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Índice de Biblio 3W

Biblio 3W
REVISTA BIBLIOGRÁFICA DE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES

Universidad de Barcelona 
ISSN: 1138-9796. Depósito Legal: B. 21.742-98 
Vol. XVII, nº 996, 15 de octubre de 2012

[Serie  documental de Geo Crítica. Cuadernos Críticos de Geografía Humana]

 

AVALIAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO DE ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL

Marcos Junior Marini
Professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
Campus Pato Branco – Paraná – Brasil
Doutorando Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE)
marini@utfpr.edu.br

Christian Luiz da Silva
Professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
Campus Curitiba – Paraná – Brasil
Professor Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE)
Coordenador Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Governança Pública
christiansilva@utfpr.edu.br

Décio Estevão do Nascimento
Professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
Campus Curitiba – Paraná – Brasil
Professor Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE)
decio@utfpr.edu.br

Faimara do Rocio Strauhs
Professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
Campus Curitiba – Paraná – Brasil
Professora Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE)
Coordenadora Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE)
faimara@utfpr.edu.br

Recibido: 25 de junio de 2011. Devuelto para revisión: 15 de febrero de 2012. Aceptado: 15 de junio de 2012


Avaliação da contribuição de arranjos produtivos locais para o desenvolvimento local (Resumo)

A literatura apresenta muitos estudos e pesquisas sobre Arranjos Produtivos Locais (APLs), com discussões sobre o desenvolvimento local a partir de redes de pequenas e médias empresas para cooperação produtiva e competitividade. Assim, o presente artigo buscou analisar comparativamente os modelos de avaliação sobre a contribuição de APLs para o desenvolvimento local. Para o delineamento da pesquisa, a metodologia baseou-se em uma pesquisa bibliográfica, com a análise de fontes secundárias, formadas por teses coletadas em repositórios e bases de dados acadêmicas. A aplicação de um quadro conceitual no universo pesquisado possibilitou a visualização de uma diversidade de abordagens para a temática dos APLs inseridos no desenvolvimento local ou regional. A pesquisa revelou também que todos estes estudos estão relacionados a uma problemática específica, individualizada e fragmentada desta realidade.

Palavras-chave: Desenvolvimento local, arranjos produtivos locais, desenvolvimento econômico endógeno.


Evaluación de la contribución de las aglomeraciones productivas para el desarrollo local (Resumen)

La literatura contiene numerosos estudios e investigaciones sobre aglomeraciones productivas locales, con los debates sobre el desarrollo de redes locales de pequeñas y medianas empresas para la cooperación productiva y la competitividad. Por lo tanto, el presente trabajo tiene como objetivo comparar los modelos de evaluación de la contribución de los clusters para el desarrollo local. Para el diseño de la investigación, la metodología se basó en una búsqueda bibliográfica, con el análisis de fuentes secundarias, formada por las tesis recogidas en los repositorios y bases de datos académicas. La aplicación de un marco conceptual en el grupo estudiado permitió la visualización de una diversidad de enfoques a la cuestión de las agrupaciones incluidas en el desarrollo local o regional. La investigación también mostró que todos estos estudios están relacionados con un tema específico, un enfoque individualizado y fragmentado esta realidad.

Palabras clave: Desarrollo local, aglomeraciones productivas, desarrollo económico endógeno.


Evaluation of the contribution of clusters for local development (Abstract)

The literature contains many studies and research on clusters, with discussions about the development from local networks of small and medium enterprises for productive cooperation and competitiveness. Thus, this paper aims at comparing the models evaluating the contribution of clusters for local development. For the research, the methodology was based on a literature search, with analysis of secondary sources, formed by theses collected in repositories and academic databases. Applying a conceptual framework in the group studied enabled the visualization of a diversity of approaches to the issue of APLs entered in local or regional development. The survey also showed that all these studies are related to a specific issue, this individualized and fragmented reality.

Keywords: Local development, clusters, endogenous economic development.



Em diferentes dimensões, como a econômica, a social, a ambiental, a política, a institucional, a cultural e a espacial, a sociedade vêm sofrendo transformações profundas, percebidas, sobretudo, a partir de meados do século XX. Na literatura são apontados diversos fatores para estas mudanças, entre os principais, a globalização, a evolução dos recursos tecnológicos, e a reestruturação do sistema produtivo [1].

O sistema produtivo passou de um modelo fordista/taylorista, baseado na produção em massa, para um regime de especialização flexível, com a inovação representando um dos elementos mais importantes para a competitividade. Assim, “nas últimas décadas do século XX, importantes transformações ofereceram novas oportunidades e desafios para o desenvolvimento econômico mundial” [2].

Neste cenário, a concentração espacial de empresas para ações conjuntas e inovativas torna-se fundamental, originando uma reestruturação espacial da sociedade, com a ênfase passando para as forças produtivas locais. Logo, o desenvolvimento passa a ser visto como produto da capacidade endógena de seus agentes, com a valorização crescente dos aspectos territoriais.

Segundo Boisier (2004), o desenvolvimento endógeno ou local é resultado de um intenso processo de articulação dos atores locais, a partir de um projeto político coletivo que visa o desenvolvimento do território em questão. Assim, o desenvolvimento local é visto a partir do protagonismo de seus atores, como um processo socialmente construído a partir de sua organização territorial.

Esta interdependência e mobilização dos atores locais para um processo de desenvolvimento endógeno atribuiu uma importância às aglomerações produtivas locais, chamadas neste artigo de arranjos produtivos locais (APLs), como elementos indutores para o desenvolvimento local. De acordo com Suzigan (2006), as aglomerações geográficas e setoriais de empresas vêm crescentemente tornando-se objeto da implementação de políticas públicas. Adicionalmente, são encontrados diversos estudos e pesquisas na literatura, os quais tratam do desenvolvimento local a partir de redes de pequenas e médias empresas para a cooperação produtiva e a competitividade.

Porém, diante do exposto, surge inevitavelmente a questão, como avaliar efetivamente a contribuição dos arranjos produtivos locais para o desenvolvimento local ou regional? Assim, buscando avançar com estas discussões, este artigo apresenta como principal objetivo analisar comparativamente os modelos de avaliação sobre a contribuição de APLs para o desenvolvimento local, a partir de uma proposta de modelo de referência.

O artigo está estruturado em cinco seções, incluindo esta seção inicial que apresenta a sua introdução. A próxima seção trata da fundamentação teórica da pesquisa, possibilitando a formação do tecido conceitual que orientará as discussões. São discutidas as teorias e as questões referentes ao desenvolvimento territorial, bem como os conceitos e principais características dos arranjos produtivos locais. Na sequência, é apresentada uma proposta de configuração de matriz de interdependência para o contexto das discussões. A terceira seção refere-se aos aspectos metodológicos da pesquisa, com a descrição dos procedimentos técnicos que orientaram a sua execução. A seção seguinte aborda os resultados da pesquisa, com a análise e discussões da temática norteadora deste estudo. A última seção apresenta as considerações finais do artigo.

Desenvolvimento Local e Arranjo Produtivo Local

A fundamentação teórica está organizada a partir de três seções, iniciando com as teorias e questões relacionadas ao desenvolvimento local, passando pelos conceitos e principais características dos arranjos produtivos locais, e finalizando com a formação de um quadro conceitual sobre os pontos necessários na abordagem do APL para o contexto do desenvolvimento local.

Desenvolvimento Local

A partir da década de 1980, surgiram discussões e teorias sobre o processo de desenvolvimento com uma ênfase direcionada para as questões territoriais, em substituição as teorias baseadas nos pólos de crescimento industrial [3]. Diversas vertentes conceituais buscaram uma explicação com diferentes abordagens para este novo modelo de desenvolvimento, originando as chamadas Teorias do Desenvolvimento Econômico Endógeno, as quais estão sintetizadas no quadro 1.

Quadro 1- Teorias do Desenvolvimento Econômico Endógeno

Corrente Teórica

Autores

Principais características

Teoria Neo-schumpeteriana

Freeman, Dosi, Nelson e Winter, Aydalot, Maillat, entre outros.

(década 1980)

A inovação tecnológica implica no desenvolvimento econômico, considerando a importância dos spillovers (transbordamentos) de conhecimento. Surgem os Sistemas Nacionais e Locais de Inovação [4].

Distritos Industriais Italianos

Giacomo Becattini, Robert Putnam, Hubert Schmitz, entre outros.

(década 1980)

Aglomerações produtivas tradicionais de pequenas e médias empresas localizadas na chamada “Terceira Itália”. Valorização do território pelo conjunto social nele localizado [5].

Teoria da Nova Geografia Econômica (NGE)

Paul Krugman

(década 1990)

Análise econômica da estrutura espacial da economia por meio de forças centrífugas e centrípetas dos locais produtivos [6].

Teoria da Escola de Harvard

Michael Porter

(década 1990)

Teoria do Diamante. Vantagem competitiva: as concentrações geográficas de empresas (clusters) ganham importância por apresentarem vantagens competitivas locais [7].

Fonte: Adaptado de Costa (2010).

 

Como consequência destas abordagens teóricas, observa-se na literatura uma proliferação de diferentes termos usados para explicar este conceito. Boisier (2001) destaca esta polissemia para o substantivo desenvolvimento, citando alguns exemplos: desenvolvimento regional, desenvolvimento territorial, desenvolvimento endógeno, desenvolvimento local, desenvolvimento humano, desenvolvimento “baixo-acima”, entre outros.

Contudo, todo este debate apresenta algumas características comuns, e as questões territoriais constituem-se como principais norteadoras para estas discussões. Assim, torna-se necessário explicitar o conceito de território, o qual pode ser assim sintetizado: O espaço econômico socialmente construído, dotado não apenas dos recursos naturais de sua geografia física, mas também da história construída pelos homens que nele habitam, através de convenções de valores e regras, de arranjos institucionais que lhes dão expressão e formas sociais de organização da produção[8].

Corroborando com estas discussões, Boisier (2001, p. 14) afirma que “o desenvolvimento endógeno é produzido como resultado de um forte processo de articulação de atores locais e de variadas formas de capital intangível, num projeto político coletivo de desenvolvimento do território em questão”. Assim, o desenvolvimento local “é um esforço que parte da descoberta, do reconhecimento e da valorização dos ativos locais” [9].

Nesta direção, Scott (2004) ressalta que a questão chave passa ser a construção de estruturas locais que possam cumprir com ambos objetivos, sucesso econômico e justiça social. Desta forma, revela-se outra característica fundamental para o desenvolvimento local, o qual deve proporcionar além do crescimento econômico territorial, uma mudança estrutural que possibilite a equidade social e a qualidade de vida da população daquele território [10].

Albagli (2004) chama a atenção para que as práticas de desenvolvimento territorial não sejam conduzidas em uma perspectiva meramente instrumental, servindo de peça chave para a reprodução dos interesses capitalistas. Porém, considerando as teorias de desenvolvimento econômico endógeno apresentadas no quadro 1, observa-se na literatura diversos autores, como Albuquerque (1998) e Boisier (2001), que as criticam, afirmando que elas desconsideram muitos aspectos importantes do território, e são construídas a partir de um recorte fragmentado desta realidade. Em síntese, estes autores revelam que essas teorias de desenvolvimento estão inseridas numa proposta meramente instrumental, e que o território é o locus para o desenvolvimento dos interesses superiores [11].

Diante do exposto, é possível afirmar que as discussões sobre o desenvolvimento na perspectiva do território como construção social, exige a compreensão das diversas variáveis que compõem aquele espaço, tornando esta análise muito mais ampla. Albuquerque (1998) afirma que o território socialmente organizado, considera as suas características culturais, históricas e institucionais. Adicionalmente, deve-se considerar um desenho territorial baseado no protagonismo local [12].  

Corroborando com estas discussões, é necessário observar ainda que crescimento não é sinônimo de desenvolvimento, pois, igualdade, equidade e solidariedade devem estar implícitos no conceito de desenvolvimento. Nesta direção, considera-se a visão do desenvolvimento sustentável [13] como uma “abordagem fundamentada na harmonização dos objetivos sociais, ambientais e econômicos” [14].

Portanto, evidencia-se a necessidade de uma perspectiva de abordagem integrada, sistêmica e multidimensional para as discussões sobre o desenvolvimento local. Logo, as contribuições do desenvolvimento sustentável devem ser integradas a este cenário, apresentando-se como uma visão atualmente necessária ao processo de desenvolvimento. Assim, os critérios de sustentabilidade precisam ser alcançados em todas as dimensões, envolvendo: social, econômica, ambiental, espacial e cultural [15].

Ademais, observa-se que “as diversas dimensões e os múltiplos participantes envolvidos na busca pela sustentabilidade, caracterizam a complexidade deste sistema. Todos os fatores estão interligados, e os atores, interdependentes entre si” [16]. Neste contexto, torna-se importante avaliar as inter-relações das variáveis que compõe estas dimensões, buscando compreender a dinâmica do desenvolvimento, em contraste a um olhar isolado, individualizado [17].

APL: conceitos e principais características

A ênfase atribuída ao contexto local no processo de desenvolvimento conduz a necessidade de reflexão sobre o papel dos arranjos produtivos locais (APLs) inseridos neste cenário. Esta seção discute este fenômeno das aglomerações industriais, buscando explicitar suas definições, bem como suas principais características e componentes.

Os diversos estudos sobre o sucesso dos distritos industriais italianos, bem como a importância atribuída pela teoria de Porter às concentrações geográficas de empresas (clusters) para a geração de vantagens competitivas locais, conforme observado no quadro 1, fizeram com que proliferassem tentativas de replicação destes modelos em diversos países.

Assim, mesmo em tempos de globalização, a localização permanece como aspecto central para a competição [18]. Nesta direção, Suzigan (2006, p. 12) afirma que “a proximidade geográfica facilita a transmissão de novos conhecimentos caracterizados como complexos, tácitos e específicos para determinados sistemas de produção e inovação”.

Porém, a variedade de situações, com diversas aplicações e experiências para esta concentração geográfica e setorial de empresas, implica na dificuldade para caracterização e análise deste fenômeno [19]. Convém evidenciar que na literatura são encontradas diversas terminologias, como: aglomerações industriais, distritos industriais, tecnopolos, millieux innovateurs, sistemas produtivos locais, sistemas locais de produção, sistemas inovativos locais, clusters, arranjos produtivos locais.

Nestas discussões também é importante verificar que “nem sempre uma aglomeração setorial e geográfica é um cluster. A mera existência de um distrito industrial ou de uma cidade industrial (a exemplo da Cidade Industrial de Curitiba) não caracteriza estas áreas como clusters[20]. De forma geral, a promoção destes arranjos produtivos necessita da articulação dos diversos atores ou agentes locais, influenciados pelos aspectos sociais, culturais, econômicos, ambientais, espaciais, políticos, institucionais, presentes naquele território, para uma busca sinérgica da vantagem competitiva e da eficiência coletiva.

Diante do exposto e a partir das conceituações teóricas encontradas na literatura, observam-se algumas características comuns a estes arranjos produtivos, as quais podem ser assim resumidas: são aglomerações de empresas com especialidade produtiva; estão localizadas em uma concentração geográfica (espacial) e setorial; possuem vínculos entre os agentes (atores) por meio de processos interativos; buscam ganhos de eficiência coletiva a ser gerada pelas vantagens do processo aglomerativo (externalidades); são principalmente formadas por pequenas empresas; possuem instituições de apoio (agentes econômicos, sociais e políticos); realizam práticas cooperativas, as quais refletem em aprendizagem e capacidade inovativa para a competitividade.

Considerando a compilação destas principais características, é proposta a seguinte conceituação para arranjos produtivos locais:

É uma aglomeração setorial, formada predominantemente por pequenas e médias empresas organizadas em uma base territorial, as quais buscam ganhos de eficiência coletiva e competitividade, gerados tanto pelas externalidades como pelas práticas cooperativas entre os diversos agentes econômicos, sociais e políticos que constituem este ambiente produtivo.

Nesta busca pela eficiência coletiva e vantagem competitiva, o APL possibilita uma solução compartilhada de problemas, derivada de ações conjuntas, onde as experiências são utilizadas como apoio para o crescimento de todos os agentes envolvidos. Em síntese, a eficiência coletiva é decorrente tanto das externalidades [21] (economias externas locais) como das ações conjuntas dos agentes que compõe o arranjo [22].

Porém, estas práticas conjuntas dependem da cooperação e da confiança mútua existente neste processo social, gerando círculos virtuosos de acumulação de capital social. Putnam (2005, p. 177) afirma que “o capital social diz respeito à característica da organização social, como confiança, normas e sistemas, que contribuam para aumentar a eficiência da sociedade, facilitando as ações coordenadas”.

A governança local é outro aspecto importante a ser considerado neste cenário, caracterizada como o processo de coordenação das ações dos diversos atores que compõe o arranjo produtivo. Segundo Cassiolato e Szapiro (2003), governança é o estabelecimento de práticas democráticas locais por meio da intervenção e participação de diferentes categorias de atores nos processos de decisão locais.

Similarmente, “governança de um arranjo, portanto, é dada pela forma como o conjunto de instituições e atores presentes conduzem a gestão dos vários processos que se desenvolvem seja no tecido sócio-produtivo seja no tecido sócio-político” [23].

Corroborando com estas discussões, é importante observar a necessidade de participação do Estado como agente de apoio para as ações de governança local, fortalecendo o capital social e permitindo a construção de pactos territoriais. Ademais, as políticas públicas podem contribuir com os arranjos produtivos locais, na geração de externalidades locais.

Considerando a importância atribuída aos arranjos produtivos locais para o desenvolvimento local ou regional, os objetivos das ações de políticas públicas visam “melhorar as condições locais para o crescimento das empresas, incentivo a investimentos, desenvolvimento tecnológico, aumento de exportações e, sobretudo, aumento do emprego e da renda local ou regional” [24].

Matriz de Interdependência para APLs

A partir das discussões apresentadas anteriormente, é proposta uma configuração de matriz de interdependência para os arranjos produtivos locais no contexto do desenvolvimento local, a qual servirá como orientação para a abordagem metodológica utilizada neste artigo, bem como para a análise e as discussões da pesquisa. Esta proposição de matriz é apresentada na figura 1.

Inicialmente é necessário compreender que um arranjo produtivo local possui uma localização, constituída por sua base territorial. Assim, o território como construção social é representado pela composição das diversas dimensões que se relacionam com o arranjo, em uma perspectiva bidirecional, ou seja, influenciam e são influenciadas por este APL. Na sequência, identificam-se os principais componentes inseridos no universo interno do arranjo, os quais estão dispostos internamente ao retângulo com cantos arredondados (Políticas Públicas, Governança Local, entre os outros citados). Todos estes componentes se inter-relacionam para o objetivo comum, representado pela busca da eficiência coletiva (Schmitz) ou a vantagem competitiva (Porter).

Nesta composição matricial, as interações entre os diversos agentes locais tornam-se fundamentais, e as setas representam a principal ação (verbo) entre os componentes. Em síntese, esta proposta de matriz revela uma necessidade de análise composta por inúmeras variáveis e relacionamentos, numa abordagem multidimensional, sistêmica e integrada.

 

Figura 1 - Proposta de configuração de matriz para APLs.
Fonte: Elaboração Própria.

 

Metodologia da Pesquisa

A metodologia que orientou os procedimentos técnicos adotados nesta pesquisa, bem como o método de investigação, possibilita a sua classificação como uma pesquisa explicativa, baseada no método de pesquisa bibliográfica. Para a interpretação dos dados foi utilizada a análise documental, a partir de fontes secundárias coletadas em repositórios e bases de dados acadêmicas disponíveis no ambiente web. Assim, a pesquisa apresenta uma análise qualitativa, a partir de uma reflexão do objetivo da pesquisa junto ao material coletado.

Para atender ao seu principal objetivo, referente à análise comparativa dos modelos de avaliação sobre a contribuição de APLs para o desenvolvimento local, a coleta de dados foi delineada com um recorte metodológico que possibilitasse uma amostra representativa para o universo investigado. Desta forma, optou-se pela utilização de referencial teórico publicado com base nos estudos desenvolvidos na área dentro das principais bases de dados brasileiras, utilizando-se como objeto de investigação, especificamente as teses publicadas nos últimos seis anos, representando o espaço temporal (2006-2011).

Diante do exposto, convém apresentar as bases de dados utilizadas para a coleta de dados desta pesquisa: Biblioteca Brasileira de Teses e Dissertações (Catálogo Nacional); Biblioteca Nacional Digital Brasil; Domínio Público (Ministério da Educação do Brasil); Unibibliweb (Bibliotecas integradas: UNESP/USP/ UNICAMP); Biblioteca Digital USP (teses/dissertações); Sistema de Publicação de Teses e Dissertações Universidade de Brasília (UnB); Base de dados Minerva - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Biblioteca Digital da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O procedimento de coleta de dados nestes repositórios digitais baseou-se em um filtro por meio de palavras-chave, utilizando os mecanismos de busca avançada disponibilizados nestes sites de pesquisa. Considerando a diversidade de aplicações e experiências que envolvem o principal objeto de investigação desta pesquisa, os arranjos produtivos locais, como mencionado anteriormente, foi necessária a utilização de vários termos para a realização da coleta de dados.

Assim, em cada repositório foram realizadas diversas buscas, utilizando-se também das possíveis variações no formato singular/plural, para as seguintes terminologias: arranjos produtivos locais, APLs, cluster, sistemas produtivos locais, sistemas locais de produção, aglomerações industriais, aglomerados industriais, distritos industriais, tecnopólos, pólos tecnológicos.

Contudo, a polissemia na utilização destes termos, gerou ainda a necessidade de uma leitura rápida dos resumos disponibilizados para cada item retornado pelos instrumentos de busca, conduzindo a um filtro individual com relação à proximidade do item (tese encontrada) e a temática em discussão nesta pesquisa.

A partir da coleta destas fontes secundárias [25], foi possível elaborar um quadro contendo o eixo central de análise de cada tese selecionada, bem como o respectivo cálculo do percentual de ocorrência para cada uma destas temáticas. O quadro 2 apresenta estes resultados.

Quadro 2 – Percentual de teses encontradas por eixo central de análise

Eixo central de análise

Ocorrência

(%)

1. Políticas públicas para APLs.

13,3%

2. Governança local em APLs.

8,9%

3. Capital social em APLs.

2,2%

4. Ações conjuntas, externalidades, eficiência coletiva, vantagem competitiva obtida com arranjos produtivos locais.

4,4%

5. Conhecimento, aprendizagem e inovação em APLS.

17,8%

6. Gestão e desempenho de APLs.

6,7%

7.  Estudos específicos  setoriais  (análise  de  uma atividade econômica desenvolvida em um arranjo produtivo local).

37,8%

8.  Estudos de análise teórica: contribuição do APL para o desenvolvimento local ou regional.

6,7%

9. Metodologias de avaliação do APL para o desenvolvimento local ou regional.

2,2%

Fonte: Elaboração Própria.

 

Em continuidade, foi realizada uma compilação deste conjunto de teses encontradas nas bases de dados acadêmicas, objetivando identificar a representatividade das instituições de ensino e respectivos departamentos acadêmicos nestes estudos, bem como em cada um dos nove eixos de análise. Assim, foi elaborado o quadro 3, apresentado a seguir.

Quadro 3 – Representatividade das Instituições de Ensino nas teses encontradas

Instituição de Ensino

Departamento(s) na Instituição

Teses

Eixo Central de Análise

Nro

%

FGV

Fundação Getúlio Vargas

Escola de Administração de Empresas (sede São Paulo)

1

2,2%

7

UFBA

Universidade Federal da Bahia

Escola de Administração (Núcleo de Pós-Graduação em Administração)

3

6,7%

1, 5, 7

UFMG

Universidade Federal de Minas Gerais

Escola de Ciência da Informação (Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação)

2

4,4%

5, 7

UFRGS

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Programa de Pós-Graduação em Economia; Programa de Pós-Graduação em Administração; Programa de Pós-Graduação em Agronegócios; Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural

7

15,6%

3, 5, 7, 7, 7, 7, 8

UFRJ

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano Regional; Instituto de Economia; Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção

6

13,3%

1, 7, 7, 7, 8, 8

UFSC

Universidade Federal de Santa Catarina

Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção

5

11,1%

2, 4, 5, 7, 7

UFSCar

Universidade Federal de São Carlos

Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais

1

2,2%

7

UFV

Universidade Federal de Viçosa

Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada

1

2,2%

7

UNESP

Universidade Estadual Paulista

Instituto de Geociências e Ciências Exatas

1

2,2%

2

UNICAMP

Universidade Estadual de Campinas

Instituto de Economia; Instituto de Geociências; Programa de Pós-Graduação em Política Científica e Tecnológica

5

11,1%

1, 1, 1, 7, 7

UNIP

Universidade Paulista

Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção

1

2,2%

4

USP

Universidade de São Paulo

Escola de Engenharia (USP São Carlos); Programa de Pós-Graduação em Administração; Escola Politécnica (Departamento de Engenharia de Produção); Escola de Comunicação e Artes (ECA USP)

12

26,8%

1, 2, 2, 5, 5, 5, 5, 6, 6, 6, 7, 9

Fonte: Elaboração Própria.

 

A partir deste quadro, é possível observar que estes estudos foram realizados em doze instituições que oferecem curso de doutoramento nas áreas afins desta temática. Nesta amostra, cinco universidades destacaram-se, com representatividade individual superior a 10% das teses encontradas: Universidade de São Paulo (26,8%), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (15,6%), Universidade Federal do Rio de Janeiro (13,3%), Universidade Federal de Santa Catarina (11,1%) e a Universidade Estadual de Campinas (11,1%). Logo, estas cinco instituições totalizaram 77,9% da amostra pesquisada.

Com base nestes dois quadros (quadro 2 e quadro 3), encaminha-se para a próxima seção, com a definição dos critérios para a seleção das respectivas teses a serem analisadas, bem como a análise e a discussão dos resultados encontrados.

Resultados da pesquisa: análise e discussões

A análise dos resultados, compilados a partir do quadro 2, demonstra a diversidade de abordagens encontradas nas teses, com um agrupamento representado por nove eixos principais, destacando-se os estudos específicos setoriais sobre uma determinada atividade econômica desenvolvida em um dado arranjo produtivo local. É importante salientar que estes estudos apresentam um panorama específico, individualizado e fragmentado, considerando as discussões sobre as contribuições dos APLs para o desenvolvimento local. Adicionalmente, ressalta-se que não foi encontrada nenhuma tese com uma abordagem integrada e sistêmica, como foi discutido na proposta de uma matriz de interdependência apresentada na figura 1.

Mesmo assim, baseando-se nos principais componentes de um APL situado no contexto do desenvolvimento local, conforme a proposta de matriz de interdependência apresentada anteriormente (figura 1), optou-se pela análise comparativa de uma tese para cada um dos nove eixos apresentados no quadro 2, em consonância com o principal objetivo proposto para esta pesquisa.

Como encaminhamento para a seleção de uma tese a ser analisada para cada eixo, observou-se como critério inicial, a representatividade das instituições de ensino nesta amostra, a qual foi apresentada anteriormente no quadro 3. Assim, foram consideradas as cinco principais instituições (USP, UFRGS, UFRJ, UFSC, UNICAMP), representando 77,9% do total das teses encontradas. Desta forma, foram pré-selecionadas as teses pertencentes a estas cinco instituições em cada um dos eixos de análise.

Como critério seguinte, buscou-se a priorização da instituição mais representativa para cada eixo, bem como a seleção da tese que mais se aproxima da temática em discussão, respeitando-se também o número de teses (quota) a ser analisada por instituição. O quadro 4 apresenta a distribuição do número de teses selecionadas por instituição de ensino, bem com os respectivos eixos.

Quadro 4 – Distribuição das teses selecionadas por instituição de ensino

Instituição

de Ensino

Representatividade

(% amostra)

Nro. de teses selecionadas

Eixos             (teses selecionadas)

USP

26,8%

3

2, 6, 9

UFRGS

15,6%

2

3, 5

UFRJ

13,3%

2

1, 8

UFSC

11,1%

1

4

UNICAMP

11,1%

1

7

Fonte: Elaboração Própria.

Diante do exposto, evidencia-se a representatividade da análise a ser conduzida nesta pesquisa, com um escopo formado por nove teses selecionadas em tradicionais instituições públicas de ensino no Brasil. Nesta direção, o quadro 5 apresenta um resumo contendo as nove teses que foram selecionadas para a análise e as discussões neste trabalho.

Quadro 5 - Teses selecionadas para a análise e discussões

Eixo Central

Título da Tese

Autor (a)

da Tese

Ano da Defesa

Instituição

de Ensino

1. Políticas públicas para APLs

Arranjos Produtivos Locais no Brasil pós-1990: práxis polissêmicas e desenvolvimento.

Samuel Cruz dos Santos

2009

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

2. Governança local em APLs

Governança e inovação tecnológica em APLs: um estudo de caso no APL calçadista de Birigüi (SP) - (Anos 1990-2000)

Carlos Alberto Graça

2007

Universidade de São Paulo (USP)

3. Capital social em APLs

Arranjos Produtivos Locais e Capital Social no Vale do Jaguari/RS.

Rogério Luis Reolon Anése

2009

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

4. Ações conjuntas, externalidades,  eficiência coletiva, vantagem competitiva obtida com arranjos produtivos locais

Modelo de Observatório para Arranjos Produtivos Locais

Dorzeli Salete Trzeciak

2009

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

5. Conhecimento, aprendizagem e inovação em APLS

A criação de conhecimento em clusters industriais

Dalton Chaves Vilela Junior

2010

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

6. Gestão e desempenho de APLs

Proposta de um sistema de medição de desempenho para clusters industriais de pequenas e médias empresas.

Edwin Vladimir Cardoza Galdámez

2007

Universidade de São Paulo (USP)

7. Estudos específicos setoriais (análise de  uma atividade econômica desenvolvida em um arranjo produtivo local)

Os arranjos produtivos locais como alternativa de política mineral para o segmento exportador de rochas ornamentais na Bahia.

Alexandre José Alves da Silva

2006

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

8. Estudos de análise teórica: contribuição do APL para o desenvolvimento local ou regional

Formação, desenvolvimento e estruturação de Arranjos Produtivos Locais da indústria tradicional do Estado de Minas Gerais.

Fabrício Molica de Mendonça

2008

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

9. Metodologias de avaliação do APL para o desenvolvimento local ou regional

Turismo e Desenvolvimento Regional: modelo APL Tur aplicado à região das hortências (Rio Grande do Sul -  Brasil).

Edegar Luis Tomazzoni

2007

Universidade de São Paulo (USP)

Fonte: Elaboração Própria.

 

A partir deste quadro, na sequência será apresentada uma breve descrição de cada tese selecionada, incluindo seu objetivo principal, universo de análise e metodologia usada, bem como as principais discussões e resultados encontrados. Adicionalmente, é analisada a abordagem adotada pela tese no contexto dos arranjos produtivos locais e o desenvolvimento local ou regional.

A tese que aborda as políticas públicas para APLs, Santos (2009), objetivou examinar os resultados das políticas de desenvolvimento local, especificamente as políticas industriais de desenvolvimento local ancoradas em arranjos produtivos locais. Assim, esta tese propôs como universo de análise, quatro arranjos produtivos locais: Nova Friburgo (RJ), Tobias Barreto (SE), Campina Grande (PB), Paragominas (PA), os quais participaram do projeto PROMOS/SEBRAE/BID [26].

Esta pesquisa foi desenvolvida a partir da análise de indicadores econômicos e sociais nas respectivas regiões destes APLs. O autor ressalta que mesmo esses arranjos considerados como um dos possíveis caminhos para o desenvolvimento local, a atual lógica de uso dos APLs como elemento-chave para a redução de desigualdades regionais no Brasil, não está resultando em impactos significativos, e ainda implicando em práticas polissêmicas.

Tem-se como principal resultado desta investigação, que a história sócio-econômica é pré-condição para o estabelecimento de qualquer projeto neste contexto, e a concepção de projetos por organismos multilaterais de fomento, acabam servindo à manutenção do status quo e a valorização do capital, numa lógica de fragmentação territorial [27].

Com relação à análise e abordagem proposta, observa-se nesta primeira tese que mesmo enfatizando a necessidade de considerar os aspectos locais para as políticas públicas de desenvolvimento, principalmente as tradições históricas locais, e o autor adotando uma postura reflexiva e crítica sobre os projetos que buscam “replicar” experiências internacionais, esta tese não aborda as diversas dimensões necessárias ao contexto dos arranjos produtivos locais e o desenvolvimento local, fixando-se prioritariamente nos indicadores econômicos e sociais. A tese também não aborda a necessidade de uma visão integrada, com a inter-relação dos diversos elementos que compõe este espaço territorial.

A segunda tese a ser analisada, Graça (2007), está situada nas discussões sobre a governança local no contexto dos APLs, objetivando abordar especificamente o conjunto das relações entre a governança (G) e a inovação tecnológica (T) realizada nas empresas (A) pertencentes a um APL. Como encaminhamento metodológico, o autor propôs um modelo para avaliar o conjunto destas relações G-T-A, com a verificação empírica a partir de um estudo de caso realizado junto a empresas e lideranças do APL calçadista de Birigüi, no Estado de São Paulo, ao longo dos anos 1990.

Segundo Graça (2007), a análise das relações G-T-A, possibilitou a identificação dos fatores que influenciaram a inovação tecnológica nestas empresas. Nesta direção, a tese revelou que o mercado, a empresa líder e o poder do comprador formaram as estruturas de governança predominantes quanto à difusão tecnológica neste APL no período em análise.

Como principal resultado desta investigação, é apontado que a inovação tecnológica (T) desenvolvida nas empresas pertencentes ao APL ocorreu a partir de fatores de influência (FI), os quais estão representados pelas formas que as estruturas de governança (EG) se manifestam [28].

Diante do exposto, observa-se que esta tese discute especificamente as diversas formas de governança para um arranjo produtivo local e os possíveis fatores de influência para o processo de inovação tecnológica nestas empresas. Contudo, não aborda a importância das dimensões territoriais neste contexto, como as condições culturais, políticas ou espaciais, incluindo o capital social, as externalidades e as políticas públicas que possam influenciar nas condições de aprendizagem e inovação neste ambiente. Ademais, aborda superficialmente a importância das ações conjuntas para as práticas cooperativas, incluindo ações para a inovação tecnológica.

A próxima tese, Anése (2009), destaca o capital social como estratégia competitiva para as empresas. O autor buscou identificar a importância das condições sociais para o desempenho econômico dos setores industriais. Como encaminhamento metodológico, foi desenvolvido um estudo de caso nos municípios do Vale do Jaguari (RS), a partir do questionário integrado para medir o índice de capital social (QI-MCS), desenvolvido pelo Banco Mundial.

Como resultado das discussões, é destacado que o capital social pode desempenhar um importante papel na construção de um entorno inovador para as empresas, permitindo o aprendizado interativo e contribuindo assim para a competitividade global [29]. Similarmente à tese anterior, esta se caracteriza por um estudo específico, pontual e restrito, implicando basicamente no estudo isolado de um dos componentes de um arranjo produtivo local, com discussões apenas amparadas por aspectos econômicos e sociais.

A quarta tese, Trzeciak (2009), trata da importância da informação como fator de vantagem competitiva para um arranjo produtivo local, possibilitada a partir das ações conjuntas e sinergias entre as diversas instituições em busca da ampliação das condições locais. Nesta direção, a pesquisa objetiva desenvolver um modelo de observatório para APLs, compreendido como um mecanismo de coleta, tratamento e disseminação de informações estratégicas, auxiliando nos processos de tomada de decisão e na criação de condições para a inteligência competitiva [30].

Com relação aos aspectos metodológicos, caracteriza-se como uma pesquisa aplicada com abordagem qualitativa, utilizando o método de pesquisa-ação, com a aplicação do modelo de observatório no arranjo produtivo local de Tecnologia de Informação e Comunicação de Santa Catarina (APLTIC-SC). Segundo Trzeciak (2009), os resultados mostram que os observatórios são positivos para o APL, pois ampliam o escopo de informações, auxiliando na definição de estratégias e no planejamento de seu desenvolvimento, e assim, na região em que o APL está inserido.

Analisando a abordagem adotada nesta tese, observa-se que a principal preocupação é a vantagem competitiva obtida a partir das ações conjuntas para a geração e a disseminação de informações entre as instituições participantes do APL. O modelo conceitual busca especificamente a estruturação de informações para gestão e planejamento estratégico do APL, porém, desconsidera elementos da sua base territorial (figura 1), os quais também influenciam na eficiência coletiva e no seu desenvolvimento. Ademais, apesar de o autor mencionar a importância dos aspectos territoriais para um APL, apenas utiliza esta referência para a caracterização inicial do arranjo produtivo. Assim, o modelo não vincula o APL à dimensão espacial, e apenas menciona brevemente que o desenvolvimento do APL poderá contribuir com o desenvolvimento da sua região.

A tese seguinte, Vilela Junior (2010), situa-se na temática criação de conhecimento em clusters (CCC), incluindo as diferentes dimensões do conhecimento (tecnológica, gerencial, relacional e estratégica). Assim, a pesquisa objetiva analisar os elementos envolvidos na CCC a partir de um quadro referencial.  É importante ressaltar que conforme foi mencionado anteriormente, na literatura são encontradas diversas terminologias para a concentração espacial de empresas, e especificamente nesta tese analisada, o autor utiliza o termo cluster industrial, mencionando a sua equivalência ao termo APL na fundamentação teórica da tese.

Como encaminhamento metodológico, foram realizados quatro estudos de caso, envolvendo os seguintes clusters: desenvolvimento de software em Manaus (AM), biotecnologia na região de Marseille (França – Bioméditerranée), móveis na região de Bento Gonçalves (RS), moda da serra gaúcha na região de Caxias do Sul (RS).

Segundo Vilela Junior (2010), a pesquisa possibilitou identificar os principais elementos envolvidos na CCC para a composição de um quadro referencial, incluindo os seguintes fatores que influenciam a criação de conhecimento em clusters: setor industrial, estágio de desenvolvimento do cluster; ações da governança; composição dos membros que formam o cluster; envolvimento dos membros; spillovers [31] e capacidade absortiva [32].

A partir das discussões apresentadas nesta tese, observa-se que a temática é complexa, e o autor busca abordar o conjunto de elementos envolvidos neste processo. Entretanto, mesmo reconhecendo a importância do conhecimento relacional, não trata especificamente do capital social neste contexto, apenas relaciona os níveis de confiança com a participação em ações conjuntas. Similarmente, discute a importância do pessoal especializado e do nível tecnológico dos clusters, porém, não aborda profundamente a questão das externalidades locais. Nesta direção, observa-se que a análise não busca uma maior vinculação das discussões com as dimensões territoriais existentes na região de cada cluster analisado, bem como a contribuição destas práticas (CCC) para o desenvolvimento local.

A sexta tese analisada, (Galdámez, 2007), aborda as discussões sobre gestão e desempenho de aglomerações industriais. Como na tese anterior, apesar de mencionar o termo APL, o autor optou pelas terminologias cluster e sistema de produção local. O objetivo principal desta tese foi desenvolver e implantar uma proposta de sistema de medição de desempenho para clusters industriais de pequenas e médias empresas, com uma abordagem metodológica a partir de uma pesquisa-ação no cluster de Ibitinga, e a elaboração de um sistema de medição de desempenho para o cluster de Jáu, ambos no Estado de São Paulo.

Como principais resultados, o autor defende que a aplicação do sistema de medição de desempenho para clusters industriais demonstrou que pode ajudar a promover a inovação contínua do cluster e a maturidade do processo de gestão dessas empresas, fortalecendo o processo de tomada de decisão [33].

A análise desta proposta revela que apesar do autor considerar alguns componentes existentes em um APL (capital social, ações conjuntas e eficiência coletiva), e também incluir em sua discussão a importância da sustentabilidade (econômica, social e ambiental), utiliza poucos indicadores destes elementos em sua análise, e ainda, trata em uma abordagem individual e fragmentada. De modo geral, a proposta está centrada na questão da produtividade e qualidade para o crescimento competitivo do cluster, ressaltando indicadores de desempenho econômicos (preço médio de vendas dos produtos, valor adicionado pelas pessoas ocupadas, custo total da empresa, lucratividade, entre outros).

A próxima tese, Alves da Silva (2006), é um estudo específico de uma atividade econômica organizada em um arranjo produtivo local. Nesta direção, o trabalho objetiva apontar caminhos para a inserção dos produtos baianos de rochas processadas (ornamentais) nos mercados interno e externo. Como encaminhamento metodológico, o autor desenvolveu um estudo empírico nas serrarias de mármore bege de Jacobina e Ourolândia, e nas produtoras de chapas e ladrilhos de granito em Salvador, Feira de Santana e Teixeira de Freitas, no Estado da Bahia.

Como principal contribuição desta tese, o autor indica a elaboração de uma síntese com pontos a serem considerados na formulação de uma política estadual de estímulo à indústria de rochas ornamentais, bem como mecanismos complementares para políticas públicas de fomento para este setor, buscando reverter o quadro de diminuição da participação da Bahia nas exportações brasileiras deste setor [34].

Em relação às discussões desta última tese e a proposta de referência apresentada (figura 1), é importante observar que apesar de o autor utilizar alguns indicadores econômicos, sociais e ambientais em sua análise, discute isoladamente cada um deles, e em nenhum momento refere-se ao termo desenvolvimento sustentável. De modo geral, a tese aborda pontualmente as condições locais, pontos fortes e fracos do setor, especificamente para aquela região.

Adicionalmente, torna-se importante observar que o autor considera a forte vinculação da atividade econômica de mineração com as questões locais, porém, aborda muito rapidamente as relações de cooperação entre as empresas e os demais agentes, desconsiderando a importância de componentes como capital social, ações conjuntas e governança local para o desenvolvimento do arranjo produtivo. Ademais, mesmo apresentando elementos para auxiliar na elaboração de políticas públicas, não explora a capacidade dos indicadores territoriais (dimensões da figura 1), os quais poderiam explicitar a contribuição da atividade econômica (APL) para o desenvolvimento local.

A oitava tese a ser analisada, Mendonça (2008), compreende um estudo teórico sobre a formação, desenvolvimento e estruturação de arranjos produtivos locais em Minas Gerais. Esta tese objetivou analisar quatro arranjos produtivos locais para buscar a identificação de uma trajetória empresarial e territorial. O estudo foi realizado em quatro APLs industriais mineiros: APL do Pólo Moveleiro de Ubá, APL da Indústria de Móveis de Carmo do Cajuru, APL da Indústria de Confecção de Muriaé, e o APL da Indústria do Vestuário de São João Nepomuceno.

Segundo Mendonça (2008), a pesquisa possibilitou identificar um modelo de trajetória territorial para os APLs estudados, porém, cada APL possui características específicas. O autor complementa ressaltando que estes arranjos não surgiram de políticas públicas, mas de uma estruturação territorial por meio de fontes endógenas e auto-organizativas. Assim, a evolução histórica, a organização institucional, o contexto social e cultural, além da estrutura produtiva, geraram condições diferentes em cada um destes territórios [35].

Diante do exposto, observa-se que esta tese busca vincular o desenvolvimento dos arranjos produtivos locais com a respectiva estruturação espacial onde estes APLs estão inseridos. Porém, o estudo está focado apenas nos diversos tipos de externalidades geradas, como: marshallianas (infra-estrutura, mão-de-obra, matéria-prima); schumpeterianas (aprendizagem e inovação); transacionais (interação entre as empresas para diminuir custos de transação); condicionantes institucionais locais (interação social e laços de confiança mútua). A partir destas externalidades, o autor sugere políticas e ações específicas para cada um destes arranjos produtivos. Logo, a tese não aborda o conjunto territorial como um sistema complexo e integrado, apenas analisa possíveis vantagens competitivas oriundas das externalidades geradas.

A última tese selecionada, Tomazzoni (2007), apresenta um modelo para verificar a relação entre um APL específico, Turismo, e as suas possibilidades para o desenvolvimento regional. Nesta direção, o autor cria o modelo chamado APL Tur, com variáveis específicas e vinculadas às características do turismo, o qual está estruturado em três dimensões: econômica, cultural e organizacional (gestão). Para a validação desta proposta, o modelo foi aplicado na região turística das Hortências, no Rio Grande do Sul. Segundo Tomazzoni (2007), os indicadores destas três dimensões permitiram verificar que o turismo contribui para o desenvolvimento regional, proporcionando o ingresso, produção e distribuição de riqueza.

Com relação a este modelo, é importante observar que o mesmo reúne indicadores de diferentes dimensões, como exemplo, indicadores espaciais (número de municípios e extensão territorial), indicadores sociais (população e expectativa de vida), indicadores ambientais (parques, áreas verdes, resíduos), agrupando todos na dimensão chamada de econômica. Para a dimensão organizacional, são propostos alguns indicadores de gestão: capital social, gestão sistêmica, divulgação (marketing), empreendedorismo, conhecimento e capacitação.

Assim, observa-se que o APL Tur, além de focado exclusivamente em variáveis específicas para o setor de turismo, corresponde basicamente a uma coletânea de fatores condicionantes para o desenvolvimento do setor de turismo, objetivando uma maior competitividade, e assim, possibilitando uma alternativa de desenvolvimento regional.  Isto fica evidente quando o autor enfatiza que estas dimensões poderiam ser tratadas como campos ou áreas, sendo um instrumento adequado tanto para diagnosticar como para identificar oportunidades para a atividade turística [36].

Complementando esta análise, o quadro 6 apresenta uma síntese entre as discussões encontradas em cada uma destas teses, e as respectivas abordagens em relação à  matriz de interdependência para arranjos produtivos locais no contexto do desenvolvimento local.

Quadro 6 - Quadro síntese das teses selecionadas em relação à proposta de matriz

Componente

Teses selecionadas

EIXO 1

EIXO 2

EIXO 3

EIXO 4

EIXO 5

EIXO 6

EIXO 7

EIXO 8

EIXO 9

Santos (2009)

Graça
(2007)

Anése (2009)

Trzeciak (2009)

Vilela Junior (2010)

Galdámez (2007)

Alves da Silva (2006)

Mendonça (2008)

Tomazzoni (2007)

Políticas públicas

X

         

X

X

 

Governança local

 

X

   

X

       

Capital social

   

X

   

X

   

X

Externalidades(incidentais)

           

X

X

 

Ações conjuntas

 

X

 

X

X

X

     

Eficiência coletiva /Vant. competitiva

   

X

X

 

X

X

X

X

Dimensão social

X

 

X

 

X

X

X

   

Dimensão econômica

X

X

X

X

X

X

X

X

X

Dimensão ambiental

         

X

X

   

Dimensão espacial

             

X

 

Dimensão cultural

               

X

Dimensão política

X

         

X

   

Dimensão institucional

 

X

 

X

X

       
Fonte: Elaboração Própria.

A partir das informações sistematizadas neste quadro 6, torna-se possível calcular o percentual de ocorrência dos componentes e dimensões para o conjunto das nove teses analisadas nesta amostra: dimensão econômica (100%); eficiência coletiva e vantagem competitiva (66,7%); dimensão social (55,6%); ações conjuntas (44,4%); políticas públicas (33,3%); dimensão institucional (33,3%); capital social (33,3%); governança local (22,2%); externalidades (22,2%); dimensão política (22,2%); dimensão ambiental (22,2%); dimensão espacial (11,1%); dimensão cultural (11,1%).

Portanto, com uma análise pautada pela proposta de matriz para avaliar a contribuição dos APLs para o desenvolvimento local, observa-se que as teses selecionadas não estão situadas em uma abordagem integrada e sistêmica para este contexto, e de modo geral, caracterizam-se por uma visão fragmentada e específica de um dos componentes do APL. Ademais, restringem as suas análises quase que exclusivamente aos aspectos econômicos e as vantagens competitivas, com pouca ou nenhuma discussão sobre a interdependência e as implicações das demais dimensões e componentes que formam o binômio APL-Desenvolvimento Local.

Corroborando com esta análise, torna-se interessante observar também o conjunto de variáveis que foram consideradas em cada uma destas teses selecionadas. O quadro 7 apresenta uma descrição sucinta destas principais variáveis.


Quadro 7 - Quadro síntese das principais variáveis analisadas

TESE
Principais variáveis consideradas pela respectiva tese

Santos (2009)

PIB (município sede do APL, microrregião, Estado); número de empregos na atividade econômica e na região; IDH-M; renda per capita; dados do orçamento municipal.

Graça (2007)

Variáveis econômicas (custos mão-de-obra, quantidades produzidas e volume exportações). Com relação às informações sobre inovação, ações conjuntas e dimensão institucional, incluiu as variáveis: tipo de inovação realizada; quem influenciou a inovação; quais instituições participaram do processo inovativo (fontes primárias).

Anése (2009)

Nível de escolaridade; PIB município; PIB per capita; número de empregos e estabelecimentos formais. O capital social foi medido a partir da aplicação de um questionário adaptado do Banco Mundial (fontes primárias).

Trzeciak (2009)

Empresas participantes do APL (quantas são as empresas, o que produzem, onde estão localizadas, quais as suas necessidades, quais os gargalos tecnológicos, de quem compram, para quem vendem, suas estratégias de inovação). Recursos financeiros (fontes para a sustentabilidade e a manutenção do observatório).

Vilela Junior (2010)

Quantidade e porte das empresas; nível tecnológico do setor; dinamismo na criação de produtos; estágio de desenvolvimento; realização de eventos e reuniões; ações da governança; relações e envolvimento dos membros; projetos conjuntos para CCC; nível de confiança entre os membros; entre outras informações obtidas nas entrevistas (fontes primárias).

Galdámez (2007)

Preço médio de venda dos produtos; valor adicionado pelas pessoas ocupadas; custo total da empresa; lucratividade; pessoas ocupadas; pessoas qualificadas; coleta de resíduos industriais; ações conjuntas (compra coletiva de fibras); capital social (confiança e cooperação, número de projetos em cooperação).

Alves da Silva (2006)

Capacidade de produção; número de empregados; Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (IGDS); PIB municipal; externalidades (infra-estrutura, mão-de-obra, proximidade com fornecedores e clientes, matéria-prima); infra-estrutura educacional (mão-de-obra); fatores determinantes de competitividade.

Mendonça (2008)

Número de estabelecimentos formais e empregos; PIB município; PIB per capita. A análise espacial (desenvolvimento regional) foi realizada a partir da identificação dos condicionantes territoriais (externalidades), com dados coletados em entrevistas (fontes primárias). Os resultados foram representados a partir de uma média aritmética simples destes condicionantes territoriais.

Tomazzoni (2007)

PIB município; PIB per capita; IDH-M; população urbana e rural; expectativa de vida; número de empresas e empregos; nível de informalidade no mercado de trabalho (inclusão social); número de bolsas-família concedidas por município; parques e áreas verdes; quantidade de lixo e resíduos gerados; coleta seletiva de lixo; tratamento de esgoto; dados históricos e número de acervos culturais.

Fonte: Elaboração Própria.

 

Diante do exposto, considerando a amostragem representativa desta pesquisa bibliográfica, construída a partir da literatura cinzenta de teses submetidas ao rigor da avaliação entre pares acadêmicos, em instituições de ensino reconhecidas pela sua produção no Brasil, revelou-se a ausência de uma metodologia ou modelo de análise para avaliar a contribuição de APLs para o desenvolvimento local.


Considerações Finais

As discussões sobre a temática dos arranjos produtivos locais e a sua vinculação ao desenvolvimento local intensificaram-se nas últimas décadas. Desta forma, este artigo buscou analisar comparativamente os modelos de avaliação sobre a contribuição de APLs para o desenvolvimento local.

Com base nestas discussões, foi apresentada uma proposta de configuração de matriz de interdependência para os APLs no contexto do desenvolvimento local, a partir da inter-relação dos principais componentes do APL, adicionando-se ainda, as diversas dimensões relacionadas à sua base territorial. Esta composição matricial foi utilizada como escopo para as análises e discussões realizadas neste artigo.

O universo de análise desta pesquisa possibilitou a visualização de uma diversidade de abordagens nas discussões da temática dos APLs inseridos no desenvolvimento local ou regional. Ademais, observou-se que estes estudos estão relacionados a uma problemática específica, individualizada e fragmentada desta realidade. Assim, nenhuma tese analisada contempla uma abordagem integrada e sistêmica, considerando as necessidades indicadas na composição da configuração matricial apresentada na figura 1.

Diante do exposto, ressalta-se a necessidade de uma análise baseada em um plano multidimensional, composto pelas inter-relações das inúmeras variáveis, envolvendo aspectos econômicos, sociais, culturais, ambientais, espaciais, políticos e institucionais, formando uma matriz de indicadores para o desenvolvimento local com base nos arranjos produtivos.

É importante destacar ainda que esta pesquisa apresenta como principal limitação, o espaço de busca utilizado como recorte metodológico, o qual deverá ser expandido para uma análise pautada também pelos artigos produzidos no universo acadêmico, a partir de bases de dados de periódicos conceituados academicamente, possibilitando assim, a ampliação da amostragem a ser considerada.

Contudo, salienta-se que esta análise preliminar baseada nas teses já implica em um universo de busca representativo para as discussões inicialmente propostas, pois considerou como encaminhamento metodológico, a análise de fontes secundárias a partir da literatura cinzenta submetida ao rigor da avaliação acadêmica.

Como direcionamento para trabalhos futuros, sugere-se também o aprofundamento das discussões sobre a composição deste universo multidimensional. Para cada dimensão que compõe a matriz de interdependência, torna-se necessário identificar as respectivas variáveis e relações existentes na sua configuração, formando um modelo de avaliação que contribua efetivamente para a gestão dos recursos e a promoção de políticas públicas, as quais possam apoiar sinergicamente tanto o APL como o desenvolvimento local em uma perspectiva sustentável.

 

Notas

[1] Albuquerque, 1998; Benko, 1999.

[2] Lastres; Arroio; Lemos, 2003, p. 529.

[3] A Teoria dos Pólos de Crescimento e Desenvolvimento foi desenvolvida por François Perroux em meados do século XX, buscando uma explicação para as razões do processo de concentração industrial por meio do papel das empresas líderes, indústrias motrizes (chaves) no desencadeamento do crescimento regional ou local (Feitosa, 2009).

[4] Costa, 2010.

[5] Costa, 2010.

[6] Krugman, 1998.

[7] Feitosa, 2009.

[8] Lemos; Santos; Crocco, 2005, p. 175.

[9] De Paula, 2004, p. 75.

[10] Albuquerque, 1998; Cuervo, 1999; Boisier, 2001; Scott, 2004.

[11] Albuquerque, 1998; Boisier, 2001; Scott, 2004; Fernández-Satto et al., 2009.

[12] De Paula, 2004.

[13] O conceito de desenvolvimento sustentável tem muitas definições na literatura, porém, surgiu no “Relatório Nosso Futuro Comum”, também conhecido como Relatório de Brundtland, publicado em 1987 (Dresner, 2002).

[14] Sachs, 2000.

[15] Sachs, 2007.

[16] Fonseca et al., 2010, p. 172.

[17] Silva, 2005.

[18] Porter, 1998.

[19] Igliori, 2001; Suzigan, 2006.

[20] Farah Jr, 2002, p. 86, grifo do autor.

[21] Com relação às externalidades, Alfred Marshall em seus estudos clássicos sobre os distritos industriais de cutelaria na Inglaterra, no final do século XIX, já indicava as vantagens oriundas do processo de aglomeração de empresas. As externalidades marshallianas reconhecidas na literatura acadêmica, compreendiam basicamente: um conjunto de trabalhadores especializados; facilidade para acesso a fornecedores e matéria-prima; e, rápida disseminação de novos conhecimentos (Schmitz; Nadvi, 1999; Suzigan et al., 2004; Suzigan, 2006; Fujita; Krugman; Venables, 2002).

[22] Schmitz, 1997; Schmitz; Nadvi, 1999.

[23] Santos, 2009, p. 92.

[24] Suzigan, 2006, p. 14.

[25] Segue a relação das teses encontradas: (Almeida, 2009; Alves da Silva, 2006; Amaral, 2010; Anése, 2009; Basto, 2007; Brito, 2009; Cabral Junior, 2008; Campos, 2008; Carvalho, 2009; Costa, 2007a; Costa, 2007b; Cunha, 2006; Dalbem, 2009; Ferreira, 2008; Flecha, 2010; Fuini, 2010; Galdámez, 2007; Gerolamo, 2007; Gomes, 2007; Graça, 2007; Guimarães, 2009; Mendonça, 2008; Menezes, 2007; Moraes, 2008; Neto, 2007; Oliveira, 2008; Oliveira, 2006; Pereira, 2007; Reis, 2008; Ruffoni, 2009; Saldanha, 2009; Sanches, 2008; Santos, 2009; Silva, 2007; Silva, 2006; Specht, 2009; Tahin, 2008; Teixeira, 2007; Tomazzoni, 2007; Tres, 2010; Trzeciak, 2009; Vicari, 2009; Vilela Junior, 2010; Wilk, 2006; Zen, 2010).

[26] Este projeto foi realizado no período entre março/2003 a maio/2004, no âmbito do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), resultando de uma série de convênios e acordos assinados pelo SEBRAE (Brasil), pela Divisão Especial da Câmara de Milão, a PROMOS (Itália) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) (Santos 2009).

[27] Santos, 2009.

[28]  Graça, 2007.

[29] Anése, 2009.

[30] Trzeciak, 2009.

[31] Spillovers (transbordamentos) são definidos como a transferência direta ou indireta de conhecimento entre as diferentes instituições, com a proximidade geográfica facilitando esta difusão (Porter, 1998).

[32] Vilela Junior, 2010.

[33] Galdámez, 2007.

[34] Alves da Silva, 2006.

[35] Mendonça, 2008.

[36] Tomazzoni, 2007.

 

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© Copyright Marcos Junior Marini, Christian Luiz da Silva, Décio Estevão do Nascimento, Faimara do Rocio Strauhs, 2012
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[Edición electrónica del texto realizada por Miriam Hermi Zaar]


Ficha bibliográfica:

MARINI, Marcos Junior; SILVA, Christian Luiz da; NASCIMENTO, Décio Estevão do; STRAUHS, Faimara do Rocio. Avaliação da contribuição de arranjos produtivos locais para o desenvolvimento local. Biblio 3W. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales. [En línea]. Barcelona: Universidad de Barcelona, 15 de octubre de 2012, Vol. XVII, nº 996. <http://www.ub.es/geocrit/b3w-996.htm>. [ISSN 1138-9796].