Biblio 3W. Revista Bibliográfica de Geografia y Ciencias Sociales. Universidad de Barcelona, nº 31, 16 de mayo de 1997.

 

ALESSANDRI CARLOS, A. F. (org.). Os caminhos da reflexão sobre a cidade e o urbano. São Paulo: EDUSP (Editora da Universidade de São Paulo), 1994 . 390 p.

Rosali Braga Fernandes.


O livro em destaque resulta do I Simpósio Nacional de Geografia Urbana, realizado na Universidade de São Paulo (USP), no Brasil, em 1989, que teve o objetivo de repensar o urbano e a cidade através de uma avaliação crítica da produção brasileira sobre estes temas. Nele constam quatorze artigos que, além de variadas análises sobre temas relacionados à geografia urbana brasileira enfocam estudos sobre algumas cidades deste país. Há também dois depoimentos onde se destacam experiências de vida acadêmica de importantes profissionais desta área.

Ana Fani Carlos, Professora do Departamento de Geografia da USP e coordenadora da obra, é também a responsável por dois capítulos aqui editados. No Repensar a Geografia Urbana: O Balanço de um Simpósio, a autora destaca questões importantes do desenvolvimento do evento colocando-o como fundamental para o intercâmbio entre os pesquisadores da Geografia Urbana brasileira. Dentre as questões de relevância, a autora levanta, por exemplo: o papel da geografia; a cidade e o urbano, enquanto objetos da reflexão geográfica; o entendimento do urbano "enquanto processo"; a questão da territorialidade (sistema de relações que mantém uma coletividade); a apreensão do geógrafo sobre a totalidade do processo social do espaço urbano, onde surgem a questão da interdisciplinaridade (conclusão: os geógrafos - pesquisadores devem dirigir as pesquisas de geografia urbana) e a questão "metodológica"; o saber pensar o espaço como fundamental no repensar da geografia e da sua produção científica; a relação sujeito – objeto, com o geógrafo se colocando cada vez mais, como integrante ativo da realidade estudada; a grande polêmica sobre o tema das redes urbanas; e finalmente, o fato de que a geografia urbana no Brasil deve ser analisada dentro do contexto da geografia brasileira.

Já no capítulo intitulado Repensando a Geografia Urbana: uma Nova Perspectiva se Abre Ana Fani, tomando como referências teses de doutorado e algumas dissertações de mestrado defendidas no Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH/USP), na área de geografia urbana, entre 1970 - 1989, faz uma avaliação da evolução da geografia urbana brasileira levantando debates sobre esta. A autora salienta a superação da fase descritiva rumo à uma produção teórica que trata de explicar o processo de produção espacial a partir da dimensão social. Neste sentido, destaca a grande mudança ocorrida entre fins da década de 70 e a década de 80, em termos teórico-metodológicos e de categorias utilizadas para a compreensão do fenômeno urbano, na produção científica da geografia urbana brasileira, onde se observa a perspectiva de pensar o espaço urbano de forma fragmentada e como mercadoria.

O capítulo de Milton Santos é intitulado Tendências da Urbanização Brasileira no fim do Século XX e resulta da transcrição da conferência de abertura pronunciada pelo referido professor, ao qual foi dedicado o Simpósio em destaque.

Segundo o autor, a população urbana brasileira será bem superior à estimada, tanto para 1990, prevista para quase 75%, quanto para o ano 2000, prevista para cerca de 80%, considerando-se a dinâmica geográfica, o que não é feito nas prognoses demográficas. Isto aponta para uma aceleração do fenômeno de urbanização nos dois últimos decênios. Neste sentido, Santos utiliza como enfoque o espaço enquanto instância social, levando em conta as características do meio técnico-científico que tende a ser o meio geográfico e que está presente no Brasil urbano.

São aqui analisadas questões fundamentais como: o aumento contemporâneo da mobilidade das pessoas; o crescimento da população agrícola com maior rapidez que a rural; a queda da natalidade, da fertilidade, da fecundidade e da mortalidade; o aumento da população economicamente ativa; o êxodo urbano; o aumento numérico e em importância das cidades locais e a tendência das metrópoles regionais a crescerem relativamente mais que as metrópoles do Sudeste, ainda que isto não invalide a posição de comando de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, indicando uma metropolização paralela à desmetropolização; a consolidação de uma metrópole informacional; a tendência crescente à diferenciação e complexificação das cidades; e a persistência das cidades pequenas.

Santos coloca que já vivemos um novo patamar da integração territorial brasileira com uma maior espessura do sistema espacial e que passamos da urbanização da sociedade para a urbanização do território. Afirma que o futuro é feito de tendências, de vontade, ou seja políticas públicas e, depende de como nossas cidades, e o trabalho, se adaptarão ao progresso tecnológico. O autor conclui admitindo que o processo de urbanização aponta para uma evolução que, se não for interrompida, poderá ser positiva.

Recife, uma Interpretação Geográfica é como se chama o capítulo seguinte onde, Jan Bitoun aponta para a necessidade de recomposição do discurso geográfico sobre a cidade, analisando as influências do mesmo. É neste sentido que o autor faz uma revisão, dentro da idade técnico-científica, dos conceitos básicos existentes na produção geográfica sobre o Recife, dentre os quais se destacam: a paisagem urbana; a rede urbana; a construção histórica da cidade; a polarização; as relações cidade-campo no Nordeste; o processo de regionalização; o planejamento urbano; a metropolização; o subdesenvolvimento regional; as mudanças e tendências urbanísticas; a territorialidade; a relação do público e do privado; dentre outras. Para o autor, a Geografia tem o poder e a função de tornar visíveis as práticas dos atores sociais em seus territórios, objetivando reduzir dissimetrias.

O capítulo seguinte se denomina Reinventando Fortaleza: o Saber Geográfico e Outros Saberes na Interpretação da Cidade e nele, José Borzacchiello da Silva levanta a necessidade de discutir a geografia urbana brasileira dentro de uma perspectiva mais ampla das tansformações pelas quais passa a Geografia como um todo. Assim, da mesma forma que a Geografia passa por crises teórico-metodológicas, a geografia urbana, contendo as ambiguidades da ciência, tem dificuldades em firmar-se como ramo do saber geográfico. Neste sentido, o autor coloca diversas questões fundamentais sobre a geografia brasileira, principalmente a urbana e, fazendo uma ampla caracterização do que foi produzido sobre Fortaleza, aponta para a falta de formulações teóricas que a interpretem. Borzacchiello destaca contudo o fato da contribuição acadêmica recente estar colaborando para a construção do conhecimento sobre Fortaleza bem como a utilidade da militância política na busca de uma cidade mais justa.

A Cidade da Geografia no Brasil é o título do texto de Pedro de Almeida Vasconcelos. Ele expõe que em qualquer das "escolas" geográficas, a cidade, em variadas escalas, pode ser campo de análise. A partir desta constatação, Vasconcelos empreende uma ampla reflexão sobre o que foi produzido, principalmente em termos de teses e livros, em geografia urbana, desde os primórdios da geografia como disciplina acadêmica até os fins da década de 1980, considerando literatura internacional e brasileira.

Ao final da explanação o autor elabora uma sistematização por grandes blocos, assim: na geografia clássica a influência francesa era predominante e as contribuições giravam em torno do sítio e situação, da evolução e das funções urbanas, dos raios de ação e regiões de influência das cidades; na geografia teorético-quantitativa a influência passa a ser sobretudo anglo-saxônica e germânica e as principais contribuições são a classificação, a distribuição e hierarquia das cidades, os sistemas de cidades e os padrões locacionais e espaciais; na geografia crítica os autores nacionais (Milton Santos) já influenciam ao nível internacional e, em termos de contribuições temos os circuitos superior e inferior, os elementos do espaço, a divisão territorial do trabalho, a divisão social do espaço e as formações socioespaciais.

Finalizando o autor coloca que embora a produção brasileira seja considerável, atualmente precisamos produzir novos estudos sobre a cidade, elaborados inclusive com outros estudiosos, onde a história urbana pode atuar como elemento unificador.

O capítulo seguinte, intitulado Brasília: "Laboratório" de Geografia Urbana tem como autores Aldo Paviani e Ignez C.B. Ferreira. Inicialmente eles ressaltam que se ativeram à produção científica dos geógrafos da UNB, subdividindo-a em fases para facilitar a análise.

Na fase pioneira, começava a produção dos trabalhos sobre Brasília, juntamente com a implantação do Departamento de Geografia da UNB e com a produção da própria capital federal recém-inaugurada. Os debates contribuíram para melhor visualizar a problemática da urbanização brasileira e para desmistificar a nova capital como caso isolado.

A segunda fase, que registra uma ampliação nos trabalhos sobre o urbano, decorre das mudanças epistemológicas ocorridas na geografia brasileira, parte dos resultados das pesquisas anteriores e contempla estudos sobre a segregação espacial e mobilidade da população. Nos estudos regionais a produção se concentrou na urbanização e organização do espaço, nas pequenas cidades e nas alterações no meio rural.

Na terceira fase, caracterizada pela ampliação do número de pesquisadores e de orientação de trabalhos, observa-se novas experiências de colaboração com outros profissionais e a produção de muitas publicações sobre a temática urbanização-metropolização, onde são evidenciadas, dentre outras constatações, as contradições da construção de um espaço urbano como Brasília.

Com base no até então realizado, a fase atual busca acompanhar a produção do espaço urbano via atendimento à comunidade local. Neste sentido contribuem os trabalhos sobre a segregação socioespacial e as lutas populares, sobre a crise de Brasília e sobre a legislação urbana. As pesquisas em andamento analisam Brasília como centro de decisões nacionais e como marco na modernização tecnológica brasileira, repensando a problemática social urbana visando assessorar a comunidade na busca de melhores condições de vida e de uma gestão democrática do território.

Repensando a Cidade de São Paulo: o Processo Histórico da Produção Geográfica (1950-1970) é o título do texto de Amalia Inês Geraiges de Lemos, que escolhe para a análise da produção sobre esta cidade, nos moldes da geografia tradicional, as suas duas grandes obras clássicas: A cidade de São Paulo: Estudos de Geografia Urbana, organizada por Aroldo de Azevedo e A Estruturação da Grande São Paulo, de Juergen Richard Langenbuch.

A primeira, em quatro volumes, foi publicada em 1958 e é uma detalhada descrição dos grandes processos vividos pela cidade. No bojo deste trabalho se observa claramente tanto a influência da geografia francesa quanto do movimento desenvolvimentista no Brasil. A segunda, publicada em 1971, parte da metrópole como um todo, contendo uma profunda análise do processo de metropolização por épocas. Ela serviu de base para o planejamento paulista na dácada de 70.

Para a autora, a despeito da imensa riqueza de elementos ilustrativos, as produções nos moldes da geografia tradicional, faziam com que se analisasse disfarces dos problemas sociais, levando a uma interpretação reducionista da cidade.

O capítulo intitulado Estudos sobre a Cidade no Espaço Regional e Nacional: Teoria e Método, produzido por Maria Adélia Aparecida de Souza, constitui-se numa visão geral da produção geográfica brasileira, com relação à cidade no espaço regional e nacional e suas concepções metodológicas. Ele se baseia nos arquivos do Departamento de Geografia da USP e da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) - São Paulo, além de em algumas obras do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pretende, dentre todas as implicações de uma avaliação como esta, demonstrar à comunidade geográfica os problemas práticos hoje apresentados.

Nas revistas e periódicos, que constituem o grosso da produção da temática em pauta, além de uma nítida influência européia e norte americana, em termos teórico-metodológicos a maioria dos trabalhos é empírico-descritivo. Neste sentido e com base numa análise acurada, a autora constata que, apesar de constituir um enorme conhecimento empírico, a geografia urbana e regional brasileira vem padecendo de uma atrofia no que tange ao processo metodológico necessário para fazer avançar o conhecimento.

Souza salienta finalmente que, a despeito do exposto, a produção geográfica brasileira é de excelente qualidade e que vem sendo reconhecida pela comunidade geográfica internacional.

Geografia Urbana: Questões sobre sua Natureza e seu Objeto é o título do capítulo de Irlane Gonçalves de Abreu. De acordo com a autora, embora as cidades sempre tenham interessado aos geógrafos, é no fim do século passado que se inicia o que chamamos hoje de geografia urbana, coincidindo com o fato da cidade ter se tornado o centro da dinâmica espacial. Inicialmente a grandeza das cidades era atribuida à sua localização mas, a partir da década de 20, já começou a surgir a idéia de que as cidades formavam um "sistema complexo" e os estudos passaram a contemplar as relações entre espaços urbanos. Nesta sequência surge, nos anos 30, a Escola de Ecologia Humana de Chicago aí, segundo Gonçalves de Abreu, a geografia urbana se volta essencialmente para o planejamento urbano.

A partir da década de 50 a autora identifica uma outra fase caracterizada pela multiplicidade de referenciais teórico- metodológicos, para tentar explicar a complexidade urbana. Atualmente estudos variados possibilitam à geografia urbana dar respostas mais consistentes às questões urbanas enquanto que a cidade passa a ser compreendida dentro dos processos de transformação da sociedade.

O capítulo seguinte, denominado O Urbano no Boletim Gaúcho de Geografia, foi elaborado por Neiva Otero Schaffer e Dirce Maria Suertegaray. Elas colocam que, nascido em 1974 e ligado à AGB - Paraná (hoje seção Rio Grande do Sul) e ao Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o Boletim Gaúcho de Geografia (BGG) - Série Geografia é, neste gênero, o veículo de maior alcance no Estado. Grande parte das publicações no BGG é sobre o urbano e metade dela equivale à produção de um único autor, cujos textos refletem as discussões da década de 70, demonstrando coerência com o que se passava no país à época, o que não se constata nos anos 80.

Quanto aos demais trabalhos: o segundo autor mais significativo utiliza os procedimentos da geografia clássica mas também incorpora tendências de pesquisa da época, anos 70; os textos do interior do Estado sobre o urbano, elaborados no início de 80, tendem para a análise do urbano via modelo de produção; os demais estudos, ou estão relacionados à centralidade ou a padrões de distribuição, sendo que os dois últimos demonstram envolvimento com questões sociais.

Segundo as autoras, a avaliação crítica sobre os artigos urbanos no BGG indica: carência de trabalhos sobre a temática urbana; a abordagem geralmente segue as tendências da década de 70, com destaque para a questão do planejamento; existe a necessidade de buscar novos caminhos.

Beatriz Ribeiro Soares é a autora de Considerações sobre a Produção de Geografia Urbana em Minas Gerais. Ela inicia o artigo colocando que, a despeito do muito que se poderia fazer neste Estado em termos de estudos urbanos, observa-se uma escassez de publicações.

Diante de uma ampla avaliação sobre os referidos estudos, a autora considera que: os realizados entre 1940 e 60 são muito influenciados pela geografia francesa e são monografias sobre cidades mineiras; houve grande influência anglo-saxônica a partir da geografia teórico-quantitativa e uma intensificação nos estudos urbanos, que se voltaram para o planejamento; em relação à geografia crítica há poucos trabalhos de análise urbana. Se observa também que importantes temas ainda não foram tratados pelos geógrafos, o que se constitui num desafio para a compreensão presente e futura das transformaçoes sociais.

O Estudo Geográfico da Cidade no Brasil: Evolução e Avaliação foi elaborado por Maurício de Almeida Abreu, com o objetivo de contribuir à história do pensamento geográfico brasileiro. Em função da magnitude do objetivo, para limitar o universo, foram pesquisados trabalhos realizados por geógrafos brasileiros, a nível intra-urbano e que atingiram o domínio público.

Segundo o autor, embora Ratzel já tenha tratado sobre a cidade, só a partir da década de 20 ela passa a ser objeto sistemático da geografia. Partindo destas origens, e não somente para os estudos urbanos mas para toda a Geografia brasileira, Abreu faz uma explanação ampla, profunda e detalhada que evolui desde a geografia tradicional até os nossos dias, salientando: autores; trabalhos; conceitos fundamentais; tendências; divergências; influências internacionais; instituições importantes; momentos históricos e políticos; eventos de destaque em fim, todo o necessário para bem avaliar a evolução do pensamento geográfico, com destaque para o urbano.

A produção geográfica brasileira sobre as cidades tem sido rica, fecunda e tem se aberto a novas propostas. A abertura acompanhou o processo político-econômico nacional e internacional e hoje, a geografia urbana feita no Brasil apresenta alguns problemas, dentre os quais se destacam: a utilização de um "referencial teórico" marxista em estudos não marxistas; o caminho da geografia crítica que, no esforço de teorização, de busca da "essência" está perdendo a questão da "aparência"; e os estudos, que conseguem trabalhar bem o movimento do social nas estruturas teóricas, não conseguem resolver geograficamente o rebatimento disto no espaço. Neste sentido, Abreu sugere o retorno à valorização da explicação da paisagem.

O autor conclui levantando que não devemos ignorar o esforço empreendido pela geografia tradicional e neopositivista na análise da forma, pois isto resulta em retrocessos na produção do conhecimento geográfico sobre a cidade e diz ainda que já começam a surgir contribuições promissoras no sentido do resgate sugerido.

Roberto Lobato Corrêa é o autor do último cápítulo, intitulado Hinterlândias, Hierarquias e Redes: uma Avaliação da Produção Geográfica Brasileira. A bibliografia aqui considerada está nos principais periódicos nacionais, havendo também sido levantados estudos de geógrafos estrangeiros que serviram de base aos trabalhos brasileiros.

Corrêa elabora uma interessante periodização da geografia brasileira, colocando que os estudos importantes para o assunto em destaque são desenvolvidos entre 1956 e 1967. A partir daí, ele estabelece eixos de análise particular como: estudo da interlândia de uma cidade; definição e descrição das hierarquias e áreas de influência; variações na rede urbana; relações cidade -região; e repensando a rede urbana. Diante de uma ampla e profunda avaliação sobre a produção brasileira nos temas e eixos em destaque, o autor chega a conclusões positivas e negativas. Do lado positivo se destacam: o conhecimento descritivo da hierarquia urbana brasileira e das áreas de influência das cidades; variações no arranjo funcional, estrutural e espacial das redes regionais brasileiras; o conhecimento geral sobre a dinâmica de redes regionais no país; a elaboração de um quadro teórico referente aos circuitos superior e inferior da economia urbana e; o considerável acervo de técnicas absorvidas. Do lado negativo estão: pequeno grau de reflexão teórica sobre os resultados empiricamente obtidos; ausência de postura crítica em grande parte dos estudos; carência de estudos sobre relacionamento cidade e região.

Corrêa termina o texto sugerindo diversos temas para pesquisa, que certamente muito ajudarão a preencher as lacunas atualmente existentes.

No depoimento intitulado Contribuições à História da Geografia Urbana no Brasil, Pedro P. Geiger faz uma explanação sobre suas memórias, familiares e acadêmicas, destacando como as experiências relatadas contribuíram para sua formação teórico-metodológica e profissional.

No segundo depoimento, que não tem título, Lysia Bernardes narra a sua trajetória nos estudos geográficos, salientando personagens, instituições e eventos fundamentais para sua formação profissional como geógrafa e planejadora.

Finalizando a resenha, torna-se importante explicitar que os artigos presentes neste livro estão muito bem estruturados e fundamentados, possuindo, além das avaliações teórico-conceituais de cada autor, uma variada gama de citações bibliográficas sobre as quais, o leitor pode aprofundar estudos em qualquer dos temas trabalhados. As contribuições aquí existentes são muito importantes em termos individuais e, além disto, em termos gerais, retratam a produção da geografia em várias partes importantes do Brasil, dando assim, ao leitor uma visão ampla do panorama nacional, em termos da produção geográfica.

Diante do amplo conteúdo desta obra, é possível não somente avaliar a evolução da produção geográfica brasileira até o momento, como também vislumbrar os caminhos e alternativas que podemos empreender no sentido de uma produção cada vez mais dinâmica e enriquecedora.

Concluindo esta resenha torna-se válido salientar a grande contribuição trazida por esta publicação, nao somente à Geografia Urbana Brasileira mas, á Geografia de uma maneira mais ampla.


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