitiu a alocação de imóveis com projetos bastante diferenciados daqueles existentes em Barcelona.

O processo de equiparação de Diagonal Mar parece elucidar aquilo que Ascher (2004) chama atenção para os princípios do novo urbanismo, especialmente no que se refere à adaptação das cidades às novas necessidades e demandas por habitação, transporte, lazer e comércio, quando as mesmas acabam transformando os serviços públicos em serviços individualizados, como acaba acontecendo na área referida. Observamos também, que esta mesma área incorpora uma outra característica do novo urbanismo, ou seja, ela foi concebida como um lugar em função dos novos usos sociais, que considera,

 (…)   Un    número    creciente   de    infraestructuras   y   de    equipamientos entremezclan intervenciones públicas y privadas en diferentes tipos de consorcios, concesiones y subsidios combinados con servicios. Los estatutos jurídicos y prácticos de los espacios son cada vez menos homogéneos y no abarcan ya la distinción entre acceso público y privado, acceso libre y reservado, interior y exterior, infraestructura y superestructura, equipamiento y servicio. (ASCHER, 2004, p. 78).            

O grande processo de transformação que vem ocorrendo na área de Diagonal Mar tem gerado uma intensa polêmica entre arquitetos e políticos, aliás, é um dos assuntos muito abordados nos jornais da cidade. Dentre os principais aspectos que se destacam, estão a natureza da intervenção, como também, a discrepância da grande altura dos rascacielos, comparados com o restante da área e da própria cidade, o que tem incomodado não só aos arquitetos, como à população que de lá foi remanejada, à do entorno, especificamente àquela que reside no bairro da Mina.

Atualmente, Diagonal Mar apresenta cerca de vinte edifícios que ultrapassam bastante os gabaritos-padrões de Barcelona, ou seja, dos sete pavimentos, chegam a atingir 26, havendo predominância de 18 e 22. Portanto, estes rascacielos ultrapassam três vezes a altura habitual dos prédios da cidade.

Nos parece que um dos entendimentos do que ocorre nessa área, se relaciona com o fato de ela estar localizada junto à área do Fórum e do Projeto 22@, além de constituir uma das últimas reservas de solo disponível no espaço intra-urbano barcelonês, com localização tão privilegiada, próxima ao mar (en las orillas del mar) e ao Parque Diagonal Mar, como também, representa a otimização de áreas disponíveis na sua Região Metropolitana, visto a tremenda exigüidade de seu espaço intra-urbano e sua crescente demanda. Neste ponto há uma certa semelhança com o que vem ocorrendo em Belém, pois lá, os incorporadores e construtores também estão disputando as últimas parcelas e possibilidades para construir no bairro mais valorizado, em virtude da proximidade com a baía de Guajará, com a diferença de que neste caso, os gabaritos são muito mais agressivos, havendo uma tendência deles atingirem 33 pavimentos e alguns chegando a 40.

Daí, então, se compreender o esmero que do planejamento de Diagonal Mar, assim como, seu investimento, ou seja, a área foi planejada de forma a ter seus serviços setorizados. Os hotéis, por exemplo, estão localizados, em sua maioria, numa mesma quadra da Calle Provençals, entre os Passeig de Taulat e a Calle de Rando, todos próximos ao Parque Diagonal Mar e distantes cerca 200m da praia. O Parque Diagonal Mar foi projetado por Enric Miralles e ocupa uma área de 14 hectares, destacando-se por seu sinuoso desenho e características apuradas de seus elementos, como suas fontes tubulares onduladas, equipamentos de lazer para crianças e fauna lacustre exótica.  

Os edifícios mais valorizados e de mais alto padrão de Diagonal Mar estão agrupados em cinco ilhas (Illa de la Llum, Illa del Llac, Illa del Bosc, Illa del Cel e Illa del Mar), formadas por duas torres mais altas que variam de 18 a 22 pavimentos nas pontas e uma parte mais baixa, de 4 pavimentos. Algumas “ilhas” foram projetadas de tal forma que sua curvatura se volta para o interior do parque Diagonal Mar, que funciona como extensão da área de lazer destes prédios. O Illa de la Llum e Illa Del Mar são projetos de Lluis Clotet e Ignacio Paricio e destacam-se do conjunto dos outros prédios por apresentarem designs arquitetônicos mais arrojados e inovadores. Além das “ilhas” há também um conjunto residencial, o Maricel, localizado na confluência da Avenida Diagonal com a Rambla Prim, de frente para o edifício Fórum e junto ao centro comercial Diagonal Mar, ao parque.

Atualmente, o projeto Diagonal Mar está em sua última fase residencial, com a construção de outra “ilha” - o Ilha del Mar -, que terá também 3 blocos de 3, 22 e 26 andares, somando um total de 252 apartamentos projetados para possuírem 1, 2, 3 e 4 quartos e imensas sacadas.

Finalmente, em Diagonal Mar existe um total de vinte prédios altos que fogem completamente ao padrão de construção de Barcelona, como já foi referido anteriormente. É uma concentração bastante diferenciada até mesmo dos edifícios singulares, já que a sua maioria é dedicada a escritórios, o que não ocorre em Diagonal Mar. Boa parte dos edifícios apresenta gabaritos que passam de vinte pavimentos, especialmente os hotéis e os prédios localizados junto ao parque. Uma outra explicação para esta área é o fato de que a privilegiada localização dos imóveis garante aos promotores imobiliários auferirem as rendas diferencial e de monopólio. Neste caso, a localização única foi beneficiada por dois tipos de amenidades físicas: o mar e o belo Parque Diagonal Mar no seu entorno, além do Centro Comercial Diagonal Mar, que torna essa área completa através dos serviços e do lazer. Segundo Harvey (MARX apud  HARVEY, 1992, p. 189),

La  renta monopolista surge  porque es posible cobrar  un precio  monopolista que se determina exclusivamente por  la  apetencia de compra y la capacidad de pago de los compradores, independientemente  del precio determinado por el  precio general  de  producción  por el  valor de los productos.

Assim, a possibilidade de impor um preço monopolista cria para o proprietário do solo, a oportunidade de obter uma renda monopolista. No caso de Diagonal Mar, é exatamente isto que está ocorrendo, ou seja, os altos preços dos apartamentos podem ser pagos, em virtude não só da capacidade de solvência dos compradores, como também, a compra de um imóvel nesta área representa um grande e privilegiado investimento, além de exemplificar a configuração de renda diferencial, na medida em que,

La renta diferencial cobra significado en un espacio relativo que está estructurado por diferencias de capacidad productiva en diferentes emplazamientos y que está espacialmente estructurado a través de relaciones de costos de transporte. (HARVEY, 1992, p. 189).

Em Diagonal Mar, muitos elementos ilustram as diferenças de capacidade produtiva expressos, por exemplo, pelo Centro Comercial Diagonal Mar, que disponibiliza um grande número de serviços e lazer, a proximidade de estações de metrô, de linhas de ônibus e de trem elétrico (tramvia), além da própria localização, que privilegia os acessos à praia e ao parque Diagonal Mar, reforçando, assim, mais duas opções de lazer, acrescidas ainda, do usufruto que as paisagens únicas mar/ praia - parque/ lago oferecem.

As principais empresas que participam da promoção imobiliária na área são a Espais, associada à Landscape e à Diagonal Quatre. A Espais Promocions Immobiliariès comprou a área dos edifícios da Hines para efetuar o empreendimento imobiliário há cerca de sete anos. Já a Bourgeois Servicios Inmobiliarios efetua venda para terceiros proprietários, enquanto as duas primeiras estão enquadradas no grande empreendimento Diagonal Mar.  

A verticalização existente em Diagonal Mar parece indicar ou estimular a área de seu entorno para ser futuramente mais verticalizada, até porque é uma área que já apresenta tendência para isto, em virtude dos gabaritos apresentados pelos edifícios que lá se encontram. Por outro lado, alguns arquitetos barceloneses já apontam o trecho de Glòries à Rambla Prim, da Avenida Diagonal, onde se concentra importante setor terciário, como uma área atrativa para vir a ser verticalizada mais intensamente. 

Observamos também, que a verticalização existente em Diagonal Mar caracteriza-se por mesclar uso residencial com serviços, especialmente os prédios de hotéis e os andares térreos de alguns prédios, com pequenas lojas de serviços especializados, mas a maciça maioria é destinada à habitação.


A verticalização e a produção do espaço em Belém

O processo de produção do espaço urbano de Belém deu-se sempre a partir das áreas mais altas, mais valorizadas, para depois se dirigir às mais baixas. A verticalização segue também esta lógica, muito freqüente nas cidades brasileiras.

O processo de verticalização de Belém vem sendo estudado por vários autores, dentre eles, Oliveira (1992, 2005, 2006), Andrade (1995), Ferreira e Oliveira (2004), Miranda (2005), Miranda e Padinha (2005), Maia (2005, 2007) e Padinha (2005, 2007). Ocorre que, nas últimas duas décadas, novas tendências na verticalização de Belém têm se verificado, como por exemplo: 1) o aumento das densidades construídas e a elevação acentuada dos gabaritos dos edifícios, que atingiram quarenta pavimentos, configurando-se, assim, uma agressiva paisagem, vista nitidamente através de seu skyline; 2) as novas modalidades de seletividade social, caracterizadas pelos altos padrões de construção e arrojados projetos arquitetônicos; 3) a incorporação de sofisticados equipamentos de lazer na área condominial; e, 4) os altos preços dos imóveis. Parece estar se delineando, portanto, uma tendência à segregação sócio-espacial para segmentos sociais de alta classe e de alta classe média. Apresentamos aqui algumas questões: O que esses altos espigões significam para Belém? Que comparações se pode fazer com a verticalização que ocorre no setor Diagonal Mar, em Barcelona?   

A paisagem urbana de Belém é marcada fortemente pela presença da verticalidade dos edifícios, que contrasta, ao mesmo tempo, com a horizontalidade das habitações espraiada em direção à periferia.

Devem ser destacados três fatores importantes no processo de produção do espaço urbano, do qual a verticalização acentuada dos anos 80 foi apenas um desdobramento: 1) As características morfológicas adversas do sítio urbano de Belém, ou seja, suas baixas cotas altimétricas, que não ultrapassam os 15 m de altura (PENTEADO, 1968); 2) As numerosas bacias hidrográficas que entrecortam a cidade, constituídas por igarapés[1] ; 3) A concentração dos equipamentos urbanos na 1ª Légua Patrimonial[2], o que contribuiu para a valorização dos seus terrenos mais elevados, principalmente, os das áreas centrais.

A verticalização de Belém, originada na década de 40, na área central, obedeceu à lógica da produção e valorização do espaço da cidade, limitando-se, inicialmente, às áreas mais altas e valorizadas. Assim, ela surgiu na Avenida Presidente Vargas, onde uma série de condições especiais favoreceram o surgimento da verticalização: altas cotas de nível, acesso ao porto e se interligava à Estrada de Nazareth e à Estrada do Utinga por linhas de bonde que, por sua vez, tinham acesso à estação da Estrada de Ferro de Bragança. Além disto, nela estavam instalados escritórios de grandes companhias de navegação, os principais hotéis, bares, cafés e restaurantes, e, algumas casas comerciais mais requintadas de Belém. Ela era, de fato, o principal corredor econômico do novo centro comercial, por onde transcorria toda a vida social da cidade, como destaca Penteado (1968).

Na década de 50, a verticalização começou a ultrapassar o eixo central representado pela avenida Presidente Vargas e dirigiu-se, apenas pontualmente, para alguns bairros ainda na área central, como Batista Campos e Nazaré. Esta necessidade de expandir a verticalização para aqueles bairros decorreu da necessidade de expansão da malha urbana, impulsionada pelo crescimento populacional.

A partir dos anos 60, a verticalização se expandiu para outros terrenos altos, nas áreas de entorno da Avenida Presidente Vargas e das praças centrais da cidade, como a da República e a de Batista Campos.

Na década de 70, o processo de verticalização que já havia se instalado nos bairros de Nazaré e Batista Campos, se direcionou para outros bairros centrais, como Reduto e Umarizal. Nesta fase destacou-se a atuação do extinto Banco Nacional da Habitação (BNH), como agente financiador de edifícios, através do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). As economias local e regional, tinham sido, então, estimuladas pelos incentivos fiscais liberados pela também extinta Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM).

Na década de 80, os terrenos centrais tiveram seus preços inflacionados, pois, suas ofertas atingiram níveis de saturação, acentuando-se a especulação imobiliária. Agravando esta tendência, houve também neste período acentuado crescimento populacional.  Assim, a verticalização deixou de se concentrar nos bairros centrais e passou a se dirigir para os bairros do Marco e da Pedreira, fora das áreas mais centrais, que, no entanto, apresentavam cotas de nível médias, largas avenidas, alguns equipamentos urbanos e fácil acesso ao centro.

Nas últimas duas décadas, entretanto, novas tendências surgiram na verticalização de Belém, que podem ser verificadas através da elevação acentuada dos gabaritos dos edifícios, que passaram de trinta e três pavimentos, apresentando em 2004, lançamentos de prédios de 40 pavimentos, e, conseqüentemente, do aumento dos níveis de densidades construídas. Delineiam-se, também, novas modalidades de seletividade social definidas por: 1) altos padrões de qualidade de materiais de construção empregados; 2) apuramentos estético e técnico dos prédios; 3)  incorporação de novos e sofisticados equipamentos de lazer na área condominial; 4) aproveitamento das últimas áreas centrais da cidade, especialmente, nos bairros mais valorizados, mas também, nos contíguos às áreas centrais; e, evidentemente, 5) altos preços dos apartamentos; 6) disponibilidade de serviços nos prédios, como também vem ocorrendo em outras capitais brasileiras, como no caso de São Paulo.

Os prédios de apartamentos de elevados gabaritos e padrões construtivos se concentram especialmente, no Umarizal, na área central. Fica evidente que a escolha para a localização destes “espigões” está ligada ao fato de que grandes investimentos de capital, como estes, os edifícios “Village Moon e “Village Sun privilegiaram os últimos espaços disponíveis na Av. Doca de Souza Franco, que passou por intenso processo de revitalização e conseqüente valorização no bairro Umarizal, detentor dos terrenos mais valorizados e dos melhores equipamentos de serviços e de lazer.

O entendimento para a grande subida mais recente dos gabaritos, especialmente a dos últimos dez anos, está relacionado com as estratégias das construtoras e incorporadoras, de trabalhar perante os políticos, para modificar a legislação que limitava os índices de aproveitamento dos terrenos em até três vezes a sua dimensão, passando, após a legislação, de 1999 (Lei Complementar de Controle Urbanístico), da Prefeitura Municipal de Belém, que estabeleceu um índice básico de aproveitamento de quatro, podendo chegar até seis vezes o tamanho do terreno, dependendo da zona de localização do imóvel. Fica evidente que o interesse das construtoras e incorporadoras na liberação dos gabaritos está atrelado ao fato de que, quanto maior número de pavimentos construídos, maiores os lucros, ficando demonstrado o nível de especulação do capital imobiliário na cidade.   

Assim, parece estar se configurando, até mesmo pelo skyline,  pela análise de ortofotos, assim como pelo levantamento de dados, o surgimento de áreas extremamente verticalizadas, com níveis de segregação sócio-espacial, ou seja, áreas cada vez mais elitizadas e selecionadas por estarem localizadas nas proximidades dos equipamentos urbanos e com amenidades físicas proporcionadas pela baía de Guajará, reservadas a uma parcela reduzida e solvável da população, que se enclausura em torres de alto padrão de construção. Neste caso, há grande semelhança com a verticalização de Diagonal Mar.

Observa-se, também, que as repetidas campanhas publicitárias de lançamentos e vendas de apartamentos destinados, sobretudo às alta e média-alta, indicam que o mercado imobiliário local passou a investir mais neste segmento, como estratégia de comercialização de imóveis, fato atestado pela tendência de provisão de equipamentos de lazer que está se reproduzindo em Belém, já vem ocorrendo também, em outras cidades brasileiras, principalmente no caso de São Paulo, onde tem se verificado mais acentuadamente esta tendência de “encalusamento” , terminologia adotada pelos próprios incorporadores imobiliários paulistas, que se apóia em três fatores: promover praticidade, qualidade de vida e segurança. Essas inovações, misto de sofisticação e modernização desses imóveis reproduz uma tendência que se verifica em outras capitais brasileiras, como também é o caso de Diagonal Mar.


Considerações Finais

Os altos níveis de densidade populacional, a exigüidade de espaço intra-urbano, assim como, a acentuada especulação imobiliária que é praticada, principalmente pelas construtoras e incorporadoras, que tentam sempre manter a mais valia, podem explicar, em parte, as tendências mais recentes de subida dos gabaritos dos prédios em Barcelona. Podemos acrescentar, ainda, outras explicações, como: o constante processo de renovação e valorização de parcelas do espaço intra-urbano, assim como, a necessidade de Barcelona atribuir novos usos sociais a certas parcelas de seu espaço, que por ser uma cidade global, deve se adequar às constantes exigências do capitalismo.

Apenas na Avenida Diagonal verificam-se duas áreas de pouca concentração desses edifícios. São áreas de coesão comercial e de serviços, uma delas situada nas proximidades da Zona Universitária e outra, ao lado do Centre Comercial Illa Diagonal, ambas no bairro Les Corts, próximas também ao Pedralbes, bairro de alta classe. Entretanto, em Diagonal Mar há uma nítida concentração de edifícios altos,  que chegam a 26 pavimentos, fugindo completamente do padrão construtivo de Barcelona. Boa parte dos edifícios apresenta gabaritos que passam de vinte pavimentos, como o caso dos hotéis e dos prédios localizados junto ao parque Diagonal.

Esta verticalização concentrada em Diagonal Mar, com características tão específicas parece apontar para várias conclusões:

1) A preocupação dos promotores imobiliários em otimizar, ao máximo possível, o uso desta privilegiada localização, ou seja, junto ao mar, ao Parque de Diagonal Mar, ao Centro Comercial Diagonal Mar, às estações de metrô, como também, é uma forma de auferir às rendas diferencial e de monopólio e daí, se enquadrar, também, o caso do Umarizal, em Belém;  

 2) Por ser um grande complexo de equipamentos e serviços, parece ilustrar plenamente o caso de lugares especiais, aos quais Ascher (2004) refere-se aos princípios do novo urbanismo, especialmente no que concerne à adaptação das cidades às novas necessidades e demandas por habitação, transporte, lazer e comércio, quando as mesmas acabam transformando os serviços públicos em serviços individualizados;

3) A concentração de rascacielos de Diagonal Mar constitui uma área de segregação sócio-espacial de uma privilegiada classe social, solvável, que pode pagar altos preços por imóveis de alto padrão, modernos designs, com grandes sacadas e desfrutar das benesses advindas das paisagens únicas da primera línea del Mar e do Parque Diagonal Mar, sendo semelhante o caso do Umarizal;

4) O processo de transformação na área de Diagonal Mar parece estar intimamente relacionado à adequação de Barcelona a um novo uso social, enquanto cidade e área metropolitana, tendo em vista a necessidade cada vez maior de ela estar capacitada como uma cidade global; 

5) A operação urbanística de Diagonal Mar significou, simbólica e concretamente, a apropriação e o uso de uma das últimas reservas de solo disponível, na área intra-urbana já tão exígua da cidade, especialmente por se tratar de localização periférica com relação à cidade, mas, ao mesmo tempo, situada junto à área do Fórum e a do Projeto 22@, bastante cêntrica no conjunto da área metropolitana, daí a importância que a obra assumiu. No caso de Belém não ocorreu operação de monta, mas também destaca-se a apropriação das últimas reservas de solo que usa a baía de Guajará como vitrine.

6) A própria paisagem das duas áreas, tanto de Barcelona, como de Belém, denotam as marcas da agressiva verticalização, mais intensa nesta última, entretanto, mais destoante no caso de Barcelona, já que seu skyline é muito mais homogêneo que o de Belém.

Podemos concluir que as marcas da verticalização, seja em Barcelona ou em Belém, produzem uma segregação sócio-espacial constatada através dos aspectos físico-estéticos dos edifícios, ou seja, altos e sofisticados padrões de construção que revelam grande preocupação com conforto e funcionalidade no que se refere à grande dimensão e distribuição interna da planta dos apartamentos, equiparação da área condominial, com área de lazer completa, revestimento externo, grandes sacadas, assim como, os altos preços desses imóveis. Em ambos os casos verifica-se uma tendência à estandardização desse modelo de verticalização.



Referências

ASCHER, François. Los nuevos princípios del urbanismo. El fin de las ciudades no está a la orden del día. Madrid: Alianza Editorial S. A., 2004.

AJUNTAMENT DE BARCELONA. Barcelona 1979-2004. Del desenvolupament a la ciutat de qualitat. Barcelona: Ajuntament de Barcelona, 1999.

BOHIGAS, Oriol. Reconstrucció de Barcelona. Barcelona: Ediciones 62, 1985.

BORJA, Jordi. Barcelona. An urban transformation of a metropolitan city. In: Society and the reform of the state. Case study. São Paulo: Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, março 1998. Site: <http://www.planejamento.gov.br/ arquivos>, acessado em 21/04/2006.

BORJA, Jordi. “Barcelona y su urbanismo. Éxitos pasados, desafíos presentes, oportunidades futuras”. In: BORJA, Jordi y MUXÍ, Zaida. (Eds.). Urbanismo en el siglo XXI: una visión crítica. Barcelona: Ediciones UPC, 2004. p. 171-181.

BORJA, Jordi. Revolución y contrarrevolución en la ciudad global. Biblio 3W Revista Bibliográfica de Geografia y Ciencias Sociales (Serie Documental de GeoCrítica), Barcelona, Universidad de Barcelona, Vol. X, nº 578, 20 abr. 2005.

BORJA, Jordi y CASTELLS, Manuel. Local y global. La gestión de las ciudades en la era de la información. Madrid: Taurus, 1999.

BUSQUETS, Joan. Barcelona. La construcción urbanística de una ciudad compacta. Barcelona: Ediciones del Serbal (Colección La Estrella Polar, nº 43), 2004.

CARLOS, A. F.  A. A (re) produção do espaço urbano. São Paulo: EDUSP, 1994.

CAPEL, H. Agentes y estratégias de la producción del espacio urbano español. Revista de Geografia, Barcelona, 8 (1-2): 19-55, jan-dez 1974.

CAPEL, H. La morfología de las ciudades. Vol. II. Aedes facere. Técnica, cultura y clase social en la construcción de edificios. Barcelona: Ediciones del Serbal (Colección “La Estrella Polar”, nº 47), 2005a.

CAPEL, H. El modelo Barcelona: un examen crítico. Barcelona: Ediciones del Serbal, 2005b.

CARRERAS VERDAGUER, Carles. Geografía urbana de Barcelona: espai mediterrani, temps europeu. Barcelona: Oikos-Tau, 1985.

CORRÊA, R. L. O espaço urbano. São Paulo: Editora Ática, 1989 (Série Princípios).

GOTTDIENER, M. A produção social do espaço urbano. São Paulo: EDUSP, 1993.

HARVEY, David. Urbanismo y desigualdad social. 6. ed., Madrid: Siglo Veintiuno Editores, 1992.

LAGO, L. C. do. Desigualdades e segregação na metrópole: o Rio de Janeiro em tempo de crise. Rio de Janeiro: Revan/FASE, 2000.

LA VANGUARDIA. La construcción de una ciudad. La evolución urbanística de Barcelona entre 1881 y 2006. Barcelona, La Vanguardia, 2006.

LOJKINE, J. O Estado capitalista e a questão urbana. São Paulo: Martins Fontes, 1981.

MONCLÚS, Francisco J. “Barcelona’s planning strategies: from ‘Paris of the South’ to ‘Capital of West Mediterranean’, Geo Journal, 51, nº 1-2, 2000, p. 2-19.

MONCLÚS, Francisco J. El ‘modelo Barcelona’ ¿Una fórmula original? De la ‘reconstrucción a los proyectos urbanos estratégicos (1997-2004). Perspectivas Urbanas/Urban Perspectives, oct. 2003, vol. 18, nº 4, p. 399-421. Disponível no Site: <http://www.etsav.upc.es/ urbpersp>, acessado em 24/05/2006.

NEL.LO, Oriol. “A transformação de frente de mar de Barcelona. Cidade Olímpica, Diagonal Mar e Besòs”. In: FERREIRA, V. M. & INDOVINA, F. (Org.). A cidade de Expo’ 98. Lisboa: Bizâncio, 1999.

OLIVEIRA, J. M. G. C. de. Produção e apropriação do espaço urbano: a verticalização de Belém. São Paulo, 1992. Tese (Doutorado em Geografia Humana), FFLCH/ USP.

OLIVEIRA, J. M. G. C. de. Agentes e atores da verticalização na produção de espaços segregados em Belém-Pará, Brasil. Anais do VII Colóquio Internacional de Geocrítica, Universidad de Barcelona, maio 2005.

PENTEADO, A. R. Belém – Estudo de geografia urbana. Belém: Edufpa, 1968, 2 vols., (Coleção Amazônica, Série José Veríssimo).

PERNAU, Gabriel. “Josep Antoni Acebillo, el urbanista hacedor”. La entrevista. Barcelona, Metròpolis Mediterrània. Disponível no site: <http://www.bcn.es/ publicacions. bmm/ 54/cs.entrev.htm>, acessado em 21/04/2006.

PRETECEILLE, E. “Cidades globais e segmentação social”. In: RIBEIRO, L. C. Q.; JUNIOR, O. S. Globalização, fragmentação e reforma urbana. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1994, pp.65-89.

RICART, Marta. “Front marítim, la outra Vila Olímpica”. Cuaderno Central, Barcelona: Metròpolis Mediterrània. Barcelona. Disponivel no site: <http://www.bcn.es/publicacions/bmm/44/cs_qc2.htm#mar>, acessado em 21/04/2006. 

SMOLKA, M. O. Estrutura intra-urbana e segregação social no espaço: elementos para uma discussão da cidade na teoria econômica. Rio de Janeiro: IPPUR/ UFRJ, 1983.

SOMEKH, N. A (des) verticalização de São Paulo. São Paulo, 1987. Dissertação (Mestrado), FAU/USP, São Paulo.

SOUZA, M. A. A. de. A identidade da metrópole: a verticalização em São Paulo. São Paulo, 1989. Tese de Livre-Docência, FFLCH/ USP, São Paulo.

TOPALOV, C. Les promoteurs immobiliers. Paris: Mouton, 1974.

VILLAÇA, F. Espaço intra-urbano no Brasil. 2. ed., São Paulo: Studio Nobel/ FAPESP/ Lincoln Institute, 2001.    


Notas:

1 Igarapés são denominações dadas a pequenos rios, na Amazônia Brasileira.

2 A 1ª Légua Patrimonial foi demarcada oficialmente em 1703, obedecendo ao traçado de uma légua em arco de quadrante, das margens dos rios Pará em direção sul, e Guamá em direção norte (MEIRA FILHO, 1976). Segundo Cruz (1973), ela teria sido estabelecida em 1881, com extensão de 4.11 0 ha.

3 Baixadas são áreas cujas cotas não ultrapassam 4m, localizadas na maioria dos bairros da cidade. Elas são ocupadas pela população de baixa renda e apresentam grandes problemas sanitários, agravados pelo alto índice pluviométrico (3.200 mm/anuais, em média), pelas contribuições dos próprios esgotos, pelas marés e descargas das áreas altas.


Retornar a Programa de las Sesiones