Biblio 3W
REVISTA BIBLIOGRÁFICA DE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES
(Serie  documental de Geo Crítica)
Universidad de Barcelona 
ISSN: 1138-9796. Depósito Legal: B. 21.742-98 
Vol. XIII, nº 784, 15 de mayo de 2008

PEREIRA FONSECA, Maria de Lourdes. Forma Urbana e Uso do Espaço Público. As transformações no centro de Uberlândia, Brasil. Tese Doutoral orientada pelo Dr. Francisco Javier Monclús, Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Vallés (Departamento de Urbanismo y Ordenación del Territorio), Universidad Politécnica de Cataluña, dezembro de 2007, 353 p.

 

Eloísa Petti Pinheiro
Universidade Federal da Bahia (UFBA), Brasil


Palavras Chave: espaço público, cidades brasileiras, urbanismo

Palabras clave: espacio público, ciudades brasileñas, urbanismo

Key words: public space, brazilian cities, urbanisme


 

A Tese que comentamos foi elaborada dentro do Programa de Doutorado em Urbanismo do Departamento de Urbanismo y Ordenación del Territorio da Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona da Universidad Politécnica de Cataluña (UPC) e orientada pelo Dr. Francisco Javier Monclús Fraga, Professor Titular do Departamento de Urbanismo y Ordenación del Território da UPC. Sua leitura e defesa se realizou no dia 5 de dezembro de 2007, na Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona da UPC, sendo participantes da banca: Dr. José Luis Oyón Bañales, Professor Catedrático de Urbanismo da UPC (Presidente); Dr. Horacio Capel Sáez, Catedrático de Geografia Humana da Universidad de Barcelona (UB); Dra. Eloísa Petti Pinheiro, Catedrática de Expressão Gráfica da Universidade Federal da Bahia (UFBA); Dr. Manuel Guardia Bassols, Professor Titular do Departamento de Composición Arquitectónica da Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Vallés (UPC); e Ferran Sagarra Trias, Professor Titular do Departamento de Urbanismo y Ordenación del Territorio da Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona (UPC). A Tese foi aprovada e qualificada com Sobresaliente cum Laude

A Tese apresentada por Maria de Lourdes Pereira Fonseca trata das transformações recentes no centro tradicional da cidade de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil. Em sua análise, a autora busca relacionar as transformações ocorridas no Centro com os novos modos de vida da sociedade de consumo o que gera uma nova forma urbana e introduz mudanças no uso do espaço público.

Em sua hipótese questiona se as atuais transformações no centro tradicional de Uberlândia, que apontam para o início de um processo de obsolescência, se devem às mudanças nas relações de consumo com a introdução de centros comerciais, locais especializados para o consumo e o trabalho. Por outro lado, também se pergunta se essas mudanças se relacionam com os novos padrões de convívio da sociedade atual que prioriza, cada vez mais, a utilização de espaços fechados em suas relações sociais. Por fim, as duas questões anteriores a levam a indagar se o conjunto dos novos espaços de convívio e as novas relações sociais produz mudanças na forma dos espaços públicos e privados.

Ao longo do desenvolvimento da Tese, a autora apresenta outros pontos importantes que levam a entender as transformações dos espaços públicos no Centro por sua baixa utilização o que se reflete em um prejuízo das atividades comerciais que ali se desenvolvem.

Estrutura da tese

Para atingir tal objetivo, a autora traça uma trajetória que parte da análise de diversos aspectos que possam influir nas mudanças que atualmente ocorrem na cidade. Uberlândia é uma cidade de porte médio no Brasil, com mais ou menos 600.000 habitantes. Localiza-se no Triângulo Mineiro, em Minas Gerais, região sudeste do Brasil. Fundada em meados do século XIX, teve seu desenvolvimento vinculado à instalação da ferrovia em 1895, que define seu crescimento e sua forma urbana. Entre 1940 e 1980, a cidade experimenta um grande crescimento, principalmente da região periférica, mas sem que o centro perca suas funções, mantendo-se ainda o setor mais privilegiado da cidade. No final da década de 1990, as transformações do centro se tornam mais fortes e os sinais de decadência começam a ser detectados.

Na introdução define seu marco teórico, em três eixos: as análises da imagem mental, da morfologia e sintática. Baseia sua análise nos autores: Kevin Lynch, para a análise da imagem mental; Aldo Rossi para a análise morfológica; e Hillier e Hanson, no que toca à análise sintática.

Dividida em 10 capítulos, o texto apresenta-se fragmentado e, muitas vezes, repetitivo, o que prejudica sua leitura e compromete a compreensão da linha de raciocínio da autora. Uma análise mais concentrada e melhor contextualizada, seja por período histórico ou por áreas, comporiam uma Tese mais sintética e com uma melhor compreensão do todo.

A dispersão do conteúdo também prejudica a proposta inicial. Ao final da análise, percebe-se que o título não corresponde ao conteúdo desenvolvido, o que leva a uma frustração por parte do leitor, que espera uma análise da forma urbana e depara-se com uma análise muito compartimentada onde a análise da forma urbana ocupa apenas um dos 10 capítulos da Tese, e mesmo assim, com um conteúdo aquém do esperado se levarmos em consideração as possibilidades de análise em função dos autores selecionados como fundamentação teórica e metodológica e do conteúdo anterior apresentado.

No final, a análise da forma urbana pelo uso do espaço público se perde dentro de todo um contexto que foge ao prometido. O capítulo 8, que deveria dar conta deste conteúdo não explora todos os dados que a autora apresenta na Tese, o que leva a não explorar o marco teórico que apresentou na Introdução. No que se refere às análises da tipologia, da imagem mental e da análise sintática, a Tese fica aquém de esperado. A autora relaciona as diversas tipologias encontradas nas praças objeto de investigação e das principais avenidas do centro, mas não oferece uma análise mais aprofundada. O mesmo acontece com a imagem mental, quando identifica os principais pontos focais, bairros, marcos visuais, costuras, caminhos e barreiras mas não vai além da confecção de um mapa. Já a análise sintática se apresenta mais detalhada, com várias interpretações e resultados gráficos em uma série de mapas e imagens. Por fim, a Tese é muito mais expositiva que analítica, mas não desmerece seu conteúdo e sua contribuição ao tema e à área.

A lacuna existente nos estudos das cidades de porte médio leva a autora a usar como parâmetro de análise as grandes cidades brasileiras, cuja diferença do contexto das transformações realizadas dificultam a comparação. Comparações são difíceis de fazer, e podem prejudicar a análise quando, como acontece muitas vezes, não se encontram realidades que sejam comparáveis. Também a generalização de processos é um risco que se assume, principalmente num país como Brasil, de dimensões continentais e contextos os mais variados possíveis. Porém, apesar de usar como exemplo o que acontece em cidades com Rio de Janeiro, Salvador, Recife ou São Paulo, a autora consegue situar a realidade de Uberlândia e matizar as comparações com os processos das demais cidades brasileiras, que passam pelas transformações analisadas em Uberlândia em outro contexto, outra realidade social e econômica e em outro período histórico.

A difícil tarefa de buscar modelos ou exemplos leva a autora a cometer alguns equívocos, principalmente quando faz paralelos com grandes cidades capitais brasileiras. Salvador caracteriza-se por ser uma cidade policêntrica, e não deveria ser usada como parâmetro uma vez que a primeira capital do Brasil já nasce com dois centros bem caracterizados – Cidade Alta, residencial, religiosa e administrativa, e Cidade Baixa, centro financeiro e econômico. Durante o século XIX, a cidade se fragmenta ainda mais, sendo uma cidade excêntrica por natureza. Na década de 1970, por decisões políticas, mais do que econômicas, três grandes equipamentos urbanos definitivamente transformam Salvador numa cidade policêntrica – o Centro Administrado da Bahia (CAB), a rodoviária e o shopping center Iguatemi.

Já no caso do Rio de Janeiro, apesar de algumas tentativas de mudança do Centro para áreas novas, a força dos seus equipamentos e sua localização fizeram com que a área central tradicional fosse renovada, requalificada e ampliada pela derrubada de morros, aterros da baía de Guanabara e dragagem de áreas alagadas, o que permitiram que o centro do Rio mantenha a mesma localização desde o século XVI, quando ocupou a área do Largo do Passo, hoje Praça 15.

Em São Paulo, o centro atual – que tem como principal via a Avenida Paulista –, surge no final do século XIX e ainda hoje mantém suas funções. Antes disso, o centro tradicional, na região do Pátio do Colégio, servia a uma pequena vila, entre o final do século XIX e a década de 1940, vai ter um desenvolvimento veloz e se transforma na maior metrópole do Brasil. E o Centro tem que assumir novas funções e ampliar sua área urbana.

Também se deve levar em consideração que os processos, seja de mudança ou de renovação do espaço central em cidades com Salvador ou Rio de Janeiro acontecem no princípio do século XX e a partir da década de 1980 – momento em que a autora identifica como o período anterior ao de degradação do centro de Uberlândia –, esses mesmos centros passam por processos de requalificação do espaço urbano completamente distintos mas com uma mesma finalidade, dar nova vida ao espaço central, ao centro tradicional.

Porém os pontos anteriormente citados, a estrutura fragmentada e o título não prejudicam o conteúdo desenvolvido pois a autora domina o tema e conhece bem a realidade estudada. É um trabalho sério e competente que vem preencher uma importante lacuna na historiografia urbana no Brasil. Estudar uma cidade de porte médio brasileira, com a importância econômica de Uberlândia, é uma importante contribuição que a autora dá aos estudos urbanos no Brasil. Outra grande contribuição da Tese de Maria de Lourdes são os planos que elaborou mapeando as transformações da cidade e todo o material gráfico que apresenta, que são de excelente qualidade.

A partir do momento em que a autora analisa especificamente a cidade de Uberlândia, explora de forma competente tanto o material gráfico que elabora como as fontes primárias que dispõe, compondo um quadro muito bem estruturado da formação da cidade e seu crescimento no século XX. Propondo-se a entender a relação entre forma urbana e o uso do espaço público, o alvo de análise da autora são as praças que compõem o centro: Clarimundo Carneiro, Tubal Vilela, Sérgio Pacheco e o novo Centro Cívico.

O Conteúdo

Partindo do entendimento das dinâmicas das áreas centrais, definindo o que considera como centro, a autora começa sua abordagem pela análise das transformações recentes ocorridas em diversas cidades no Brasil e em outros países. Entender como uma área da cidade torna-se o centro em função da sua condição de lugar privilegiado, reunindo multiplicidades de funções e caracterizando-se como espaço de vida simbólica e lúdica é fundamental para entender como e porquê esta área, em diversos lugares e múltiplas realidades, perde suas funções primordiais e passa a ser um espaço obsoleto da estrutura urbana. Esta mudança da dinâmica da cidade, cuja estrutura urbana está marcada por uma forte oposição entre centro e periferia passa a caracterizar-se por uma estrutura multinucleada e multifuncional, é a base dos câmbios analisados pela autora na cidade de Uberlândia, que começa a apresentar essas mudanças a partir dos anos 1990.

A autora busca entender como a descentralização de funções rebate-se na forma urbana e nos novos modos de vida urbanos, como comenta na página 60, "... muitas cidades brasileiras, inclusive Uberlândia, seguem a mesma tendência das cidades dos países em desenvolvimento, caminham em direção ao modelo de cidade dispersa, feita de enclaves urbanos onde as diferenças sociais parecem estar definitivamente plasmadas no espaço, com significativos impactos sobre as áreas centrais".

A chegada da ferrovia em 1895, gera um eixo de circulação entre o centro mais antigo e a estação ferroviária o que leva à expansão das atividades do Centro. É quando surge uma das praças objeto de análise da autora – Praça Clarimundo Carneiro. O aumento de população, a partir da década de 1940, pressupõe um novo crescimento do Centro e dos serviços oferecidos à população. É o momento em que a Praça Tubal Vilela, aberta em 1930, se consolida como nova opção de investimento, para o exercício das principais funções urbanas e como espaço de lazer para a população. Esta praça se implanta como novo centro comercial, religioso – aqui se encontra a Catedral –, se caracteriza como o espaço para manifestações e se considera como o CBD – Central Business District de Uberlândia.

A influência dos meios de transporte na dinâmica do Centro pode ser analisada pelos planos elaborados pela autora, onde se entende claramente como vão incorporando as novas áreas de expansão. Até a década de 1950, as linhas de ônibus urbanos se restringem ao Centro e seu entorno imediato.

A cidade passa por um desenvolvimento econômico na década de 1960, quando se consolida como cidade industrial e assume seu papel de importante pólo regional, o que e reflete numa nova ampliação do Centro. Mais tarde, em 1970, com a desativação da rede ferroviária e da estação de trens surge a proposta da criação de um novo Centro Cívico nas áreas liberadas. É o momento da implantação da Praça Sérgio Pacheco que não se consolida como Centro Cívico mas sim como uma nova área de lazer. Nesta praça se localizam a rodoviária, o Fórum, o Teatro Municipal e um parque, onde se desenvolvem atividades esportivas e de recreação infantil, além de função cultural com museus e pavilhões de exposição.

Esses três espaços urbanos proporcionam maior número de atributos com uma intensa utilização dos espaços exteriores. Ao final das análises urbanas feitas, a autora conclui pela persistência dos traçados urbanos realizados a partir dos anos 1940, mas identifica mudanças tipológicas, quando os novos edifícios assumem o modelo de arquitetura do Movimento Moderno e com o processo de verticalização da área central. O uso destes espaços está vinculado às atividades ali desenvolvidas. São áreas de grande atividade comercial e de serviços que, apesar de alterações no público alvo, não perdem a dinâmica. Com exceção da Praça Sérgio Pacheco, que em função do parque mantém uma freqüência de fim de semana, as outras praças não apresentam utilização pela noite e fim de semana.

Por fim, em 1993, se concretiza o novo espaço para o Centro Cívico e se abrem novas avenidas que se somam ao Centro mas, diferente das praças anteriores citadas que fazem parte de um sistema espacial contínuo, rompem com a estrutura urbana original, criam uma ruptura da forma urbana, fato que a análise sintática da relação dos equipamentos com os espaços abertos revela de forma clara e evidente. Apesar dos novos espaços construídos em área de fácil acesso por automóvel – shopping center, hipermercado, Centro Administrativo, Câmara Municipal e Praça Cívica –, não se articulam com o entorno, com o centro mais antigo e não dá um ordenamento à estrutura urbana e, como conseqüência, as atividades de comércio e serviços não se trasladam continuando a Praça Tubal Vilela como centro nevrálgico da cidade.

Esta nova área e os edifícios que a compõe se comportam como enclaves urbanos, dificultando a utilização dos espaços públicos e diminuindo o potencial de uso das ruas e avenidas. A área se caracteriza por abrigar edificações do tipo destaque, que perdem relação com o entorno e traz como conseqüência a perda da qualidade ambiental e a diminuição do potencial de uso dos espaços exteriores e privados. Nesta área, se verifica uma baixa utilização que a autora atribui à falta de atividades e usos, aliada a determinadas características físicas que impossibilita a utilização dos espaços exteriores. O mesmo não se verifica nas áreas mais antigas do Centro.

Já a partir da década de 1970, se nota uma ampliação da área servida pelos ônibus, chegando aos anos 2000 com quase toda a área urbanizada atendida por este meio de transporte, além da implantação do sistema integrado através da construção de cinco terminais e linhas interbairros. Este novo sistema tem a clara intenção de diminuir a passagem dos ônibus pela área central, contribuindo para sua obsolescência e abandono.

Mas não só o Centro é alvo das análises de Maria de Lourdes. É de fundamental importância entender o desenvolvimento da periferia pois, segunda a autora, este é um dos fatores que contribuem para o “abandono” do centro. Nos anos 1970, a maioria de loteamentos na periferia se faz para a classe mais baixa, através de conjuntos habitacionais promovidos pelo BNH – Banco Nacional de Habitação. Só a partir do final da década de 1990, surgem na cidade os “condomínios fechados”, direcionados para a população de classe média e alta, surgindo assim as periferias ricas. Porém, a expansão da periferia não será exclusivamente residencial. Um comércio especializado e algumas funções urbanas também se deslocam, principalmente para as regiões periféricas das classes média e alta, o que levaria uma determinada camada da população a não freqüentar mais o centro. Um dos argumentos usados pela autora para identificar a causa do desprestígio da área central por parte desta população, que cria novos espaços de convívio em locais construídos especificamente para esse fim.

Conclusão

Até a década de 1970, Uberlândia apresenta uma estrutura sócio-econômica e urbana concentrada ao redor do Centro, entre as Praças Clarimundo Carneiro e Sérgio Pacheco, tendo a Praça Tubal Vilela como polarizadora dos setores de comércio e serviços. Esse padrão se rompe com a ampliação do Centro e a criação de um novo Centro Cívico. Também o deslocamento da população de renda mais alta para a periferia se reflete na diminuição do papel do Centro como protagonista da cena urbana. O comércio e os serviços passam a se distribuir por outras áreas da cidade, não se concentrando somente na área central.

O ponto principal das mudanças ocorridas no Centro é a mudança do público alvo. Enquanto o centro se populariza, as classes média e alta se deslocam para outras direções e mudam sua forma de viver e de se relacionar socialmente, dando preferência aos espaços fechados e controlados, como os condomínios fechados, os clubes e os shopping centers. A segregação social – seja separando as áreas residenciais, as de convivência e as funcionais – não é atual no Brasil, sendo um fenômeno já detectado no século XIX, quando se questiona a forma urbana da cidade colonial. Novas cidades, surgidas no século XIX, principalmente as que são fruto da expansão cafeeira e da rede ferroviária, já trazem esse fenômeno embutido em seu plano inicial. Mas, mesmo que os espaços de sociabilidade estivessem todos no centro tradicional, não se pode dizer que as diferentes classes sociais freqüentassem os mesmos lugares. O que podemos identificar como novo, é a descentralização e a criação de áreas de comércio, de serviços e de lazer também fora do Centro direcionadas às classes de maior poder aquisitivo.

Em relação à forma urbana, as conclusões da autora levam a identificar que houve uma ruptura no padrão natural de expansão que o centro apresenta, desde a Praça Cícero Macedo (núcleo de fundação da cidade) até a Praça Sérgio Pacheco, passando pelas praças Clarimundo Carneiro e Tubal Vilela, quando se decide pela criação de uma nova área cívica situada numa região que não se conecta diretamente com o centro antigo. Essa mesma mudança, conforme atribui a autora, foi a responsável pela diminuição da dinâmica na área central.

Como conclusão, a autora descreve que o centro de Uberlândia, apesar de muitas mudanças em relação à qualidade ambiental e ao público freqüentador, ainda conserva as funções vitais que caracterizam um centro de cidade, porém apontando novas centralidades e novos espaços de consumo e residência nas áreas periféricas. Mais que mudar, o Centro cresce, absorvendo espaços ao seu redor. O Centro apresenta uma grande variedade de funções; o comércio e as atividades de prestação de serviços atraem um grande número de usuários vindos de todas as partes da cidade; e a moradia continua sendo uma atividade importante. Conclui, ao final, que não se pode afirmar que o centro de Uberlândia encontra-se num processo de decadência, pois ele ainda mantém uma certa vitalidade, mas que se observam alguns indícios do início do processo.

O tema abordado por Maria de Lourdes abre muitas possibilidades de investigação que possibilitará que a autora dê continuidade às suas pesquisas. Ao chegar ao final da Tese, muitas questões foram respondidas e outras se abrem, seja em relação ao processo de transformação do centro de Uberlândia, seja o estudo da forma urbana de outras cidades brasileiras.


©Copyright Eloísa Petti Pinheiro, 2008
© Copyright Biblio3W, 2008

Ficha bibliográfica:

PETTI, E. Pereira Fonseca, Maria de Lourdes. Forma Urbana e Uso do Espaço Público. As transformações no centro de Uberlândia, Brasil.Forma Urbana e Uso do Espaço Público. As transformações no centro de Uberlândia, Brasil. Biblio 3W, Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales, Universidad de Barcelona, Vol. XIII, nº 784, 15 de mayo de 2008. <http://www.ub.es/geocrit/b3w-784.htm>. [ISSN 1138-9796].


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