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Scripta Nova.
 Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales.
Universidad de Barcelona [ISSN 1138-9788] 
Nº 94 (68), 1 de agosto de 2001

MIGRACIÓN Y CAMBIO SOCIAL

Número extraordinario dedicado al III Coloquio Internacional de Geocrítica (Actas del Coloquio)

MIGRAÇÃO, CRESCIMENTO ECONÔMICO E QUALIDADE DE VIDA EM NATAL/RN

Maria José Ramos da Silva
Colégio Agrícola de Ceará-Mirim - RN - Brasil

Rita de Cássia da Conceição Gomes
Departamento de Geografia -UFRN- Brasil


Migração, crescimento econômico e qualidade de vida em Natal/RN (Resumo)

O artigo trata das relações entre as migrações, o crescimento econômico e a qualidade de vida na cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte, Brasil. Destaca-se o papel do turismo como motor do crescimento econômico da cidade na última década.

Palavras-chave: migração / crescimento econômico / qualidade de vida / turismo / Natal (Brasil)


Migration, economic growth and life quality in Natal, Brazil (Abstract):

This paper deals with the relationship between the migrations, the economic growth and the life quality in the city of Natal, capital city of the Rio Grande do Norte State. The role of the turistic activity as a economic growth's "motor" in the last ten years is focused.

Key-words: migration / economic growth / life quality / turism / Natal (Brasil)


No apagar das luzes do século XX, pôde-se observar que as pessoas estão se tornando, a cada dia, mais móveis. Atravessando diversas temporalidades, o hábito de migrar parece ser universal. Atinge os mais variados povos ou grupos que têm feito constantemente esse movimento do ir e vir. Isso faz aumentar, em proporções significativas, o número daqueles que, exercendo o seu "direito de mudar de lugar", saem em busca de outras condições de vida.

No Brasil, os movimentos migratórios têm envolvido, em maior número, pessoas de renda baixa que perdem as condições de trabalho em seus lugares de origem e vivem no limite de sua sobrevivência. O destaque maior tem sido para os migrantes nordestinos que ficaram conhecidos popularmente como "retirantes". Esses, aos milhares, têm deixado o Nordeste em direção às áreas mais dinâmicas da economia brasileira (especialmente o eixo Rio/São Paulo), bem como, para as áreas de fronteira agrícola, na tentativa de sua sobrevivência.

Se a realidade da migração no Brasil tem sido a de pessoas pobres que migram em busca da sobrevivência, este atual momento da história revela outras. A intensa movimentação de pessoas, no país, está contribuindo para que novas formas de mobilidade, novos direcionamentos, novas trajetórias de migrantes se façam presentes no cenário da migração. Dentre os novos movimentos migratórios, estão aqueles que envolvem pessoas que têm as condições necessárias à sua reprodução econômica, no lugar de origem, não ocupam o papel de produtores diretos das mercadorias, no processo de produção, e, mesmo assim, migram. O assunto tem ganhado, inclusive, um certo destaque na imprensa nacional (Piveta, 1995 e Loyola, 1999).

O que chama a atenção é que a migração dessas pessoas envolve todo um processo, desde o desencanto com o lugar em que moram e com a vida que levam até a decisão de sair de lá, para tentar reconstruir o que procuram. O curioso, também, é que a decisão de migrar se dá, quase sempre, depois de uma viagem turística ou, ainda, quando alguém lhes indica um lugar que, na sua concepção, é bom para viver. Assim, o processo se inicia, em primeiro plano, tendo em vista que, essas pessoas, sentindo-se estressadas e insatisfeitas com o ambiente em que vivem, sentem-se estimuladas a procurar outros para repor suas energias físicas e mentais.

Com a procura de novos ambientes para repor energias, o turismo tem se destacado enquanto sedução e/ou motivação aos deslocamentos humanos. Isso, porque essa complexa atividade humana é considerada, hoje, como sendo uma das atividades mais atraentes capaz de seduzir as pessoas: o turismo aumenta nelas desejo/vontade de viajarem e se afastarem mesmo que momentaneamente, do lugar em que vivem. (Coriolano, 1997) Por isso, as propagandas turísticas incentivam o desejo de conhecer as paisagens dos lugares que são mostrados à exaustão em cartões postais, folders, outdoors e, principalmente, na tela da TV.

Nesse sentido, determinados lugares, onde as atividades turísticas se desenvolvem, estão se tornando áreas de atração de migrantes, porque atualmente tem se cultuado a idéia de que o contato com a natureza leva a uma vida mais saudável. Ao conhecer o lugar ainda como turista, o migrante associa, de imediato, as condições naturais existentes, entre outros elementos, a uma boa qualidade de vida (que para ele significa, antes de mais nada, uma vida tranqüila e prazerosa) e, assim, muitos acabam voltando para morar.

Este trabalho aponta para essa nova realidade da migração no país, destacando nesse contexto o Nordeste, mais particularmente Natal (RN), uma das capitais nordestinas que se incorporou ao Programa para o Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (PRODETUR-NE) desde a década de 1980. O propósito deste estudo é compreender o movimento migratório para Natal, no período correspondente a 1980/1999, tomando como parâmetros o "espaço vivido" pelos próprios migrantes e a atividade turística, para que se possa entender até que ponto essa migração está tendo influência no crescimento econômico da cidade.

Como o turismo baseado no binômio "Sol e Mar" privilegia as áreas do litoral, em Natal, os bairros litorâneos é que recebem os maiores incentivos públicos e privados. Desses bairros, Ponta Negra, situado na Região Administrativa Sul, aparenta ser o local onde os investimentos relacionados ao turismo estão mais presentes e visíveis, com reflexos espaciais marcantes, com a grande presença de pousadas, bares, restaurantes e similares. Esse fato, aliado ao de ser considerado "o maior cartão postal de Natal", fez o bairro de Ponta Negra ser escolhido como área específica do estudo, e os proprietários de pousadas, bares, restaurantes e ex-barraqueiros(1), como interlocutores da pesquisa.

Vale esclarecer, no entanto, que este artigo não tem a pretensão de se traduzir num resumo da migração brasileira, ou até mesmo do Nordeste e de Natal, na atualidade. Reconhecendo a diversidade e complexidade do cenário migratório e do movimento do real, talvez o que se encontre aqui seja um conjunto de elementos que poderá ser encontrado, com outra ênfase nos mais diversos tipos de movimentos migratórios, especialmente naqueles que se destinam às cidades litorâneas do país. Assim, o que cabe mostrar aqui são as características próprias, as especificidades da migração em estudo.

Migração e turismo em Natal

Mesmo tendo claro que Natal é o local da pesquisa acreditamos na necessidade de se conhecer um pouco sobre o lugar. Assim como pensa Geertz (apud Alvito, 1998), um estudo no lugar não implica em deixar de tentar, pelo menos, conhecê-lo minimamente. Dessa forma, tentaremos descrever, de um modo geral, a cidade de Natal, para que possam entender o porquê de pessoas saírem de lugares considerados maravilhosos, como as cidades de Rio de Janeiro e de São Paulo, deixando para trás laços de parentesco e amizade e recomeçarem a vida num outro lugar, estranho às suas relações familiares e de vizinhança. E mais, de que maneira uma cidade de porte médio como Natal que, aparentemente, não dispõe de oportunidades que cidades como as citadas anteriormente podem oferecer, conseguiu se encaixar dentro das expectativas, dos esquemas de vida desses migrantes que aqui se estabeleceram e que, com exceção de dois, não demonstram intenção de voltar a viver no lugar anterior.

Conhecendo o lugar

Natal, capital de um dos nove estados da Região Nordeste do Brasil, o Rio Grande do Norte (RN), está situada na Micro-Região Homogênea do Litoral de Natal e localiza-se na Meso-Região do Leste Potiguar. Limita-se, ao Norte, com o município de Extremoz, ao Oeste, com Macaíba e São Gonçalo do Amarante, ao Sul, com Parnamirim e, ao Leste, com o Oceano Atlântico (IDEC, 1991). Possui 35 bairros distribuídos em quatro Regiões Administrativas, a saber: Norte, Oeste, Leste e Sul e tem uma área urbana de 172 Km2, equivalente a 0,32 por cento da superfície estadual (IPLANAT, 1996).  Com um crescimento populacional acentuado, desde os anos 40, Natal chega, em 1980, a concentrar uma população de 416.898 pessoas (FIBGE, 1982), e, em 1996, alcança a marca de 656.887 moradores, segundo dados preliminares da contagem populacional realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, nesse mesmo ano (FIBGE, 1997).

O crescimento populacional de Natal, nos anos 80, ocorre paralelamente ao crescimento econômico, destacando-se o desenvolvimento do turismo no Estado do Rio Grande do Norte, baseado no binômio "Sol e Mar". Como se sabe, na atualidade, o turismo é uma das atividades econômicas que mais crescem no mundo. Segundo Trigo (1993, p. 65), ela ocupa "lugar entre os três segmentos mais importantes do comércio mundial, juntamente com o petróleo e a indústria automobilística". No Brasil, essa tendência ganha corpo, a partir dos anos 1960, com a criação da Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR), que tornou o turismo uma atividade oficial, objetivando dotar a referida atividade de um caráter racional, através de um planejamento mais cuidadoso e uma política voltada para o setor.

O discurso oficial prega que, através do turismo, haveria um alívio da recessão dos pólos receptores de turistas com a criação de empregos, aumento da renda e melhoria no nível de vida. Em contrapartida, o pólo emissor de turistas, geralmente grandes cidades, teria, na prática turística (as viagens), um "alívio" para os seus moradores estressados com todos os problemas do seu cotidiano, ao romper momentaneamente a sua relação com a urbe, buscando novos ambientes para a reposição da energia física e mental.

E o desenvolvimento do turismo no país, assim como nos outros países do chamado mundo tropical, teve na natureza o recurso turístico para ser explorado, adotando-se o binômio "sol e mar", privilegiando assim as áreas do litoral. As paisagens que têm, como ingredientes, sol, céu e água, são aquelas que apresentam ritmo e estilo de vida diferentes do ambiente de trabalho urbano, o que contribui para que sejam as mais procuradas pelo turista na atualidade. Dessa forma, a praia é, disparadamente, a intenção número um de destino turístico, seguida das montanhas, do campo e dos lugares históricos. (Camargo, 199, p. 27).

O Nordeste, conhecido tradicionalmente como "Região Problema", berço de migrante pobre, que fugia do sol e da seca, passou, desde os anos 80, a se projetar no cenário nacional numa outra perspectiva: de região turística, "paraíso tropical". Com uma faixa litorânea de, aproximadamente, 3.300 Km de extensão, sol quase o ano inteiro, o Nordeste passa a produzir e socializar imagens turísticas da região, utilizando-se do mar e do mesmo sol que antes era apontado como "castigo". Assim, sua projeção se dá através de um cenário turístico difundido por seus governantes, apoiado por um poderoso "marketing". A região se caracteriza, na atualidade (no discurso midiático), não mais pela pobreza, mas, pelos seus atrativos turísticos, sobretudo litorâneos, com suas praias ensolaradas de grandes belezas naturais. Daí, para o planejamento e organização do turismo, o Nordeste "concede" o sol e o mar como a matéria prima essencial para a composição de uma paisagem perfeita a ser contemplada pelo olhar do turista. Nos anos 80/90, a região recebeu alguns projetos urbano-turísticos como Rota do Sol -RN, Cabo Branco - PB, Costa Dourada -AL/PE e Linha Verde - BA/SE (Paiva, 1995) - e outros estão sendo implantados. O turismo passa então a se destacar como uma grande fonte de renda para a região (Andrade, 1995).

Natal, capital nordestina de maior índice de crescimento populacional do país, entre os anos 80/91, não ficou isolada do novo momento pelo qual passa o Nordeste: o turismo está na ordem do dia. Conhecida como "A cidade do sol", Natal tem 8 km2 de praias de águas mornas o ano inteiro e pode-se fazer o famoso passeio de buggy nas dunas de Genipabu, no litoral Norte, a poucos quilômetros da cidade. Conta também com 300 dias de sol por ano, um clima tropical úmido e uma temperatura média de 26ºC, atenuados pelos permanentes ventos alísios de Sudeste que sopram do mar e tornam sempre agradáveis os dias e as noites. Some-se a isso o fato de Natal ter a melhor qualidade do ar da América Latina (NASA-INPE apud RIO GRANDE DO NORTE - SEPLAN;IDEC, 1991), além de outras características naturais e o seu patrimônio histórico. Todas essas características têm servido para a produção e veiculação da paisagem natalense como se aqui fosse um verdadeiro paraíso.

Para viabilizar a produção e venda da paisagem de Natal, o governo do RN, em 1978, implantou o Plano Urbano Turístico para a construção da Via Costeira através da Secretaria Estadual de Planejamento (SEPLAN). A Via Costeira é considerada o marco de desenvolvimento do turismo em Natal. Foi nos anos 80 que a cidade começou a ganhar notoriedade em relação ao turismo regional e nacional. Nesse período, Natal, assim como as áreas litorâneas do Estado, incorpora-se ao Programa para o Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (PRODETUR-NE). A partir daí, o desenvolvimento do turismo, não só em Natal, mas nas áreas litorâneas, vem sendo fomentado pelo Projeto Rota do Sol que faz parte do PRODETUR-NE. Esse programa tem como meta principal montar uma infra-estrutura satisfatória para o empreendimento de atividades turísticas e consolidar um pólo turístico no Estado (Marcelino, 1996).

O marketing turístico do projeto consiste em divulgar as belezas potiguares, como o sol e o mar, para que pessoas de outros lugares do país e do exterior visitem o Estado e o divulguem para outras pessoas, expandindo, assim, o marketing e eles próprios voltem à terra potiguar. Essa propaganda tem dado certo, pois, de acordo com as "estatísticas da Empresa de Promoção e desenvolvimento do Turismo Receptivo, o que mais tem contribuído para o aumento da demanda de turistas é a divulgação feita pelos que visitam o estado"(Marcelino, 1996, p. 178).

Seguindo nossa viagem, leitor, chegamos em Natal no ano de 1999. Fiquemos um pouco por aqui. O lugar se prepara para comemorar o quarto centenário. Natal procura conquistar o coração do turista. Assim, os quatrocentos anos se transformaram em enredo de Escola de Samba do grupo A (2) do carnaval carioca, viraram logotipo de todos os tipos de produtos (Teixeira, 1999); os governos estadual e municipal investiram alto em obras de infra-estrutura, como a ampliação do aeroporto Augusto Severo e a construção do Complexo Viário do Quarto Centenário (composto de três viadutos e dois túneis). Apesar de o turismo em Natal não ser uma atividade plenamente organizada e planejada, a estratégia parece surtir efeitos: em 1999, o fluxo de turistas para o lugar só foi menor do que o de Salvador e Fortaleza (EMBRATUR apud Dantas, 1999).

Nesse momento, vale voltar no tempo e lembrar que, em março de 1997, Natal sediou a VI feira nacional de turismo (Brasil National Tourism Mart - BNTM/97), um evento patrocinado anualmente pelos governos nordestinos com a presença de delegações internacionais, para vender o destino turístico dos Estados da região.

A venda da paisagem nordestina tem influenciado para que muitos dos turistas que visitem a região acabem voltando para ficar. Essa mobilização de pessoas em direção ao Nordeste deve-se também, segundo Piveta (1995), a fama de boa qualidade de vida que as capitais nordestinas têm arregimentado, nesses últimos anos. Para o autor, a expansão dessa imagem é resultado da melhoria dos índices de desenvolvimento que essas cidades vêm apresentando, com a economia do Nordeste crescendo mais rápido que a do país, desde 1994.

Com uma taxa média de 9,7 por cento em 1994, o crescimento do Nordeste cai em 1996, para 4,1 por cento. No entanto, durante todo o período que vai de 1994 até 1996, a região se manteve com um crescimento do seu Produto Interno Bruto maior do que o país, situação diferente do quadro apresentado nas décadas anteriores, quando, na maioria das vezes, se destacava apenas pelos seus problemas econômicos e sociais.

Em 1996, o PIB de todos os Estados nordestinos cresceu a uma média acima da brasileira, inclusive, o Rio Grande do Norte apresentou a taxa mais alta (Tabela 1), atraindo a instalação de empresas das mais variadas partes do Brasil (Fernandes, 1997). A nova realidade econômica do Rio Grande do Norte, bem como do Nordeste de modo geral, contribui para que se crie uma falsa idéia de desenvolvimento (3) e a região recupere um pouco do prestígio que perdeu no século XVIII, com a mudança do eixo econômico do país para a região das Minas.
 
 

Tabela 1
Crescimento do PIB no Nordeste em porcentagem no ano de 1996
Estado
Taxas
Rio Grande do Norte
8,2
Maranhão
7,3
Ceará
6,8
Paraíba
5,6
Piauí
5,0
Sergipe
4,6
Bahia
3,4
Pernambuco
3,3
Alagoas
3,0
Nordeste
4,1
Brasil
2,9
Fonte: SUDENE; IBGE apud TIGRE nordestino, 1997 Dados oficiais (IDEC, 1995) dão conta de que o crescimento econômico do Rio Grande do Norte, que está sendo chamado de o "tigre nordestino"(4), deve-se em grande parte à introdução do petróleo associado ao gás natural, ao progresso de culturas irrigadas, bem como, ao crescimento da indústria e desenvolvimento do turismo. Segundo Cardoso (1997:37), "o turismo garante oportuna fonte de maior circulação de riqueza. Em curto espaço de tempo (...) possibilitou ocupar o segundo lugar no índice de arrecadação tributária aos cofres públicos".

Em que pese as dificuldades de obtenção de dados oficiais que confirmem a afirmação de Cardoso, o que se sabe de concreto é que o crescimento econômico do RN provocou a discussão sobre a infra-estrutura e a deficiência dos serviços em Natal, seu principal pólo turístico. Projetos são criados para implementar a pavimentação de ruas, reurbanização da orla marítima, saneamento básico, sinalização do trânsito (entre outros), para viabilizar o crescimento do turismo e, conseqüentemente, da economia.

Assim, desde a década de 1980, Natal apresenta, de forma mais acentuada, mudanças na sua paisagem. Dá para perceber, entre outras coisas, o seu crescimento físico: a verticalização tornou-se uma realidade. É só observar a cidade do alto da passarela que liga os shopings Via Direta e Natal Shoping, em direção à Candelária. Ou, ainda, circular pelos bairros de Petrópolis e Tirol, onde as residências estão, num curto período de tempo, dando lugar a prédios imponentes. A melhoria de sua malha viária também é realidade, bem como a forte presença de estabelecimentos comerciais ligados ao turismo, com a proliferação de hotéis, pousadas, bares, restaurantes e similares.

Como o turismo privilegiou as áreas do litoral, foram os bairros litorâneos de Natal que receberam os maiores incentivos públicos e privados. Desses bairros, Ponta Negra, situado na Região Administrativa Sul, aparenta ser o local onde os investimentos relacionados ao turismo estão mais presentes, com reflexos espaciais marcantes, contando, inclusive, com 32 das 47 pousadas do município, entre outros estabelecimentos (hotéis, bares, restaurantes e casas de shows). E o bairro, que com sua praia de águas claras, e o Morro do Careca, tem sido produzido para encantar turistas dos mais variados lugares, surpreendentemente, também está contribuindo para que muitas dessas pessoas decidam migrar para Natal, escolhendo Ponta Negra como lugar para viver.

As justificativas dos interlocutores para o processo de saída do núcleo de suas relações sociais e a construção de outras no lugar atual são as mais diversas. Desde desejo de ascender economicamente, trabalhando com o turismo, a necessidade de realizar o sonho de morar a beira mar, ou ainda, estar próximo de parentes que haviam migrado. Desse modo, as diferentes explicações dadas pelos migrantes para que se compreenda a sua ação de migrar impedem que tratemos o seu movimento apontando uma "causa" única para todo o processo.

O que há de mais comum entre eles, é que o contexto mais amplo em que suas vidas se desenrolava não atendia mais às suas expectativas, esquemas de vida. Daí, suas respostas convergirem para um ponto: todos aspiravam uma melhor qualidade de vida, que em suas concepções significa uma vida tranqüila, longe da poluição e da violência das grandes cidades.

Entendemos que a migração envolve toda uma rede de relações, representações, sonhos, desejos, necessidades, vontades e projetos de vida do ser humano no seu viver enquanto indivíduo-coletivo. Portanto, preocupa-nos compreender e articular as mais diversas motivações da migração com o contexto em que são construídas, pois, quando se trata de conhecer e compreender a vida humana, é preciso perceber os fenômenos nas interações do contexto no qual acontece, na tentativa de buscar a sua totalidade, conscientes apenas de sua aproximação (Patrício, 1999:67), já que o todo é indefinível e irreconhecível.

Contextualização

Contextualizando as justificativas dos interlocutores para as suas respectivas migrações, dá para perceber que, de um modo geral, elas se dão num momento histórico-social de crise no Brasil dos anos 1980 e parte dos anos 1990. Esse período ficou marcado na nossa história por um grande processo de recessão econômica que se fez presente em âmbito mundial, com maiores reflexos nos países subdesenvolvidos. Num primeiro momento, essa crise vai ser representada aqui por uma visão geral, simplificada, - enfocando também os dados quantitativos –, relacionando-a, na medida do possível, com as múltiplas razões da migração para Natal.

Os anos 1980, e parte dos 1990, ficaram marcados na história brasileira por um grande processo de recessão econômica que se fez presente em âmbito mundial, com maiores reflexos nos países subdesenvolvidos. A taxa de crescimento do PIB brasileiro que alcançou 11,3 por cento, na época do "milagre econômico"(5) caiu para 7,1 por cento entre 1973 e 1980 (Macedo, 1995), reduzindo-se drasticamente para 1,3 por cento ao ano entre 1981 e 1992, não acompanhando o crescimento populacional do mesmo período (81/92) que foi da ordem de 1,9 por cento ao ano (Saboia, 1994).

Apesar do crescimento populacional apresentar índices maiores que o crescimento econômico, já nos anos 80, as grandes regiões brasileiras demonstraram sinais claros de arrefecimento no ritmo de crescimento populacional. Segundo Martine (apud Cunha, 1995) essa diminuição é generalizada e reflete a desaceleração da migração entre as regiões. Assim, pela tabela 2 dá para perceber que apenas as Regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram taxas de crescimento consideradas altas em relação às demais.
 
 

Tabela 2
 Brasil: taxa média geométrica de crescimento das
Grandes Regiões - 1950/91
Brasil e Grandes regiões
1950/60
1960/70
1970/80
1980/91
Brasil
3,04
2,89
2,48
1,93
Norte
3,40
3,47
5,02
4,06
Nordeste
2,12
2,40
2,16
1,82
Sudeste
3,11
2,67
2,64
1,76
Sul
4,14
3,45
1,44
1,38
Centro-Oeste
5,45
5,60
3,99
2,99

Fonte: Martine apud Cunha, 1995, p.6

No entanto, o que mais surpreende nos dados da tabela 2 é a revelação de uma "drástica" redução do crescimento populacional da Região Sudeste. A região, que sempre apresentou um índice considerável de crescimento demográfico, vai demonstrar, em 1991, uma das menores taxas (1,76 por cento, perdendo apenas para o Sul, 1,38), sendo, inclusive, inferior à apresentada pelo país (1,93). Segundo Cunha (1995), Perillo (1996), entre outros, isso deve-se, principalmente, à queda da fecundidade que o país vem apresentando desde os anos 1960 e ao arrefecimento da migração entre as regiões brasileiras. Como o Sudeste vinha se configurando como área tradicional de destino migrante de todas as regiões do Brasil, o arrefecimento da mobilidade populacional alterou significativamente a sua dinâmica demográfica.

Para os autores supracitados, o maior responsável pelo atual quadro populacional do Sudeste é o Estado de São Paulo e sua Região Metropolitana. Considerado o Estado de economia mais diversificada e moderna do país, São Paulo vinha apresentando taxas de crescimento populacional que se mantinham superior a 3 por cento ao ano, desde a década de 50. No entanto, a média alcançada no período de 1980/91 surpreendeu a todos por mostrar uma desaceleração acentuada: apenas 2 por cento. Estudos recentes indicam que a migração, em termos numéricos, teve peso relevante na desaceleração do crescimento da população em São Paulo. Segundo Perillo (1996), nos anos 40, a migração era responsável por 24,8% do crescimento populacional do Estado. Já entre 1970/80, essa taxa aumentou para 42,4 por cento. Mas, os dados preliminares do Censo de 1991 combinados com as estatísticas do Registro Civil do Estado de São Paulo comprovaram uma grande mudança: a migração teve uma participação de apenas 9 por cento no crescimento populacional enquanto o crescimento natural (a diferença entre as taxas de fecundidade e mortalidade) respondeu por 91 por cento.

A Região Metropolitana de São Paulo, considerada o maior centro econômico do Brasil e maior pólo de atração populacional há várias décadas, mostra resultados surpreendentes entre 1980/91. Com um saldo positivo de mais de 2 milhões de migrantes em 1970/80, a metrópole "amargou" um saldo negativo entre 1980/91 de 275 mil pessoas, sendo que esse número, na capital paulista, foi ainda maior: de um saldo positivo de mais de 1 milhão, nos anos 60/70, chegou a perder 755 mil pessoas, entre 1980/91 (Perillo, 1996). Na visão de Aranha (1996, p.83-84) "este resultado não apresenta apenas uma simples diminuição da intensidade da migração rumo a São Paulo. Mais do que isso, revela um importante êxodo de população, que estaria emigrando para outras regiões do país". A Região Metropolitana do Rio de Janeiro também não ficou atrás da de São Paulo. Entre 1980/91, o saldo negativo da migração chegou a 580 mil pessoas, sendo que a capital foi a maior responsável por esse índice, apresentando uma perda de 520 mil habitantes (Ribeiro; Lago, 1995).

Mesmo dispondo, apenas, de dados qüantitativos, dá para perceber um fato importante: cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo já não se constituem mais como o "Sul maravilha", quase que unicamente, local de realização dos sonhos do migrante. O leitor pode alegar que esta situação é, simplesmente, um mero resultado da crise econômica do país, nos anos 80/90, refletida, de um modo geral, na crise da indústria. Esta, considerada uma das molas mestras para a mobilidade populacional, estaria influenciando novos direcionamentos para a migração, uma vez que iniciou um processo de dispersão para o interior. É possível que isso explique, em parte, a dinâmica populacional do Sudeste. No entanto, não se deve esquecer que esse processo é muito lento no Brasil. Mesmo assim, o poder de atração da indústria tem diminuído sensivelmente desde os anos 1980. E, atualmente, existem indicações de que a dinâmica dos fluxos migratórios não necessariamente se articula de forma rígida à localização de novas plantas industriais. Madeira; Torres (1996:6). Além do mais, em se tratando de indústria, o Sudeste continuou concentrando o maior valor da produção nacional, em 1985 (70,6 por cento), e o maior número da força de trabalho do setor secundário, no mesmo período (64,3 por cento).

Apesar da redução das taxas de crescimento das Regiões Metropolitanas nos anos 1980, é importante acrescentar que, nesse período, os grandes centros urbanos já comportavam boa parte da população do país. O crescimento das cidades, nas décadas anteriores, foi acelerado pela migração rural-urbana, o que contribuiu para que o Brasil conhecesse um rápido processo de urbanização, notadamente, nos anos 60/70. Esse processo, aliado à crise econômica que assolou o país desde o início dos anos 80, contribuiu para que as cidades apresentassem uma série de problemas - o déficit habitacional, poluição, desemprego, carência de infra-estrutura urbana (saneamento básico, coleta de lixo, transporte coletivo, telefonia, etc.), que influenciaram na deterioração das condições de vida. Como conseqüência, houve aumento da pobreza, da violência e os conflitos sociais tornaram-se ainda mais freqüentes nesses lugares.

A complexidade de problemas apresentados, principalmente pelas metrópoles, comprometeram sensivelmente a vida dos seus moradores. Esses problemas são reflexos da forma como o homem vem se utilizando da natureza: explorando-a desenfreadamente em nome da tecnologia e do lucro. Danos, alguns até irreversíveis, ao meio ambiente estão provocando a deterioração do ecossistema. Isso está, também, influenciando negativamente a vida do próprio homem nos âmbitos individual e coletivo. Apesar do avanço tecnológico, convivemos com um paradoxo: o coletivo humano nunca foi tão insatisfeito, tão infeliz (Patrício, 1999), pois vivemos numa sociedade marcada pelo trabalho organizado, sinônimo, ainda, de sofrimento, obrigação, praticamente sem sentido próprio. Por outro lado, as exigências do processo de consumo têm levado o homem a produzir trabalho em quantidade, em detrimento da qualidade, o que o deixa mais insatisfeito. Nas metrópoles, a situação é ainda mais grave, pois, o "colorido da vida" se traduz, cada vez mais, na exatidão calculista da vida prática. Como afirma Simmel (s.d., p. 15),

"Pontualidade, calculabilidade, exatidão, são introduzidos à força na vida pela complexidade e extensão da existência metropolitana (...) tais traços também devem colorir o conteúdo da vida e favorecer a exclusão daqueles traços e impulsos irracionais, instintivos, soberanos que visam determinar o modo de vida de dentro, ao invés de receber a forma de vida geral e precisamente esquematizada de fora". Toda esta realidade está contribuindo para o que muitos chamam de a doença do século: o estresse. O desprazer do homem com a vida, o seu sofrimento, a sua infelicidade têm fortalecido a discussão do uso do ecossistema terra pelos seres humanos. Melhores condições de vida, na atualidade, é sinônimo de um bem-viver, um viver saudável, em contato com elementos da natureza que não tenham sofrido alto grau de deterioração, tranqüilo, longe da violência exacerbada das grandes cidades. A expressão qualidade de vida passa a ser utilizada como sendo o "remédio" para esse bem-viver. Pessoas, governos, empresas, entidades sociais, todos, com o mesmo discurso, embora os interesses sejam diferenciados: para viver bem é preciso cuidar para se ter uma vida com qualidade. Essa, apenas será conseguida, defendem os estudiosos, à medida que o homem se utilizar da natureza de forma sustentável. Sendo um conceito considerado subjetivo, qualidade de vida é concebida "...enquanto produto e processo, diz respeito aos atributos e às propriedades que qualificam essa vida, e ao sentido que tem para cada ser humano. ‘Diz respeito às características do fenômeno da vida’, ao como esta se apresenta’, ao ‘como se constrói’ e ‘como o indivíduo sente’ o constante movimento de tecer o processo de viver nas interações humanas". (Patrício, 1999:50). Como o ser humano, no seu processo de viver, pode ser estimulado a desenvolver a integração de suas possibilidades de razão e sensibilidade, na sua interação social com outros seres humanos a conexão entre razão e sensibilidade pode levá-lo a elaborar significados e a tomar decisões mediadas por um processo de reflexão crítica, dentro do seu contexto cultural e afetivo. Este processo tem como sustentação os princípios éticos e estéticos do mundo particular e coletivo do homem (Patrício, 1999). Formas de pensar, agir, sentir, imaginar, maneiras de fazer, são destruídos e reconstruídos constantemente.

Dialogando com o pensamento acima, tomo como referência o estudo de Certeau (1998). Para esse autor, das trajetórias do homem comum, em seu cotidiano, pode-se extrair maneiras de fazer que, na maioria das vezes, não aparecem senão como resistência ou inércia diante do desenvolvimento da produção sociocultural. Sendo assim, este homem "ordinário" (ou usuário), considerado passivo e disciplinado por uma ordem comum "fabrica" em suas trajetórias uma produção qualificada como consumo. Diferentemente da que é racionalizada, centralizada, o consumo é uma produção astuciosa, dispersa, silenciosa e quase invisível; ele não se faz notar com produtos próprios mas nas maneiras de empregar os que são impostos por uma ordem econômica dominante.

Na visão de Certeau (1999), essa produção é possível pelo fato de que a sociedade inteira não se reduz a uma rede de vigilância. Existem procedimentos populares, minúsculos e cotidianos, que "jogam" com os mecanismos da disciplina, não se conformam com a sua utilização a não ser para alterá-los. Mas é preciso é preciso descobrir que maneiras de fazer os consumidores utilizam para se contrapor a ordem vigente. Nesse sentido – dialoguemos agora, leitor, com o pensamento de Patrício (1999) - se o homem for estimulado a interagir as suas possibilidades de razão e sensibilidade, e não sendo passivo como defende Certeau ele vai encontrar uma maneira de fazer, no seu cotidiano de vida, para se contrapor ao que lhe está posto.

Acompanhando esse raciocínio, dá para dizer, então, que a migração foi a saída encontrada pelo migrante para se contrapor à pontualidade, à calculabilidade e à exatidão da metrópole, ou seja, para resistir à idéia de viver num lugar que, nas suas expectativas, desejos, necessidades, vontades, nos seus esquemas de vida não lhe garantia um viver saudável, que para ele, é um viver prazeroso. Para alcançar o que queria, deixou para trás os laços de sociabilidade existentes e partiu para outro lugar que lhe parecia adequado para reconstruí-los: Natal, representada no seu imaginário pelo bairro de Ponta Negra.
 

Conclusões

Ao término da exposição, é importante que se diga que a importância do turismo no processo migratório para Natal reside no fato de que, em primeiro plano, a maioria dos migrantes conheceu Natal através de uma viagem turística, ou de alguém que já tinha visitado o lugar como turista, ou ainda, foram incentivados pelas propagandas veiculadas a respeito da cidade. Em segundo plano, as suas impressões a respeito do espaço, mesmo enquanto turistas, contribuíram para eles voltassem, acreditando na possibilidade de terem em Natal uma vida com qualidade, tranqüila, prazerosa. Por outro lado, essas pessoas não estão aqui usufruindo apenas dos prazeres da "cidade do sol". Ao se estabelecerem em Natal, os novos moradores da cidade (re)criam estilos de vida e as relações com o espaço de vivência. Migrantes por opção essas pessoas, de nível social diferente dos retirantes têm acesso a bens materiais, culturais, à educação e a uma atividade profissional que lhes garantem alternativas para introduzir-se no novo lugar.

Ao se instalarem em Ponta Negra, tornaram-se pequenos empresários do turismo. Se bem que, nem todos vieram para o Rio Grande do Norte pensando, no princípio, em sê-lo. De qualquer modo, enquanto donos de bares, pousadas, restaurantes e similares, os migrantes, interlocutores desse trabalho, vêm contribuindo para que o turismo, na atualidade, modifique as feições paisagísticas da cidade do Natal e para que a (re)produção da paisagem do lugar possa atrair cada vez mais turistas e, quem sabe, "transformar" alguns desses turistas em migrantes.

Com o estímulo de cada vez mais satisfazerem suas necessidades imateriais, os migrantes sentiram-se compelidos a deixarem para trás a calculabilidade da metrópole, os seus laços de sociabilidade em cidades marcadas por índices consideráveis de poluição, violência, dentre outros problemas, e procurar reconstruí-los num lugar, que na sua concepção, lhes garantiria um bem viver. Desse modo, percebemos que a migração aqui investigada revela os anseios e sentimentos de uma população que, vivendo sob pressão da grande cidade e tendo melhores condições financeiras que a maioria dos brasileiros "pôde escolher" não só um lugar para morar, mas como morar, bem como trabalhar numa atividade que lhe garanta não apenas rendimentos financeiros, mas prazer.
 

Notas

1. Vale esclarecer que, em virtude da implantação de um projeto da Prefeitura Municipal do Natal, as barracas da orla de Ponta Negra foram retiradas, assunto que será abordado com maior ênfase na segunda parte da Dissertação. Mesmo assim, a opção em manter os ex-barraqueiros como interlocutores da pesquisa se justifica, por um lado, por serem migrantes e, por outro, porque, mesmo sem as barracas, muitos continuam a trabalhar na praia.

2. Desfile principal das escolas de samba que é transmitido pela TV para todas as regiões do país e que recebe também divulgação internacional; a escola do Salgueiro, uma das mais populares no cenário carioca, homenageou Natal com um samba enredo que articula todas as representações que concebem tal lugar como "paraíso tropical".

3. Não é objetivo deste trabalho discutir esta questão, mas é pertinente dizer que esse crescimento econômico do Rio Grande do Norte não se configura no plano social. O Estado continua apresentando um dos maiores índices de pobreza do país. Cf. Adriana Paula Gusmão de Macedo, A evolução econômica do Rio Grande do Norte no período de 1970/1992, Monografia –UFRN/CCSA, Economia, Natal, 1995.

4. Uma alusão aos países asiáticos que vêm se destacando por um crescimento "agressivo" na economia mundial e que, por isso, são chamados de tigres asiáticos.

5. A expressão "milagre econômico" se refere ao rápido crescimento econômico do Brasil entre os anos de 1968/1974.Cf. Macedo, op. cit.
 

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