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Scripta Nova
REVISTA ELECTRÓNICA DE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES
Universidad de Barcelona. ISSN: 1138-9788. Depósito Legal: B. 21.741-98
Vol. VII, núm. 146(080), 1 de agosto de 2003

A CONSTRUÇÃO DE VILAS OPERÁRIAS NO SUL DO BRASIL: O CASO DE GALÓPOLIS

Vania Beatriz Merlotti Herédia
Universidade de Caxias do Sul, Brasil.

A construção se vilas operárias no sul do Brasil: o caso de Galópolis (Resumo)

A construção de vilas operárias[1] tem como finalidade a imobilização da força de trabalho para o processo fabril, garantindo, através da sua disponibilidade, a reprodução da mesma. No final do século XIX e na primeira década do século XX, não era tarefa fácil contratar força de trabalho especializada para o trabalho industrial. Dessa forma, a existência de vila operária resolvia em grande parte a sistematização da força de trabalho, uma vez que a classe patronal, mantendo a vila com seus operários, reproduzia a força de trabalho dentro do ambiente fabril. Os filhos dos operários aprendiam o ofício com os próprios pais e, além da reprodução do próprio ofício, reproduzia-se à consciência coletiva existente na vila. Este estudo foi dividido em duas partes: a primeira trata de um breve histórico da vila operária de Galópolis e a segunda das políticas sociais adotadas pela indústria têxtil na manutenção dessa vila e os mecanismos utilizados para atrair força de trabalho.

Palavras chave: vila operária, condições de moradia, políticas sociais, retenção da força de trabalho.

The construction of workers village in the south of Brazil: Galópolis case (Abstract)

The purpose of building worker’s villages is to immobilize labor force for the factory process, thus guaranteeing its reproduction through its being available. At the end of the 19th century and in the first decade of the 20th century hiring specialized labor force for the industry was no easy task. So the existence of a worker’s village solved to a greater extent the systematization of labor force, since employers, by keeping a village with its workers, reproduced the labor force inside a factory environment. Worker’s children learned their parent’s craft, and so they reproduced not only their own craft but the village’s collective consciousness too. This study is divided in two parts: the first one is a brief history of Galópolis worker’s village, and the second deals with social policies adopted by the textile industry in the maintenance of this village, and the mechanisms used to attract labor force.

Key words: worker’s village; housing conditions; social policies; labor force retention.

Os primórdios da vila operária de Galópolis

Os primeiros colonos italianos que se instalaram nos lotes coloniais que constituíam o povoado de Galópolis faziam parte do programa oficial de imigração financiado pelo governo brasileiro, para ocupar e colonizar aquelas terras. Esses colonos eram proprietários de pequenos lotes e se dedicaram a culturas de subsistência, visto que o local era cercado de morros e não era propício à agricultura extensiva e à criação de gado.

O início do povoado de Galópolis data dos primeiros anos da imigração italiana. Há registros de famílias que se instalaram na localidade em 1876, na época chamada de "Desvio do Morro". Os limites da vila se situavam na extremidade sul da Quinta Légua de Caxias e ao Nordeste da Terceira Légua. Os lotes que formavam o povoado estavam localizados na Quarta Légua, nos Travessões de Barata Góes e Vêneto. Alguns desses colonos, anos mais tarde, resolveram construir um barracão para abrigar uma Cooperativa Têxtil, que se chamaria Societá Tevere e Novitá. Foram eles que fundaram a futura vila operária, alguns eram de origem camponesa e outros de formação artesã, provenientes das comunidades de Schio e Valle dos Signori[2]. As famílias operárias que faziam parte dessa cooperativa provinham da zona têxtil de Schio em Vicenza e haviam emigrado devido a conflitos salariais no final do século XIX.

A localização geográfica dos lotes coloniais, negociados com esses emigrantes, não propiciava atividades no setor primário e estimulava a organização de atividades secundárias, semelhantes àquelas deixadas na antiga pátria. A formação de uma cooperativa têxtil lhes garantia, pela união de seus recursos econômicos, a compra de alguns teares. Essa iniciativa acolheu, além dos operários italianos, alguns colonos imigrantes que já habitavam no povoado e incorporaram o sonho de fazer a América.

A posse da pequena propriedade, o trabalho na própria indústria, o emprego aos filhos e o investimento em seus trabalhos agrícolas foram fatores determinantes na construção de Galópolis. Esses fatores permitiram a mudança da condição econômica e do estrato social dos primeiros emigrantes em confronto com a antiga situação social vivida da terra de partida. Com muito trabalho, esforço e dedicação começaram a construir, na nova localidade, uma paisagem com características européias, a partir das condições encontradas no local.

A formação do povoado inicia-se com a chegada dos colonos imigrantes italianos. Porém, a vila operária começa a ser construída a partir de 1912, quando a antiga cooperativa se funde com a Casa Comercial Chaves & Almeida. Essa Casa era uma empresa comercial que atuava desde 1864 e era reconhecida no mercado regional e nacional. Alguns anos antes, a cooperativa têxtil dos antigos operários italianos havia sido vendida para um empresário italiano que a havia transformado numa Companhia de Tecidos de Lã. A fusão deu origem à primeira grande indústria têxtil da região e foi chamada Sociedade Chaves Irmãos.

As primeiras casas da vila operária foram construídas para abrigar a força de trabalho estrangeira contratada pela fábrica, a fim de mover os novos teares mecânicos comprados na Europa. Com a formação da Sociedade Chaves Irmãos, os novos proprietários decidiram implantar um plano habitacional que garantisse a fixação da força de trabalho em torno da fábrica. Era um momento em que as empresas industriais se preocupavam com a manutenção da força de trabalho, principalmente porque não era fácil encontrar bons tecelões e tintureiros, ou seja, força de trabalho especializada. Por isso, a criação de uma vila operária solucionava esse problema à medida que garantia a fixação e imobilização da mão-de-obra especializada.

O modelo de indústria com vila operária não era um projeto novo em termos de indústria têxtil no Rio Grande do Sul, visto que a Companhia União Fabril de Rio Grande, fundada em 1873, sob o nome de Rheingantz e Vater, tinha sido a primeira indústria brasileira a fabricar tecidos de lã[3] e havia desenvolvido uma experiência de vila operária, com habitações para operários, escola, armazém, cooperativa, auxílio mútuo e associação beneficente.

Entretanto, para o terceiro distrito de Caxias era uma proposta inovadora e atingia o objetivo de manutenção da força de trabalho familiar e, ao mesmo tempo, a sua reprodução. A vila foi sendo construída à medida que a própria fábrica se expandia.

As primeiras casas eram de madeira, e as dimensões variavam. Construíram casas de dois cômodos e de três cômodos, usando sempre o mesmo projeto residencial. As casas possuíam jardim e uma horta. Ercole Gallo, o empreendedor dessa iniciativa, preocupava-se com a instalação dos operários, visto que conhecia as dificuldades dos imigrantes por ter sido também um imigrante.

Segundo livro de correspondência da fábrica, Ercole Gallo providenciava junto à Empresa Comercial o necessário para a ocupação das casas pelos mestres estrangeiros. Esses operários possuíam uma situação privilegiada por disporem de certos recursos naturais que lhes garantiam a reprodução social diferente daquela dos trabalhadores urbanos típicos. Isso não significa que tenham tido melhores condições de trabalho dentro da fábrica, mas certamente influenciou as condições da qualidade de vida.

Enquanto a Companhia de Tecidos de Lã era de propriedade dos operários imigrantes, cada qual tinha a sua casa. A partir da expansão do lanifício, com a entrada da empresa que representava o capital comercial, o grupo Chaves & Almeida, as casas para os operários eram de propriedade da fábrica e haviam sido construídas pela mesma, com o intuito de abrigar o número suficiente de operários de que necessitava.

Em 1928, essa empresa se torna uma sociedade anônima e nessa data a fábrica possuía uma área de 484.243 m2, tendo sob seu controle 43 casas utilizadas para a moradia de operários[4]. Alguns anos após a formação dessa sociedade, a fábrica criou uma turma de operários para melhorar a qualidade das casas feitas, ainda na época de Ercole Gallo. Logo, pode-se afirmar que a manutenção e a conservação das casas era feita pela fábrica que dispunha de pessoal específico para esse fim.

Quem estabelecia o direito dos operários sobre as casas era a diretoria da fábrica ou os seus representantes. Existia uma lista para a ocupação das casas, e as indicações eram feitas também pelos mestres, segundo as inscrições feitas na gerência pelos operários. Esses se inscreviam e em geral eram aceitos devido à necessidade de força de trabalho.

Segundo o estudo feito para a Revista Paulista de Indústria em 1955, a fábrica possuía 80 casas e atingiu o número máximo de 116. Os moradores pagavam um aluguel simbólico, variável, conforme a área construída da casa e o cargo na fábrica. As despesas de água e luz eram controladas pela fábrica”.[5]

As casas eram preferentemente alugadas, e, somente em 1974, é que houve a possibilidade de compra e venda de algumas dessas casas. Por muito tempo, não se falou em comprar as casas da fábrica. A própria casa do gerente era de propriedade da fábrica. A casa era oferecida pela empresa dependendo da situação ocupacional do operário no processo fabril. Representava um elemento de interiorização do operário frente ao patrão, da dominação que se submetia. A uniformização das casas, o controle direto da fábrica, sobre o conjunto das condições materiais de sua vida social extra-fábrica, como água, luz, auxílio material, remédios, médicos, etc., eram elementos componentes dessa interiorização.

As casas operárias foram construídas uma ao lado da outra; eram casas iguais, geminadas, ocupando o quarteirão inteiro e aproveitando os terrenos da fábrica. Prédios de mais de dois andares não existiam na vila. O estilo arquitetônico era semelhante ao das construções de origem italiana, apesar da substituição do elemento pedra pela madeira, comum no início da imigração. A semelhança com as vilas européias não é pura coincidência. A experiência, o estilo e a cultura comum foram traços transportados por esses imigrantes e mantidos por diversas gerações.

Segundo Sérgio Lopes,[6] a variedade de estilos de vilas operárias não altera o objetivo principal de sua existência que é o da imobilização da força de trabalho. Não obstante todas elas apresentarem vantagens para os proprietários, a forma escolhida pela maioria é a do arruado, devido à vantagem da visibilidade imediata sobre o agrupamento de operários pelo observador hierárquico, que é aquele que representa a administração da fábrica. O controle, a vigilância e a observação, mesmo indiretas, são constantes nesse tipo de vila. Isso representa para o gerente a assiduidade dos operários, sua pontualidade. Ter o operário próximo garante a manutenção e continuidade do processo fabril.

A construção de vilas operárias pressupunha que os trabalhadores se locomovessem juntamente com suas famílias devido ao alojamento. As casas eram construídas para facilitar a vinda de operários ao local do trabalho, principalmente porque, no início da fábrica, a mão-de-obra era escassa e tê-la à disposição representava um investimento seguro pela estabilidade que oferecia à empresa.

A vila de Galópolis teve 700 operários que viviam exclusivamente das atividades fabris.

“As edificações construídas para a moradia de operários constituem um conjunto  de oitenta residências dotadas de todos os requisitos de conforto, dispondo de espaço e condições excelentes de ventilação  e iluminação.”[7]

O oferecimento da moradia aos operários tinha o papel da atração de força de trabalho de que a indústria necessitava. A continuidade das famílias na vila operária, através do emprego da parentela, garantia a constituição e a permanência de uma força de trabalho fabril, permanentemente renovada através do crescimento da prole. A manutenção das relações pessoais estabelecidas com os gerentes garantia a minimização dos conflitos que poderiam surgir entre operários e a fábrica. Sinal dessas relações é a própria inexistência de conflitos organizados no decorrer da evolução da mesma.

Entretanto, o caso de fábrica com vila operária pressupõe que o domínio do capital “ultrapassa a esfera do trabalho e penetra na esfera doméstica dos trabalhadores.”[8]

A vila operária de Galópolis cresceu junto e a partir da fábrica. O isolamento acentuava a dependência entre o domínio do trabalho e o domínio da moradia. O fato de o patrão oferecer moradia garantia, portanto, o trabalho. A grande maioria dos operários do lanifício era oriunda da própria vila, e se sentia a influência direta da fábrica na vida dos operários. Houve sempre uma forte interferência da fábrica na vida de seus operários.

Nos primeiros tempos da fábrica, o operariado era movido por relações pessoais caracterizadas pelo paternalismo dos proprietários em relação aos seus empregados. Pode-se dizer que as relações pessoais existentes entre o gerente e os empregados eram relações de trabalho, marcadas pelas mais ambíguas e contraditórias relações de subordinação, obediência, temor, lealdade, amizade e paternidade[9]. Somente em poucos casos, encontram-se relações baseadas em traços de identidade profissional.

Segundo uma série de depoimentos dos antigos operários e membros dessas famílias, a fábrica havia criado uma série de espaços sociais em que o operário supria praticamente todas as suas necessidades dentro dos limites da vila. Em conseqüência, desencadeava um processo de isolamento que, por si só, não permitia a comparação com outros estilos de vida, conquistas e lutas sociais. Por outro lado, produzia uma identidade de grupo que por muitas décadas foi o elo dos habitantes de Galópolis. A recordação do período de trabalho na fábrica era expressa com uma certa satisfação e com o orgulho de ter sido operário do lanifício, mesmo aceitando problemas que, em geral, envolviam a classe operária[10].

Dos entrevistados, um apenas expressou com muita mágoa a questão da exploração, sendo que a maioria citava os baixos salários como uma condição natural da organização industrial no Brasil, sem referir ou acusar a fábrica de retirar parcela de bons lucros sobre o baixo pagamento da força de trabalho. É interessante salientar que nos depoimentos feitos os antigos operários mostravam uma certa nostalgia daqueles tempos. Para os mais antigos, os bons tempos representavam as condições favoráveis encontradas na zona colonial italiana de Caxias, sem jamais esquecer a real situação da zona de origem abandonada onde faltava o pão diário e não existia possibilidade de trabalho.

Pode-se afirmar que a vila de Galópolis cresceu a partir das condições investidas pelo lanifício. Quando o lanifício se transformou em Sociedade Anônima em 1928, percebia-se o domínio econômico da unidade produtiva sobre a vila. À medida que o lanifício crescia, incorporava praticamente todas as atividades econômicas presentes na vila. As atividades principais encontradas nesse distrito eram os moinhos, o trabalho com a madeira, os alambiques e casas de secos e molhados que abasteciam a mesma.

Aspectos socioeconômicos da vila operária

Segundo o Censo Demográfico Municipal de 1932[11], Galópolis possuía uma população de 2.300 habitantes, sendo 1.163 homens e 1.137 mulheres. Destes, 1.710 eram de nacionalidade brasileira, 566 italianos, 19 alemães e 5 de outras. A porcentagem dessa população de alfabetizados era de 69,21% e de analfabetos 30,79%. A religião católica era predominante, ou seja, possuía 2.206 católicos com a presença de 94 luteranos.

Esses dados permitem traçar um perfil da população da vila, reforçando o que em vários momentos foi ressaltado, ou seja, a influência da cultura italiana, a forte presença do sentimento religioso, a dependência da fábrica como principal atividade do local.

Em 1950, a população da vila de Galópolis era calculada em 1.705 habitantes na zona urbana e 3.164 na zona rural. Em 1970, Galópolis era o oitavo distrito de Caxias e contava com uma população na vila de 2.207 habitantes e na zona rural de 4.525 habitantes, perfazendo um total de 6.832 pessoas. Em 1976, a população da vila era de 2.211 habitantes, sendo que 537 trabalhavam na fábrica[12], e a maioria dessa população dependia do lanifício.

Esse dado demonstra que não houve crescimento nas taxas da população da vila no período de 1930 a 1970. Isso não significa que a indústria não tenha crescido. Ao contrário, a Companhia Lanifício São Pedro S.A. cresceu qualitativamente, através do incremento do seu capital, dos seus investimentos e principalmente através da inovação tecnológica que permitia aumentar a produção com um número menor na força de trabalho.

As atividades desenvolvidas em torno da fábrica haviam sido instaladas para atender a população do local. Segundo o Censo Econômico Municipal de 1932, as atividades comerciais de Galópolis eram de pequeno porte, apenas para suprir o consumo dos habitantes da vila. A vila possuía: açougues, armazéns de secos e molhados, barbearia, botequim, negócios de calçados, artefatos e malas, ferragens e louças, farmácia, hotel e pensão[13].

Confrontando com os dados do município de Caxias do Sul, que apresentavam 450 estabelecimentos comerciais com 486 empregados e um capital de Rs.13.117:325$000, os dados de Galópolis são praticamente inexpressivos, visto que possuía no total apenas 15 estabelecimentos com 5 empregados[14]. Estes dados mostram que nesse período a atividade econômica preponderante de Galópolis era o lanifício, visto que as demais atividades eram insignificantes em confronto ao crescimento do município. Nenhuma das atividades comerciais citadas desempenhava papel fundamental para a cidade de Caxias, ou para os outros distritos. Eram atividades necessárias para a manutenção da vila operária. Outro dado que se pode constatar é que não existiam atividades comerciais de vulto, visto que o poder aquisitivo dos operários era baixo. Logo, novos investimentos eram feitos na sede do município e não em Galópolis. Em 1936, a criação da Cooperativa São Pedro S.A. afetou o comércio local, uma vez que a maioria dos operários utilizava esse comércio pelo fato de poder dispor do crédito da fábrica e descontar do salário seus gastos mensais.

Não se pode deixar de observar que a construção da Rodovia Federal Getúlio Vargas deveria ter influenciado o crescimento da vila operária, na década de 40. Essa rodovia, que liga o Rio Grande do Sul ao centro do país, prometia no seu traçado trazer o progresso por onde passasse. Esperava-se, portanto, com a construção dessa estrada federal, uma certa transformação na vila operária. Porém, esse fato não chegou a alterar a sua função econômica, visto sua proximidade com a cidade de Caxias. Galópolis era um lugar de passagem, e a sua principal atividade era o lanifício. Quem passava pela nova rodovia percebia a estrutura industrial do local.

A política da vila operária e o paternalismo industrial

A política social adotada pela Companhia, em todo o seu percurso, demonstrou os mecanismos de controle da força de trabalho utilizados pelos proprietários da fábrica.

No período considerado de expansão da vila[15], houve uma maior agregação dos habitantes em torno de algumas causas comuns, como a construção de uma igreja, a criação de um Círculo de Leitura com biblioteca e sede social; a fundação de uma cooperativa de consumo, vinculada à fábrica; a escola, a formação do sindicato, etc.

As construções refletiam a prosperidade econômica que o lanifício trouxe à vila naquele período. Além da questão da moradia, a fábrica tinha o controle sob as demais instituições de que participavam os operários no seu cotidiano.

A política social foi sendo implantada gradativamente, tendo, na gestão do gerente João Laner Spinato, atingido um clima de maior participação da fábrica na vida dos operários. Protagonista de uma série de inovações em Galópolis desempenhou um papel fundamental na política administrativa, tanto no que se referia à estrutura da produção quanto no controle da força de trabalho da Companhia Lanifício São Pedro S.A., nos 30 anos de gerência da mesma. Com formação acadêmica e com profunda convicção religiosa, influenciou diretamente a política interna da fábrica e a vida na vila. Como gerente tinha a função central de orientar e controlar os problemas da força de trabalho, tendo a direção da Companhia lhe delegado todos os poderes para atingir esse fim. Como o lanifício situava-se no município de Caxias do Sul, e a sede da Companhia era na Capital do Estado, era necessário um homem de confiança, de autoridade e de capacidade para a direção interna. Observa-se que em nenhum período os proprietários habitaram na vila, o que comprova a confiança depositada pela administração nesse gerente.

Entretanto, não se pode negar que existam traços de dominação em relação a operários que vivem em uma vila operária. No caso em estudo, a dominação não aparecia através de um controle repressivo, violento e direto. Existia todo um processo de dominação informal que impunha a aceitação de uma série de regras e comportamentos, através das instituições de que mais freqüentemente os operários participavam, englobando a escola, a cooperativa, a igreja, o sindicato e as mais diversas formas de recreação. A fábrica praticamente financiava todas essas atividades, e como conseqüência tinha ascendência sobre elas, podendo agenciar as estratégias empregadas para o seu domínio.

Esse fato gerava um espírito de reciprocidade onde a submissão, a obediência, o respeito e o medo eram trocados pela estabilidade no emprego e lugar fixo na vila. O operário ao pagar a taxa irrisória de seu aluguel, recebia a garantia de mais um mês de manutenção do seu grupo familiar. Assim, a dívida com o patrão aumentava, e ele valorizava tudo aquilo que lhe era concedido, não como um direito decorrente do processo de trabalho, mas como uma troca desigual, na qual ele mesmo se via como um ser inferior sem condições de se valorizar.

A assistência religiosa foi um dos elementos de integração entre os operários, uma vez que a fábrica providenciou a instalação de um padre para atendimento espiritual dos operários. A partir do ano de 1924, a vila contava com um padre, com residência fixa em Galópolis. Esse pároco era sustentado por uma mensalidade da fábrica[16], até ser criada a paróquia. Dessa forma, os operários não necessitavam sair da vila para ter atendimento espiritual. A atuação dos religiosos na vila foi uma constante, devido ao forte sentimento religioso presente em seus habitantes.

Em novembro de 1929, foi fundado o Círculo de Leitura que, mais tarde, transformou-se no Círculo Operário Ismael Chaves Barcellos, em homenagem ao Diretor Presidente da Companhia. O Círculo de Leitura foi criado por um grupo de 13 operários que acreditavam que essa instituição poderia oferecer à classe operária melhores condições de vida, dentro e fora da fábrica. Os fundadores foram João Laner Spinato, José Canale, Hygino Lunardi, Kurt Glaser, Ampélio Dal Pozzolo, Theodoro Boese, Antônio Filippi, Giácomo Menegoto, José Stragliotto, Batista Canuto, João Vial, Antônio Comerlato e Erich Kahle.

Os princípios que regiam a atividade do Círculo Operário eram baseados na Doutrina e na Moral Cristã, sustentados pelo “código divino e inigualável de justiça, respeito mútuo, amor e harmonia entre os homens”[17]. O Círculo Operário de Galópolis baseava-se nas Encíclicas Rerum Novarum de Leão XIII e Quadragesimo Anno de Pio XI e tinha como lema a fórmula de Toniolo: “O trabalho cada vez mais dominante, a natureza cada vez mais dominada e o capital cada vez mais proporcionado[18].” O Círculo Operário existia como forma de amenizar os conflitos entre capital e trabalho. Em Galópolis, a transformação do Círculo de Leitura em Círculo Operário era proveniente da preocupação do pároco local com a expansão do movimento sindicalista no Brasil e com a divulgação de idéias comunistas[19].

O Círculo Operário proporcionou aos seus associados, além da assistência médica, farmacêutica e jurídica, uma assistência profissional que resultou na organização da Associação Profissional de Trabalhadores na Indústria de Fiação e Tecelagem, e mais tarde na criação de seu sindicato. Também estimulou a organização de uma cooperativa e de uma caixa de socorros mútuos para auxiliar doentes, família de sócios falecidos, e ainda tratar de problemas referentes à habitação.

Essa instituição social tinha uma proposta de lazer que abrangia uma série de jogos com a finalidade de entreter e divertir seus associados. Entre eles o jogo de bochas, pingue-pongue, jogos de mesa e o futebol. O Círculo Operário ainda contava com uma biblioteca, um restaurante, um salão de festas onde ocorriam os casamentos e as festas da vila. A grande vantagem dos sócios em relação a esses serviços era que a fábrica os subvencionava, facilitando o acesso de todos. Esse círculo, lembrado pela maioria dos entrevistados, pelas oportunidades recreativas que propiciou à população da vila, foi por muitos anos ponto de reunião e de discussão de uma série de questões concernentes ao funcionamento da localidade. Sua dinamicidade começa a se enfraquecer à medida que é organizada na vila a "Sociedade Recreativa Amigos de Galópolis" em 1962. Essa sociedade atuou sem o compromisso e o financiamento da fábrica, pois tinha o objetivo específico de agregar os habitantes do local, e reagir contra o monopólio criado pelo lanifício em torno das principais atividades sociais.

O Círculo propiciou também a criação da "Caixa de Socorros Mútuos", que se consolidou como mais uma obra de assistência social gerenciada pela fábrica. Essa Caixa obedecia a um regulamento simples, prático e eficiente, que consistia na formação de um pecúlio ou fundo de Caixa, onde os operários contribuíam com pequenas mensalidades calculadas proporcionalmente aos seus salários e mais a contribuição de 1$000 réis mensais para cada pessoa da família a quem desejavam proporcionar os benefícios da mesma. Além dessas mensalidades, contava com os donativos periódicos da administração da fábrica, que subvencionava o atendimento médico. Através dessa Caixa, a fábrica tinha condições de cobrir os gastos de cerca de mil pessoas, proporcionando-lhes assistência médica, hospitalar, intervenções cirúrgicas, exames clínicos e consultas especializadas[20].

Outro dado importante de destaque, como mecanismo institucional para a manutenção e sobrevivência da força de trabalho, foi a criação de uma cooperativa organizada inicialmente por sugestão do Gerente e do Guarda-Livros da fábrica Pery Paternoster. Com um capital inicial de 30 mil contos de réis e com 279 associados, deu-se início à Cooperativa de Consumo São Pedro Ltda[21]. Essa atividade nascia com o intuito de melhorar as condições de vida dos operários do terceiro distrito de Caxias do Sul, sem intenções de lucro, eliminando o papel do intermediário comerciante, devido à localização da vila estar distante da sede urbana de Caxias. Essa empresa comercial barateava os gêneros de primeira necessidade e garantia aos operários, alimentação básica a preço de custo, com a possibilidade de pagamento a crédito. Os estatutos foram organizados por João Laner Spinato e Pery Paternoster, sendo o primeiro o seu primeiro-presidente, o segundo seu secretário e tendo como gerente da mesma  Generino Nissola. Este, mais tarde, foi substituído por Beno Schneider, Settimo Marchioro, Nilo Forner, Luiz Antonio Felippi. Os sucessores do presidente foram Pery Paternoster, Heinz Loges, Arlindo Vignochi, Francisco João Kintschener, Aquilino Rossato Filippi e João José Moschen.

A preocupação com a vila, por parte de quem a gerenciava, manifestava-se em todas as esferas: da questão educativa, religiosa, sanitária, social, à recreativa, justificada sempre com o fim de suprir as necessidades básicas da comunidade operária, como se pode observar no tipo de atividades desenvolvidas pela fábrica.

Além das atividades ressaltadas neste estudo, duas iniciativas merecem especial consideração: a fundação de duas escolas para atendimento aos filhos dos operários[22] e a criação do Sindicato distrital.

l) A primeira diz respeito à importância que o lanifício atribuiu à escola, como elemento de formação da força de trabalho. Após a tentativa de cursos noturnos aos operários e a participação dos filhos dos mesmos, em escolas estaduais, no final de 1933, o gerente da fábrica assinou um contrato com os padres Josefinos para a instalação de um colégio religioso que atendesse aos interesses da população de Galópolis. Essa escola chamada "Colégio Chaves Irmãos", funcionou de 1934 a 1937, sob a direção da ordem religiosa "Pia Sociedade de São José", com atendimento exclusivo de crianças do sexo masculino. No mesmo ano, a fábrica fundou o Colégio "Manoela Chaves", coordenado pelas irmãs do "Imaculado Coração de Maria", à clientela do sexo feminino, sendo essa escola totalmente destruída de um incêndio em julho de 1937. No início daquele ano, houve um sério desentendimento entre um dos padres Josefinos com o gerente da fábrica, resultando no fechamento da escola e na retirada dos padres da vila.

Devido a esse fato, as religiosas do "Imaculado Coração de Maria" passaram a atender os alunos de ambas as escolas, devido à solicitação dos proprietários da fábrica[23]. Esta mantinha estreitos laços com a escola, uma vez que a financiava e tinha interesse em oferecer alguns serviços aos seus operários. Entre esses serviços estavam incluídos o funcionamento de um jardim-da-infância que aceitava crianças dos 3 aos 7 anos, possibilitando à força de trabalho feminina ocupar-se em turno completo na fábrica e a cursos de aperfeiçoamento de corte e costura, cursos de datilografia, etc. Essa escola permaneceu em Galópolis por quase 40 anos, sempre a serviço de sua comunidade e de sua mantenedora. O patrimônio desse colégio foi vendido ao governo estadual, sendo instalada nesse prédio uma escola estadual de primeiro grau.

2) A segunda iniciativa foi a formação de um sindicato que controlasse a força de trabalho e agisse dentro dos limites da Justiça do Trabalho. O Sindicato dos Mestres, Contramestres e Trabalhadores na Indústria e Tecelagem de Galópolis foi criado pelos mesmos operários que haviam se mobilizado para criação do Círculo Operário Ismael Chaves Barcellos e da Associação Profissional de Trabalhadores na Indústria de Fiação e Tecelagem de Galópolis.

Segundo a Carta Constitucional de 1937[24], o sindicato deveria ser reconhecido pelo Estado para poder atuar como representante legal da categoria de produção. Na tentativa de mobilizar os sindicatos, Getúlio Vargas havia promovido uma campanha de sindicalização massiva no país. Isso através da criação do imposto sindical que deveria ser pago compulsoriamente por todo empregado, sindicalizado ou não, no valor de um dia de trabalho[25]. Essa medida trouxe como efeito um aumento no número de sindicalizados como também um número crescente de sindicatos. Os operários procuravam formar seus sindicatos para poder usufruir de seus direitos.

Em fevereiro de 1942, os operários de Galópolis recebem a carta de reconhecimento do seu sindicato, sendo esse o sindicato distrital mais antigo do país[26]. A partir dessa data, inicia-se um movimento dentro da vila para sindicalizar os operários. Infelizmente, essa instituição assumiu um caráter assistencialista, como grande parte de sindicatos no país. A política de Getúlio Vargas havia atingido um de seus objetivos que era regular e conhecer o mercado de trabalho, sendo o sindicato um dos instrumentos jurídicos para tal fim.

Dessa maneira, essa entidade começa uma fase de trabalho junto aos seus associados, partindo do princípio da necessidade de aplicação da lei. A esse respeito, explica detalhadamente aos seus participantes a organização das leis de trabalho[27], os direitos e os deveres de cada trabalhador. Em 1945, houve pela primeira vez a discussão do sindicato com a fábrica, referente às leis de férias e à demissão de empregados, com base nos estatutos da entidade, a qual solicitava prazo para a defesa dos operários demitidos. A partir dessa data, o sindicato assume um papel representativo dos interesses da categoria nas questões salariais e nas questões concernentes às condições de trabalho[28], instituídas pelas leis trabalhistas. As negociações dos salários, até então estabelecidas pela fábrica e mais tarde pelo governo, passam a ser discutidas também pelos operários, desencadeando a participação ativa dos operários aquele sindicato. No ano de 1948, ocorreu o primeiro dissídio coletivo e, nesse momento, a fábrica concedeu um aumento de 35% sobre os salários vigentes sob uma série de condições registradas na Justiça do Trabalho. A causa desse descontentamento permanece, visto que no final da década de 40 o país sofria as conseqüências do liberalismo político do Presidente Dutra, e os trabalhadores reclamavam de forma generalizada, em todo o país, dos índices congelados de salários de toda a sua gestão governamental.

Como existia uma acentuada distância entre os salários dos trabalhadores e o alto custo de vida, surge uma proposta de greve que não é levada a frente, uma vez que o índice do salário é novamente negociado. Esses dados[29] permitem acompanhar os movimentos dos operários, suas reivindicações e suas aspirações, constatando que as exigências dos operários giravam sempre em torno das questões salariais.

Dessa maneira, a análise do papel do sindicato dos operários do lanifício permite identificar a influência da fábrica nas relações de produção e as repercussões dessas na vila operária. A criação do sindicato reflete de maneira parcial a desagregação da forma de dominação própria à industrialização feita através da vila operária, onde a imobilização da força de trabalho pela moradia foi um forte elemento de manutenção do status quo de seus indivíduos. Parcial porque, mesmo através da entidade que os representava, não conseguiam liberar-se da bagagem que traziam em si mesmos, para lutar pelos interesses de classe. Não se percebe uma solidariedade de classe e sim apenas uma solidariedade comunal, produzida pela vida em comum e pelas circunstâncias econômicas idênticas.

A análise da vila operária demonstra alguns mecanismos utilizados para o recrutamento e a retenção da força de trabalho, como os meios de disciplinar as tarefas exercidas por parte daqueles que detinham o poder econômico[30]. As relações de dominação e subordinação no interno da fábrica refletiam o caráter de autoritarismo existente e a forma de como a solidariedade entre os operários se mantinha pelo processo de dominação. Entretanto, os operários se sentiam parte da fábrica, como se fossem também propriedade da mesma. Esse sentimento presente na família operária impedia uma maior politização por parte da classe, como se reivindicar direitos referentes à condição operária significasse um ato de deslealdade ao patrão. Esse sentimento impedia, ao menos em tese, a elaboração de uma consciência de classe. A ambigüidade nas relações de trabalho tanto na fábrica como na vila fortalecia esse sentimento, impedindo que ocorresse a separação da esfera fabril da doméstica. Por outro lado, as instituições criadas na vila e mantidas pela fábrica, fortaleceram a absorção dos valores burgueses como modelo exemplar de comportamento, postura e estilo de vida.

Portanto, controlar a vila e ao mesmo tempo, satisfazer o conjunto dos trabalhadores não era uma tarefa fácil. A Companhia sempre contou com gerentes que aceitavam essa tarefa, transformando-a num projeto de melhorias sociais. Para Galópolis, essas medidas sociais implantadas permitiam ao operário sentir-se parte ativa da vila. Construir a igreja, colaborar com o círculo operário, participar do sindicato, ter assistência médica e farmacêutica, poder mandar os filhos diariamente à escola, representavam uma vida de conquistas atingidas plenamente, organizadas por eles e financiadas também pelo trabalho de cada um. Porém, esses fatos levaram a reproduzir uma população operária, presa a essas conquistas passadas. Galópolis não cresceu economicamente como poderia ter crescido, pois os investimentos foram feitos fora da vila, servindo apenas de local para a reprodução da sua força de trabalho.

A participação do sindicato de Galópolis mostra fases de avanços e recuos, muito mais determinados pelas lutas sociais do movimento operário brasileiro, do que pela atuação direta e da organização da classe operária do lanifício.

Segundo alguns autores, a indústria brasileira apresentava uma grande dificuldade para monopolização do controle da força de trabalho. O que aconteceu em Galópolis solucionava essa problemática, através da manutenção dos grupos iniciais, com suas respectivas famílias e a sucessão nas gerações seguintes, mantendo a vila como sinônimo de reprodução de força de trabalho. A aceitação do processo de dominação foi reproduzida na consciência coletiva. A força de trabalho, oriunda na sua maioria das famílias da região colonial, foi a grande mantenedora das relações sociais da fábrica.

 

Referências bibliográficas

1. TEIXEIRA, Palmira Petratti. A fábrica do sonho: trajetória do industrial Jorge Street. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990, p.70.

2. Livro-Tombo da Paróquia de Galópolis, 1936, p. 1.

3. FAGUNDES, Ligia Ketzer et al. Memória da indústria gaúcha, das origens a 1930. Porto Alegre: Universidade /UFRGS, FEE, 1987. p. 195.

4. Livro de Atas das Assembléias de Constituição da Companhia Lanifício São Pedro S.A., L.I., Porto Alegre, p.14. Livro de Atas das Assembléias de Constituição da Companhia Lanifício São Pedro S.A., L.I., Porto Alegre, p.14.

5. Lanifício São Pedro. Economia do Rio Grande do Sul. Revista Paulista de Indústria, n.41, ano V, São Paulo, dezembro 1955.

6. LOPES, J. S.; SILVA, L. A. Machado da. Estratégias de trabalho, formas de dominação na produção e subordinação doméstica de trabalhadores urbanos. In: Mudança social no nordeste: a reprodução da subordinação. Paz e Terra, Rio de Janeiro: 1979. p. 15.

7. "Revista Paulista de Indústria", op.cit., p. 2.

8. LOPES, José Sergio. A tecelagem dos conflitos de classe na “Cidade das Chaminés”. São Paulo: Marco Zero e Editora Universidade de Brasília, MCT/CNPq, 1988. p. 164.

9. Depoimento dos entrevistados.

10. Depoimento de um ex-operário, Galópolis, 1989.

11. Censo Municipal, 1932, op. cit.

12. Relatório BRDE. Arquivo da Companhia Lanifício São Pedro S.A., Galópolis, 1978.

13. Censo Municipal de Caxias do Sul, Censo Econômico, 1932.

14. Ibid.

15. VALVERDE, Orlando. Excursão à Região Colonial Antiga do Rio Grande do Sul.In: Álbum Comemorativo do 75. Aniversário da Colonização Italiana no Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Editora Globo, 1950. p. 274. Op. cit.,p. 274.

16. Livro-Tombo da Paróquia de Galópolis, 1936, p. 2.

17. Estatutos do Círculo Operário Ismael Chaves Barcellos, Galópolis, 1936.

18. Ibid.

19. Livro-Tombo da Paróquia de Galópolis, 1936, p. 3.

20.Jornal Pioneiro, Caxias do Sul, 1934.

21. Dados fornecidos em entrevista por Valter Marchioro e Luiz Felippi, Galópolis, 1989.

22. Depoimento de um ex-operário, Galópolis, 1989.

23. Livro-Tombo de Galópolis, 1937, p. 7.

24. VIANA, Luiz Werneck. Liberalismo e Sindicato no Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976, p. 220-221.

25. Ibid., p. 232.

26. Registros do Sindicato dos Mestres, Contramestres e Trabalhadores da Indústria de Fiação e Tecelagem de Galópolis, Galópolis 1942.

27. Livros de Registro do Sindicato, op. cit.,  Galópolis, 1945.

28. Ibid.

29. Ibid.

30. Livro de Atas do Sindicato de Mestres, Contramestres e Trabalhadores de Fiação e Tecelagem de Galópolis, Livro 2, 1950, p. 28.

 

© Copyright Vania Beatriz Merlotti Herédia , 2003
© Copyright Scripta Nova, 2003

 

Ficha bibliográfica:
HERÉDIA, V. B. M. A construção se vilas operárias no sul do Brasil: o caso de Galópolis. Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2003, vol. VII, núm. 146(080). <http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-146(080).htm> [ISSN: 1138-9788]

 
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