Menú principal

Índice de Scripta Nova

Scripta Nova
REVISTA ELECTRÓNICA DE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES
Universidad de Barcelona. ISSN: 1138-9788. Depósito Legal: B. 21.741-98
Vol. VII, núm. 146(044), 1 de agosto de 2003

O ESTUDO DO COMÉRCIO INFORMAL AO LONGO DOS PRINCIPAIS EIXOS DE CIRCULAÇÃO DA CIDADE DO RECIFE-BRASIL: A MORADIA COMO LOCAL DE (RE)PRODUÇÃO DO CAPITAL, O CASO DA AVENIDA RECIFE

Gevson Silva Andrade
Edvânia Torres Aguiar Gomes
Universidade Federal de Peranbuco


O estudo do comércio informal ao longo dos principais eixos de circulação da cidade do Recife - Brasil: a moradia como local de (re)produção do capital, o caso da avenida Recife (Resumo)

Acompanhando a dinâmica do uso e ocupação do solo que formalmente se instala nos lotes situados ao longo dos principais eixos viários de circulação, constata-se a multiplicação criativa de diferentes formas de comercialização de distintos produtos, nos semáforos e calçadas, quando não, no leito dessas avenidas (GOMES, E, 1997). Os produtos alimentares, quer sejam industrializados, tais como: guloseimas, refrigerantes, bolachas e biscoitos, bem como as frutas da época, e até aqueles de fabricação artesanal " in loco" como: tapiocas, galetos, dentre outros; além de acessórios para autos,e flores, os quais são comercializados diariamente. Essas práticas socio-espaciais revelam " habitus" (CAMPOS, H,1999)cristalizados que vem sendo desemprego do mercado formal (BARCELAR, T, 2000). O que vem sendo revelado nessa pesquisa é a crescente diversificação desses produtos, que, na maioria das vezes funcionam como complemento às necessidades dos transeuntes e motoristas que circulam nessas avenidas. Os equipamentos existentes: hospitais, faculdades, escritórios, consultórios, dentre outros, significam focos de atração de grande contingente humano, porém não fornecem os serviços que esse contingente necessita, sendo portanto supridos, e, cada vez mais, através desse quadro informal. Não obstante, a visibilidade do fenômeno, esse comércio não está integrado a nenhuma política pública, quer de fomento ou de erradicação. É como se fizessem parte do asfalto e das calçadas na origem, na substância. O objetivo da pesquisa é iluminar com dados e números essas evidências do cotidiano de maneira a contribuir para a cidadania do asfalto (SANTOS, 1997).

Palavras-Chaves: comércio informal,  geografia urbana, avenidas, comércio residêncial.

The study of informal commerce along the main circulation axis of the city of Recife - Brazil (Abstract)

The hardships of incorporating "habitus" to public politics. While accompanying the dynamics of the usage and occupation of the public space that take place formally on areas located along the main circulatory axis, it is possible to perceive the spontaneous multiplication of various forms of comercialization of specific products at traffic lights and sidewalks, when not the street surface it self. Food products (be they industrialised, like, for example: soft drinks, biscuits, candy and such, as well as fruits of the season, or those made in loco, like tapioca, galetos, etc), or even car accessories and flowers, are sold daily. These sociospacial activities reveal, habitus" that have been intensified by the unemployment crisis of the formal market (Barcellar, 2000). What is being revealed during our research is the growing diversification of these products, that in most cases function as a complement to the necessities of the passers-by and drivers that transit on our streets. The existing equipments: hospitals, colleges and office buldings, and medical offices, among others, represent points of attraction to large amounts of user, but do not manage to offer the services that they need, which are therefore supplied, increasingly, through this informal situation. Even with the fenomenon´s visibility, this commerce is not integrated to any public policy, be it of incentive or erradication. It is as if it was from ist origin and in substance part of the street and side walks them selves. The aim of this research is to clarify with information and numerical data this daily evidence, contributing in the way to citizenship of the street.

Key-words: informal commerce, urban Geography, avenues, home commerce.

A cidade do Recife, capital do Estado de Pernambuco, caracteriza-se desde sua gênese como sendo um porto propício a transações comerciais, e durante muito tempo figurou no cenário nacional como sendo o principal centro de trocas, porém hoje, esse papel encontra-se reduzido a esfera do comercial regional.

Este caráter dinâmico sócio-espacial está na raiz da formação urbana, quando na segunda metade do século XIX a cidade é marcada pela ampliação das atividades comerciais regional e internacional (instalação de bancos, fábricas, bolsa de valores, sedes de empresas). Para atender a esta demanda o Recife teve que equipar-se do ponto de vista da infra-estrutura edos transportes.

Considerando que: "As cidades são uma reunião durável de homens e de habitações humanas que cobre uma grande superfície e se encontra no cruzamento de grandes vias comerciais" (RATZEL, 1903 apud ABREU, 1994), este estudo tem por finalidade analisar o comportamento atual do comércio informal nos principais eixos de circulação metropolitana enquanto uma das suas mais importantes vertentes do setor comercial.

Nesse âmbito, busca-se o entendimento da cidade enquanto processo de totalidade e totalização segundo a perspectiva de Milton Santos, assim caracterizados: "totalidade e totalização,a primeira sendo resultado e a segunda o processo. A totalização compreenderia o passado, o presente e o futuro. Ou, em outras palavras, a flecha do tempo se dá por intermédio de totalizações" (SANTOS,1997).

Nesse sentido e buscando a valorização dos processo na dinâmica histórica de concretização dos espaços a partir do comércio informal, para o aprofundamento desta discussão, observamos como este processo se desdobra nas paisagens das distintas avenidas do Recife em estudo, partindo do pressuposto que

"enquanto forma de manifestação do urbano, a paisagem urbana tende a revelar uma dimensão necessária da produção espacial, o que implica ir além da aparência; essa perspectiva da análise introduziria os elementos da discussão do urbano, entendido enquanto processo e não apenas enquanto forma. A paisagem de hoje guarda momentos diversos do processo de produção espacial, os quais fornecem elementos para uma discussão de sua evolução da produção espacial, e do modo pelo qual foi produzida".(CARLOS,1997.).

Essas práticas são entendidas, nesta pesquisa, como meio de reprodução do homem na cidade, onde a (re)produção do capital se faz necessária a sua existência, na aquisição de bens que atendem às suas necessidades de produção e reprodução na dinâmica de consumo.

O entendimento desse processo na cidade do Recife está concentrado no estudo de seis grandes avenidas, todas elas dotadas de peculiaridades, onde as diferenças serão sentidas na forma e na quantidade (conjunto) de ações dos agentes. A seguir traçaremos o perfil individualizado de cada um desses eixos, na busca da compreensão do espaço recifense.

Esses eixos de circulação guardam especificidades que foram se consolidando ao longo do tempo, tendo, no entanto, em comum o fato de representarem via de regra, funções de entrepostos de deslocamento entre o centro-portuário e a periferia. Herdeiros que são de concepções da engenharia colonial, onde a função de drenagem de mercadorias e valores, culminou por fundar essas vias de circulação.

Ao longo de antigos caminhos de penetração dos engenhos, foram sobrepostos traçados que atendessem aos novos ditames da técnica de substituição dos meios de transporte, onde os veículos automotores e ônibus deslizam ao invésdos cavalos, carruagens e maxambombas além dos trens das companhias férreas.

Não obstante a velocidade impulsionada por essas mudanças de meios que retificaram antigas linhas sinuosas e de menor calha e faixas de domínio, os usos e ocupações guardaram poucas mudanças.

Constata-se , na maioria dos casos, um contraste entre o tempo veloz da técnica e da tecnologia num nível de permanência quanto a utilização das margens dessas faixas de domínio mesmo quando essas vias interligam áreas de complexidade tecnológica, como é o caso de articulação entre espaços como equipamentos de grande expressão: aeroporto, estações centrais de ônibus e até mesmo centros de pesquisa, universidade, shoppings centers entre outros.

Como será exposto a seguir, verifica-se que, o processo de fragmentação espacial decorrente da dinâmica e evolução urbana pelo qual passa a metrópole recifense e o seu espaço de entorno. Há a ocorrência de mercados locais e de comércio informal, (inclusive irregular) sob as mais diversas e elaboradas formas.

Paira sobretudo a hipótese de que esses mercados de âmbito local, tais como mercados de vendas de água, gás, padarias, oficinas de consertos de bicicleta, pequenas oficinas de reparos de serviços eletrônicos e eletrodomésticos, lanchonetes e carros de vendas de alimentos, além de fiteiros, bombonieres, comercialização de frutas e refrigerantes nos semáforos de trânsito estão a serviço de uma comunidade mais precisamente definida como de espectro local ou, mesmo que de passantes, relativas a necessidades primárias da população (saciamento de sede, ou de lanches).

Outrossim, observa-se que para aqueles que circulam em automóveis particulares, há uma crescente oferta diversificada de recursos associados ao uso de celular, com a comercialização de acessórios das mais diversas especificidades, bem como a oferta de bens supérfluos utilizados como regalos (presentes), tais como ramalhetes, bonecos de pelúcia, perfumes, chaveiros, isqueiros, camisetas de clubes, dentre outros objetos.

Este quadro leva a necessidade da sistematização dessas ocorrências sob a forma de territorializações sócio-espaciais, destacando a co-existênciado comércio formal, regularmente instituído pelas instâncias competentes e a diversidade das manifestações do informal, concretamente instaladas ao sabor da necessidades e consideradas invisíveis por essas mesmas instâncias.

Esse comércio informal tem o suporte de acordos tácitos estabelecidos entre os parceiros formais e informais que respeitam entre si os usos e limites do espaço. Dessa maneira, os ambulantes que abordam nos semáforos não infringem entre si os limites uns dos outros, caracterizando territorialidades flexíveis porém com status de definitivas e, que como tal devem ser respeitadas. Os limpadores de vidros dos automóveis dividem, dessa maneira, seus espaços com parceiros vendedores de chicletes e bombons em algumas avenidas, assim como outros compartilham esses espaços entre si com a comercialização de flores e presentes, tais como aqueles que vendem refrigerantes com outros que vendem acessórios para celular.

Essa territorialização (re)define usos no asfalto em função dos equipamentos que as vias interligam, bem como em virtude da própria existência desses equipamentos de porte. Assim, nas proximidades de escolas e universidades estão situados nos semáforos artigos que preencham os requisitos dos usuários desses equipamentos. Por outro lado, no tocante a territorialidade fixa nas calçadas também há esse acordo tácito entre os comerciantes formais e informais , quando a mão-de-obra dos primeiros são abastecidas, inclusive, além dos sues clientes usuários pelo comércio informal dos barraqueiros, fiteiros, entre outros.

Há um jogo de complementaridade que se estabelece e se expande a cada dia nessas vias de circulação. O consumo de frutas de época convive com produtos importados do Paraguai ou da China num mosaico de consumo que se assemelha ao registrado historicamente na cidade do Recife. Há mais de 400 anos, desde quando a população que se deslocava do interior à zona portuária, que utilizava de parada dos seus coletivos para se alimentar e se abastecer dos novos produtos vindos da Europa, principalmente.

O hábito de alimentar-se em vias públicas, quer seja com beijus, tapiocas, peixes e anus (caça existente), e rapadura, foi substituído por hot-dogs, água engarrafada, refrigerantes. Assim como os espelhos e demais produtos importados deram lugar aos acessórios importados.

No entanto, há muito as ordens de costumes, ou as posturas imperiais, subsumiram ou sucumbiram as ordens republicanas e as leis de uso e ocupação do solo, bem como as leis e código da cidade, impondo esteriótipos de relações entre os citadinos desconhecendo os " habitus" que caracterizam a cidade do Recife e sua tradição de mascate.

É nesse contexto que parece uma subversão nada mais é senão a sobrevivência cultural de velhas práticas passadas de geração em geração de se alimentar em vias públicas, de comercializar e realizar ações de trocas de produtos.

Faz-se necessário, isto sim, rever a pretensa ordem instituída que teima em ver a cidade de pensamento hegemônico, inspirada em moldes exógenos, e que negligencia a raiz das relações sociais e históricas que permanece e se reproduz na cidade.

"É nessa perspectiva que constata-se que a cidade vem sendo submetida a um complexo variável de gestão, onde os citadinos, concebem formas características à reprodução dos espaços urbanos" (CERTEAU; M. 1994). É através dessas práticas por eles exercidos e que se materializam no plano das cidades que deve ser contemplado na esfera dae intervenção pública.

Aqui se entende como malha um sistema de linhas de transporte coletivo, sobre trilhos ou sobre pneus, formando malhas que, quando estamos dentro delas, não precisamos andar mais que uma distância que admitimos ser aceitável em termos de conforto e segurança para ir a pé acessando o sistema em um ponto de entrada do mesmo, num ponto de ônibus ou estação de metrô, por exemplo.(CAMPOS FILHO;C. M.,2003)

Há um embricamento cada vez mais singularizado entre a malha viária e essas novas práticas dos citadinos que seestendem pelos espaços públicos. O comércio informal é a face mais contundente desse aspecto. Ele é um termômetro do descompasso entre o planejamento das cidades e a sua gestão peloscitadinos, é o reflexo enfim,da necessidade de sereinventar bairros, rediscutir as malhas viárias nessa ordem que se estabelece. É esse um dos pontos importantes de preocupação desse trabalho.

Revisitar os eixos, relê-los à luz das unidades de moradia, avaliar os impactos na vizinhaça, inclusive numa perspectiva histórica; para então, colaborar no entendimento da cidade em suas dinâmicas e configurações.

O modelo de zoneamento convencional, que amarra a cidade está esgotado. Os instrumentos de planejamento e participação da sociedade, estão disponibilizados no Brasil de forma a fomentar o exercício da cidadania, a exemplo do Estatuto da Cidade. No entanto, persiste a dicotomia entre a cidade real, o bairro real e o bairro planejado. Entre a concepção de habitação , como unidade, e a suamultiplicidade de usos e valores de troca que atualmente ele incorpora. Os espaço públicos hoje, socializam cada vez mais a face das dificuldades de se resolver no plano do indivíduo, do familiar os desafios sociais.

"O ambiente de moradia, uma espécie de âncora do cidadão no espaço urbano, é o nosso ponto de partida, mas não será o focado o ambiente detalhado de moradia, ou seja a arquitetura específica, mas sim o tipo de edífio em que se localiza, e o que este tipo pressuõe como estilo de vida urbano" (CAMPOS FILHO; C:M:;2003). Nesse aspecto, caberia destacar as duas dimensões espaciais implicadas nessa análise, de um lado, a malha viária, os eixos de acessibilidade a esses ambientes

É nessa contextualização que estes estudos sobre os eixos de circulação viária da cidade do Recife avançam.

Tendo o Recife uma organização viária pautada em vias radiais e perimetrais, vias estas que ora se tocam, e, ora se cruzam, facilitando assim o fluxo de pessoas e mercadorias. Neste contexto, convém observar o comportamento das práticas do comércio informal que teatriza-se, ou até mesmo se insere como elementos entranhados em suasconfigurações paisagísticas, permeando uma observaçãoa respeito do comportamento desse setorcomercial informal em todo o espaço metropolitano, o que tornou possível a interpretação do seu comportamento na Cidade do Recife, através de seus principais corredores viários que são: Avenida Engenheiro Abdias de Carvalho, Avenida Boa Viagem,Avenida Caxangá, Avenida Marechal Mascarenhas de Morais, Avenida Norte e Avenida Recife.

Características do comércio informal nos principais eixos de circulação da Cidade do Recife

Avenida Engenheiro Abdias de Carvalho: com seus 4,8 km de extensão,e configura-se como um eixo de interligação inter e intra-urbano. Segundo a lei de uso e ocupação do solo da cidade do Recife n° 16.176/96,esta é classificada como uma artéria principal do município, tendo como função atender ao tráfego de âmbitoregional e metropolitano.

Esta via abriga um setor informal de forma muito discreta. Sendo este representado essencialmente por bancas de revistas e jornais, fiteiros, e vendedores ambulantes.

A via apresenta dois pontos significativos de concentração do setor informal, o primeiro está localizado após a ponte da Madalena nas imediações do Sport Clube do Recife e da FCAP(Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco), onde predomina a comercialização de artigos esportivos (camisetas, bonés, bandeiras, etc.), instalados nas calçadas, dificultando a passagem de pedestres. Diariamente e principalmente, quando a realização de eventos esportivos.

O segundo ponto encontra-se localizado no cruzamento da referida via com a Avenida General San Martin, havendo a predominância da comercialização de alimentos, principalmente frutas, bem como outros diversos artigos, entre eles acessórios para automóveis (flanelas, carregadores de telefone celular, cêras, etc.). Neste ponto os comerciantes não limitam suas atividades às calçadas, fazendo usotambém das pistas de rolamento, contribuindo para o aumento dos congestionamentos no trecho.

Nas outras partes da Avenida o comércio informal apresenta-se como pequenas manchas esparsas.

Avenida Boa Viagem: localizada na porção sul da cidade do Recife, cortando apenas dois bairros (Boa Viagem e Pina) com seus 8 km de extensão (ANDRADE,G. et ali, 2000), esta margeia apraia de Boa Viagem. De acordo com a lei de uso e ocupação do solo a avenida é classificada como um corredor de transporte metropolitano, artéria principal, que tem por função atender ao tráfego de âmbito regional e metropolitano.

Neste eixo o comércio informal apresenta-se de forma bem) peculiar, podendo ser dividido em duas vertentes. Primeiramente, esta tipologia comercial é realizada na areia da praia, com uma grande gama de produtos oferecidos (óculos de sol, bijuterias, brinquedos ,etc), além dos produtos alimentícios (frutos do mar, sanduíches, frutas, picolés, entre outros), que tem como público consumidor banhistas em horário de descanso.

O comércio informal desenvolvido no calçadão irá variar de acordo com o horário, durante o dia, há muitas carroças ou até mesmo carros (adaptados) que estão a comercializar cachorro quente, também neste período ,existe a venda de artesanato e de camisetas temáticas (da Cidade do Recife e do Estado de Pernambuco), principalmente nas proximidades dos hotéis. No período noturno o comércio informal se caracteriza pela comercialização de produtos alimentícios (pipoca, cachorro quente, churrasquinho,etc) no trecho compreendido entre a Pracinha de Boa Viagem e o Segundo Jardim.

Outro ponto relevante a ser observado diz respeito a intensificação da prática do comércio informal, quando ocorrem eventos esportivo e culturais na orla de Boa Viagem. Dentre esteso que requer uma maior observação é o Recifolia (Carnaval fora de época do Recife), pois este intensifica a manifestação do comércio informal, muitos dos comerciantes que ali se estabelecem, são cadastrados pela Prefeitura da Cidade do Recife(ou seja,comércio formal temporário), ocorrendo uma fiscalização dos produtos comercializados, porém, há aqueles que não são cadastrados, logoesses instalaram-se invadindo a praia e as ruas transversais a esta avenida, transformando estas vias. Muitos dos ambulantes residem no interior do Estado e acampam nesta área durante todo o evento. Mesmo em menor dimensão esse processo de invasão nas vias transversais também ocorre durante o desfile do Bloco da Parceria, que se realiza no domingo anterior ao carnaval.

Apesar desta relevante presença do setor comercial informal neste eixo, existe um rigidocontrole por parte do poderpúblico municipal, devido ao o Decreto N°18.408 de 1999, a qual, classifica essa via como: "Corredor Turístico", sendo assim favorecida no que dis respeito a manutençãoe controle do comércio informal.

Avenida Caxangá: é omaior corredor de transporte coletivo em linha reta do estado de Pernambuco, com 6,5 km de extensão, está situado na porção centro-oeste da cidade,cortando 7 bairros, Madalena,Zumbi, Cordeiro, Iputinga, Prado e Caxangá. No que se refere a lei de uso e ocupação do solo, este é classificado como um corredor de transporte metropolitano, artéria principal, com a função de atender ao tráfego no âmbito regional e metropolitano.

Nesta avenida o comércio informal está presente ao longo de quase toda a sua extensão, nas calçadas, nas pistas de rolamento, bem como instalados no canteiro central.

Esta tipologia comercial apresenta-se na forma de ambulantes, fiteiros, bancas de jornal e revistas não cadastrados, além de serviços informais (amoladores de facas, mecânicos, chaveiros, etc).

Nas calçadas estas unidades comerciais irão se concentrar principalmente em frente a grandes equipamentos (como o Hospital Barão de Lucena, Parque de Exposições do Cordeiro, e o Hiper Bompreço (supermercado).

A organização desta categoria comercial nas calçadas, estará disposta ao longo da avenida, ora em aglomerações, ora em manchas dispersas, podendo encontrar-se os mais distintos produtos, em um gradiente que irá variar de hortifrutigranjeiros (frutas e verduras), passando pelas roupas, chegando até equipamentos eletro-eletrônicos (rádios, despertadores, relógios,etc) de origem do Paraguai ou da China.

Na pista de rolamento, se observa a venda de flanelas, bebidas, e doces. No canteiro central da via (espaço destinado à circulação e parada dos transportes públicos), verifica-se a venda de alimentos apenas nos fins de semana, são produtos geralmente oriundos do interior do Estado, como exemplo, vendedores de caranguejo vindos da Zona da Mata Norte (município de Goiana). Mas o que mais se destaca, entre os produtos vendidos nos fins de semana, são os galetos, encontrados ao longo de toda a avenida.

Avenida Marechal Mascarenhas de Morais: Localizada na porção sul da cidade do Recife, corta 4 bairros (Ibiribeira, Boa Viagem, Ibura e Jordão), e possui aproximadamente 6,5 km de extensão. Segundo a lei de uso e ocupação do solo da Cidade do Recife, este eixo é qualificado como corredor de transporte metropolitano, artéria principal.

Neste corredor viário, foi possível detectar uma concentração de carroças utilizadas para a comercialização de alimentos, nas margens da praça, localizada em frente ao Aeroporto Internacional dos Guararapes - Gilberto Freyre, em consequência de um ponto de ônibus, o qual atrai a concentração também do transporte alternativo informal (vans que tem seus itinerários com destino a área sul da Região Metropolitana e às praias do litoral Sul do Estado). Uma peculiaridade apresentada nessa via é a presença em frente ou nas proximidades da locadoras de veículos, de carros estacionados nas calçadas para o aluguel, porém estes, não pertencentes a nenhuma das locadoras. Referente também a locação de veículos, constata-se que, em baixo do Viaduto Tancredo Neves, há de caminhões, para que fazem frete, sendo que estes não tem vínculo algum com transportadoras.

O setor informal, apresenta-se ao longo da via de forma espaçada, representado por bancas do Jogo do Bicho, fiteiros, chaveiros, entre outros. Nesta via pode-se observar concentrações esporádicas de vendedores ambulantes, processo esse que se dá principalmente com a realização de grandes eventos (shows, jogos, convenções, etc) no Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães, conhecido como "Geraldão".

Avenida Norte: encontra-se assentada na porção norte da cidade do Recife, cortando um total de 15 bairros ao longo dos seu 8,3 km de extensão.A maior avenida da cidade é classificada de acordo com a lei de uso e ocupação do solo da cidade do Recife como um corredor de transporte urbano principal, tendo por função específica ligar áreas ou bairros da cidadea porção norte do estado.

O setor do comércio informal nesta avenida manifesta-se de forma tímida. Este se encontra difundido em todo o seu leito, caracterizado principalmente como pontos de Jogo do Bicho, fiteiros, e chaveiros, apresentando-se de forma mais expressiva no cruzamento com a Avenida Cruz Cabugá, onde existe a presença de ambulantes nas pistas de rolamento vendendo jornais, frutas, bebidas, e acessórios para automóveis.

Outra expressão de relevância do setor informal neste eixo se dá anualmente, entre os dias 07 e 08 de dezembro,Festa de Nossa Senhora "do Morro" da Conceição, sendo esta festa a mais importante de todo o calendário eclesiástico da Cidade do Recife. Nesta há uma relevante atuação do comércio ambulante, onde são vendidos artigos religiosos e comida, sendo as lembranças da festa (imagens, chaveiros, rosários e santuários) os produtos preferidos dos fiéis, não faltando também as velas e flores (que servem de oferenda, a N. Sra., pelas graças alcançadas) bastante procuradas pelos mesmos, são as transformações do Espaço vinculado ao espaço sagrado em momentos de romaria. Estas transformações são de grande intensidade que irá influenciar na circulação na avenida, causando congestionamentos, pois a Avenida Norte, é a principal via de acesso a esta manifestação popular.

Avenida Recife, um olhar mais detalhado

Localizada na porção sudoeste da cidade, com 7km de extensão, é o principal eixo de ligação entre a zona sul e a zona norte do Recife, cortando um total de oito bairros (Areias, Estância, Jequiá, Jardin São Paulo, Ibura, Ibiribeira, e IPSEP). Segundo a lei de uso e ocupação do solo, este eixo é classificado como corredor de transporte metropolitano, artéria principal, e tem como função principal atender o tráfego de âmbito regional e metropolitano.

Neste eixo,épossível observar a existençia da atividade do comércio informal distribuída ao longo de todo o seu trajeto, entretanto é importante salientar que essas atividades são realizadas em pontos fixos, e ambulantes aparecem de forma rarefeita.

O comércio informal em pontos fixos aparece nas dependências das residências ou em suas extensões (garagens, estacionamentos condominiais, terraços, etc.). Ao se traçar uma setorialização deste fenômeno, podemos distinguir dois trechos que sofrem grande influência em sua paisagem desses elementos. No primeiro trecho, identifica-se, no estacionamento dos edifícios da Vila da SUDENE (Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste), onde as principais atividades são ligadas ao comércio de água mineral .

O segundo ponto de comércio informal encontra-se próximo ao Hospital Geral de Areias e no estacionamento do Conjunto Residencial Ignêz Andreazza. Este trecho caracteriza-se com a presença de bares, lanchonetes e hortifrutigranjeiros, sendo os principais consumidores os moradores do espaço imediato, além dos pacientes em busca de serviço médico-hospitalar. Ha dois grupos de vendedores ambulantes. O primeiro é composto por vendedores de bebidas (sucos, refrigerantes e água), acessórios automobilísticos (flanelas, cêras, (re)carregadores de telefone celular) e jornaleiros, localizando-se nos sinais de trânsito. Os pontos onde estes encontram-se com mais freqüência são os cruzamento com a Avenida Jean Emile Favre, com a Avenida Dois Rios e com a Avenida Poeta João Cabral de Melo Neto.

Observando este processo de transformação, pode-se afirmar que o comércio exercidos nas extensões das residências (terraços das casas ou nos estacionamentos condominiais), é uma maneira de aumentar a (re)produção do Capital, alterando assim a renda familiar.

Nesse âmbito, cabe destacar a produção doméstica de casa que avança sobre espaços públicos das calçadas, que avança sobre os espaço comuns dos condomínios, em virtude da exiguidade do metro quadrado interno, da ausência de jardins, e também na perspectiva econômica dofortalecimento crescente do mercado informal e das unidades de moradias mistas, que conjugam comércio e residência.

As casa e os edifícios passam a ser unidades ambientais complexas, onde as garagens serve para armazenar produtos e até sediar micro-estabelecimentos comerciais. Ou até, calçadasque setransformam em corredores de comércio.

"Este quadro fica mais evidente nas avenidas de grande circulação exigindo uma atenção especial por parte dos urbanistas. Tem que se pensar essa dinâmica para além da Carta de Atenas, que nos legou um zoneamento especial e territrial que não atende mais a fluidez do espaço" (SANTOS; 1997)

Dentre outros fatores observados na duplicidade de uso (moradia / prestação de serviços); no que conserne as extruturas formais, pôde-se observar nessas habitações a instalaçãode escritórios de Advogados, Contadores, Arquitetos, e principalmente, os Consultórios Odontológicos (em seu maior número na forma de clínicas particulares) e Consultórios Médicos.

No que tange a prestadeserviços, entendidos como comércio, também constatou-se a existência de pequenos "buffets", que tem como clientela a classe média, e média-baixa, que moram nos espaços imediatamente vinculados, a este eixo de circulação, não atingindo assim grandes proporções e representatividade na Metrópole. Ainda nessesetor de fornecimento de alimentos, constata-se também o serviço de encomendas de doces, salgados, e bolos, que são preparados a pedido (gosto) do cliente.

A distribuição/comércio de refeições em marmitas, também conhecidas: "quentinhas", instalam-se nas extensões das residências,não mais nas faces voltadas para a avenida, e sim nas cozinhas,que normalmente, tem como clientela os funcionários de empresas e instituições, presentes ao logo doleito dessa avenida, ou até mesmo aos vizinhos que não têm empregadas domésticas, e necessitam desses serviços para o atendimento de suas necessidades ocasionais e emergenciais, onde normalmente os pedidos são feitos via telefone.

Porfim,a presença do comércio a domicílio, também chamado de porta-a-porta, igualmente pôde-se ser constatado, onde vende-se os mais distintos produtos que variam de comidas típicas (vindas do interior do Estado), sorvetes,passando por cosméticos (normalmente vendidos a partir de catálogos, como: Avon, Natura, Jafra, Contém 1g., etc), chegando até produtos de utilidades do lar até eletro-eletrônicos.

Outro setor informal de grande notabilidade dentro das residências, são os serviços relacionados a beleza: são cabelereiros, massagistas, manicures e pedicures, os quais utilizam seus habitats com lugar de produção de capital, ou nas residência dos clientes.

Esse processo ocorre de maneira flexível,no que diz respeito aos procedimentos de contrato social, pois ai, não será necessário, na maioria das vezes a contratação de funcionários.

Outro fator importante é que essas dependências podem ser vistas também como o principal cômodo da casa, onde se realizará a maior parte das relações sociais, seja na esfera comercial, seja na esfera pessoal, pois é nesse espaço que os moradores irão desfrutar a maior parte de suas horas cotidianas.

Quanto aos aspectos paisagísticos, essas interferências, tem um papel de grande relevância, pois, ao se traçar uma progressão das camadas de formação e da configuração atual desse espaço, iremos detectar que este processo de ocupação dos espaços lindeiros dessas residências é o principal elemento modificador da aparência da avenida, onde, a feição deste eixocomeça a migrar do puramente residencial para feições comerciais, implementando assim novos usos e novas formas.

Uma outra tipologia de ambulante são os galeteiros, possíveis de se encontrar em toda a extensão da via, com presença marcante nos fins de semana e feriados, próximos principalmente aos conjuntos habitacionais.

Dentre as atividades do comércio informal do eixo estudado, é relevante uma peculiaridade da avenida, a presença de dois pontos de revenda de veículos usados, localizados as margens do Conjunto Residencial Ignês Andreazza e na interseção com a Avenida Tapajós. Esse fato merece destaque, pois uma das tipologias mais importantes do comércio formal deste eixo, é justamente as atividades ligadas ao setor automobilístico.(ANDRADE, G. &GOMES,E, 2001).

Discussão final

O comportamento do comércio informal na Cidade do Recife volta-se para o atendimento das populações locais, bem como para os transeuntes que utilizam essas vias como corredores de deslocamento, é neste sentido, que os agentes comerciais irão oferecer em maior quantidadebens de consumo, de utilizaçãoquase sempre imediata, aproveitando também os eventos como forma de garantir uma maior remuneração, ou melhor, remuneração extra, porém não suficiente para ser poupada e reinvestida, por conta da constante renovação, de necessidades e anseios pessoais, ou seja,a partir da "precariedade da existência de uma parcela importante (as vezes a maioria) da população de necessidades, calcadas no consumo das classes mais abastadas. Como resposta, uma divisão do trabalho imitativa, talvez caricatural, encontra razões para se instalar e se reproduzir" (Santos, 1997.).

Como resultante verifica-se " uma variedade infinita de ofícios, uma multiplicidade de combinações em movimento permanente, dotadas de grande capacidade de adaptação"(Santos, Op.cit) como podemos observar, a multiplicidade de bens oferecidos nas avenidas do Recife estão dentro das necessidades atuais de consumo da sociedade, tornando-se assim: " Adaptáveis, plásticas, adaptam-se a si mesma,mediante incitações externas" (Santos Op.cit), na busca constante de uma adaptação (agregação) de valoresreferentes às necessidades dos indivíduos consumidores, que a cada dia quepassa, aumenta e se diversifica tanto dos atores responsáveis pela prática do comércio informal, como a gama de produtos (bens de consumo) oferecidos pelos mesmos. Sejam nas pistas de rolamento, nas calçadas ou até mesmo nas extensões de suas residências.

Fato esse que carreceu uma observação mais apurada na Avenida Recife, pois neste eixo, este processomexe na configuaração das formas, usos e ocupações, onde as casas, apartamentos e estacionamentos, estão gradativamente, deixando de ser exclusivamente locais de habitação,neste caso

" é indiscutivelmente próprio do espaço um constante processo de reorganização, envolvendo a heterogeneidade dos segmentos sociais que constituem. Os proprietários dos meios de produção, os proprietários funcionários, os promotores imobiliários, o Estado e os grupos sociais excluídos, apesar das eventuais diferenças estratégicas, seguem a propósito dominantes da sociedade capitalista, ou seja, a reproduçãodas relações de produção, o que implica tanto numa continuidade do processo e acumulação quanto na tentativa de minimizar os conflitos de classes." (Corrêa,1995).

Partindo desse enfoque, o edifício destinado a residência, à habitação é o objeto da passagem de valor de troca, e dentro dessa troca, não só pelo que representa como um equipamento dentro da cidade, mas sim pelo que permite vender negociar dentro do espaço da cidade, mas sim pelo que propicia pelo que permite vender negociar dentro do seu espaço, o que da base para afirmar que a residência está passado a ser também local de (re)produção e reforço do Capital e da Renda Familiar, o que pode ser entendido, como processo em expansão das novas formas de viver na cidade em tempos de crise.
 

Bibliografia

ABREU, Maurício de Almeida. O estudo geográfico da Cidade no Brasil: evolução e avaliação. Contribuição àHistória do Pensamento Geográfico Brasileiro. In: Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro: IBGE.,1994. v56, n.14, p 1-308

ANDRADE, Gevson S. & GOMES, Edvânia T. A. Analise da Paisagem de um dos princípais eixos de Expressão da Cidade do Recife, a Avenida Recife - uma leitura de sua dinâmica. In: Anais do IX Congresso de Iniciação Científica da UFPE. Recife: Editora Universitária da Universidade Federal de Pernambuco, 2001. Vol. 1.

ANDRADE, Gevson S. & GOMES, Edvânia T. A. Estudos sobre antigos caminhos na Cidade de Recife: análise de paisagem de um dos grandes eixos metropolitanos de circulasão- Avenida Recife (Recife-PE) In: Anais do XII Encontro Nacional de Geografia. Florianópolis: 2000.

ANDRADE, Gevson S, et ali.A formação histórico-geográfica do Bairro de Boa Viagem: O papel dos atores sócio-espaciais. In: I congresso de Ensino Pesquisa e Extenção da UFPE. Recife: Editora da Universidade Federal de Pernambuco, 2000. Vol. II.

ANDRADE, Manoel Correia de. Recife: uma problemática de umametrópole de região subdesenvolvida. Recife: Universitária. 1979. 120p

CAMPOS FILHO, Candido Malta. Reinvente seu bairro - Caminhos para você participar do planejamento de sua cidade. São Paulo: Editora 34, 2003.

CARLOS, Ana Fani Alessandri, A Cidade. 3° ed.. São Paulo: Contexto,1997.98p

CASTRO, Iná Elias de (org). Geografia Conceitos e Temas. 2° ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 200. 352p.

CAVALCANTI, Clóvis. A viabilidade do setor informal: a demanda de pequenos serviços no grande Recife. 2°ed. Recife: Massagana,SUDENE,1983. 160p.il.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano:1Artes de fazer. Petropólis: Vozes,1994.

CÔRREA, Roberto Lobato. Região e organização espacial. São Paulo: Ática, 1991,93p.(princípios)

CÔRREA, Roberto Lobato. O Espaço Urbano. São Paulo: Ática, 1995,(princípios)

GOMES, Edvânia Torres Aguiar. Recortes de Paisagens da Cidade do Recife : Uma abordagem geográfica. 1997. 305f. Tese (Doutorado em Geografia Humana). Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo.

GOMES, Edvânia Torres Aguiar. "Paisagem" Trilha fugaz e permanente na análise dos espaços. In: Revista da Geografia. Recife: UFPE/DCG/NAPA, v11,n.1,p19-35.jul/dez 1996.

GOMES, Edvânia Torres Aguiar. Paisagem uma janela transdiciplinar. In: Revista de Geografia. Recife: UFPE/DCG/NAPA, v12, n.2, p45-77. jul/dez 1997.

SANTOS,  Milton.  A Natureza do Espaço: Técnica e tempo, razão e emoção. 2° ed. São Paulo: HUCITEC,1997, 308p.

SANTOS, Milton. O espaço do Cidadão. São Paulo: Nobel,1987. 142p (coleção espaço)
 

© Copyright Gevson Silva Andrade y Edvânia Torres Aguiar Gomes, 2003
© Copyright Scripta Nova, 2003

 

Ficha bibliográfica:
ANDRADE, E. S. y GOMES, E. T. A. O estudo do comércio informal ao longo dos principais eixos de circulação da cidade do Recife - Brasil: a moradia como local de (re)produção do capital, o caso da avenida Recife. Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2003, vol. VII, núm. 146(044). <http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-146(044).htm> [ISSN: 1138-9788]

 
Índice de Scripta Nova
Menú principal