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Scripta Nova
REVISTA ELECTRÓNICA DE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES
Universidad de Barcelona. 
ISSN: 1138-9788. Depósito Legal: B. 21.741-98
Vol. VIII, núm. 170 (64), 1 de agosto de 2004

MAPOTECA DIGITAL HUMBOLDT

Pedro Costa Guedes Vianna.
Professor do Departamento de Geociências da UFPB - Paraíba - Brasil

Arinaldo Inácio das Neves,
Aluno do Curso de Geografia da UFPB - Paraíba - Brasil


Cartoteca Digital Humboldt (Resumen)

La idea de la realización de una cartoteca digital se generó por la dificultad del acceso libre a las bases cartograficas digitales. Las razones se han de encontrar en los altos costes financieros, el alto grado de sofisticación tecnológica y el tiempo que se necesita para estos trabajos. Además, en un país de las dimensiones del Brasil, estas dificultades se vem potencializadas por la gran extensión del territorio. El objetivo de la cartoteca digital es democratizar el uso de las bases cartográficas digitales, para su uso en los diversos campos de la geografía y de las ciencias cercanas. Estos archivos se crean en diversos programas (software) y tienen diversas arquitecturas internas, expresadas con su correspondiente extensión. Dada la gran cantidad y diversidad de tipos de archivos generados, es necesario la creación de rutinas y procedimientos de busqueda para su localización en función del tipo. En la versión actual, la base de datos de la Cartoteca Digital Humboldt, cuenta con más de 1.000 archivos, cubriendo principalmente el estado de Paraíba y el noreste brasileño.

Palabras clave: cartoteca digital, cartografia digital, democracia digital


Humboldt Digital Map Library (Abstract)

The idea of the construction of the Humboldt Digital Map Library arose from the difficulty of the free access to the digital cartographic databases, characterized as little democratized information . The reasons are the high financial costs, the high technological rank of sophistication and the time required to perform those works. In a country of continental dimensions, as Brazil, these costs are increased by the territorial stretch. The main purpose of the Digital Map Library is to make available the digital cartographic database for use in many fields of Geography and related sciences. Those files are created in many programs, and they possess peculiar internal architectures, in diverse sizes. Therefore it becomes necessary the creation of forms and procedures of access to the files in the quickest way to locate the files because of the great amount and diversity of files. In the present version the Database of the Humboldt Digital Map Library , has more than 1.000 files, covering mainly, the State of Paraíba and Northeast Brazil.

Key words digital map library, digital cartography, digital democracy


O projeto da construção da Mapoteca Digital Humboldt surgiu atrelado ao projeto de iniciação a docência, ligado à Área
de Cartografia e às disciplinas de Leitura e Interpretação de Cartas, Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento, que são ministradas no LEPAN - Laboratório de Ensino Pesquisa e Análise Espacial, do Departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba.

A idéia do projeto nasceu em 2003, quando encontramos dificuldades para atender à demanda dos alunos das diversas disciplinas que procuravam o LEPAN na busca de bases digitais, para execução de trabalhos e projetos na área de Geografia e também do público em geral usuário da LEPAN, que vindo de outras áreas afins como Geologia, Biologia, Arquitetura, entre outras, também carentes dessas informações. Percebeu-se que o Laboratório funciona como um ambiente de integração multidisciplinar e que as bases cartográficas são necessidades de todos os usuários. Assim se determinou a necessidade da  construção de um Banco de Dados composto pelos arquivos digitais de mapas e imagens, que junto com um sistema de identificação e de busca, constituem uma Mapoteca Digital. Em algumas empresas do ramo de documentação em geral, o termo mapoteca digital é apresentado como o simples armazenamento de desenhos físicos e arquivos digitais, com gerenciamento eletrônico de documentos, permitindo a localização de arquivos, que necessariamente não são mapas. O nome Humboldt é uma homenagem a esta personagem da história da Geografia que tinha um espírito aberto às inovações e que propiciou novas leituras da paisagem, principalmente no meio tropical.

A grande quantidade de dados digitais cartográficos, que circulam desordenadamente no LEPAN e formam seu acervo, já contava com cerca de 1.000 arquivos no fim do ano de 2003. Hoje esse número é maior, pois o acervo vem aumentando constantemente, acrescido por  documentos produzidos principalmente por estudantes da graduação e da pós-graduação ou trazidos por pesquisadores em projetos desenvolvidos no laboratório.

A Tabela 1 mostra a base inicial, segundo a qual se está montando o projeto, é possível notar a grande diversidade de origem dos mapas e imagens.

Tabela 1
Situação dos Dados de Cartografia Digital no LEPAN em Dez/2003.
Tipo Quantidade Extensão Origem
Banco de dados 4 SHP ArcView
Vetores 5 DXF Diversos
Vetores 35 CDR CorelDraw
Vetores 133 DWG AutoCad
Raster 3 MMT
Raster 70 TIF TM5
Raster 795 JPG
Fotos Aéreas Verticais 33 Cabedelo
Fotos Aéreas Oblíquas  741 Litoral Paraíba

Para que a Mapoteca Digital seja consultada de forma mais rápida, se prevê colocar um link com amostras dos documentos na Home Page do LEPAN, que será também um meio de divulgação da Mapoteca Digital Humboldt. A intenção ao colocar as amostras na internet é fazer com que o internauta e a sociedade em geral visitem o laboratório, fomentando o contato com as geotecnologias e ao mesmo tempo iniciando um processo de democratização e de disseminação das informações cartográficas e geográficas. As amostras que constarem na Home Page, assim como o acervo existente, ficarão expostos para a comunidade e serão de livre acesso, mediante inscrição em um cadastro de usuários.

A Página Virtual do LEPAN não será exclusiva para a Mapoteca Digital e contará ainda com links para outros projetos desenvolvidos no âmbito do LEPAN, como:

- Projeto de Diagnóstico dos Recursos Hídricos no Assentamento Dona Antônia;
- Monografias  apresentadas no Curso de Geografia;
- Monografias em andamento;
- Dissertações e Teses desenvolvidas com o apoio do LEPAN;
- Disciplinas e Cursos de Extensão ofertadas;
- Serviços oferecidos pelo LEPAN e;
- Projeto de monitoria: As Trilhas de Orientação no Ensino da Cartográficas.
 

Justificativa

A substituição das antigas mapotecas analógicas por uma mapoteca digital tráz como vantagens: a redução no espaço físico; o fim da deterioração dos produtos em papel; a pronta recuperação dos dados; a possibilidade de se produzirem cópias sem perda de qualidade; a facilidade de consulta e manipulação e; muitas outras. Mas existem outros motivos para a construção de uma mapoteca digital que venha a favorecer a democratização de dados cartográficos e geográficos em meio digital e por conseqüência uma melhor familiarização e sua inclusão digital, entendendo-se esta última como uma parte do processo de inclusão social.

Entre os motivos que dificultam o acesso de um número maior de usuários e que as mapotecas digitais públicas podem ajudar a reduzir, podemos destacar:

- Os altos preços de produção;
- O valor estratégico dos produtos cartográficos;
- As negociações de dados no "mercado negro";
- O elevado grau de especialização das empresas e dos profissionais que geram esses dados;
- A idéia de que a posse de certo tipo de dado é pré-condição para acesso a certos serviços de consultoria;
- A concorrência estimulada no meio acadêmico, onde os grupos competem entre sí;
- O interesse das empresas privadas geradoras dessas informações em revender o mesmo produto "n" vezes e;
- O interesse de setores governamentais, principalmente dos militares, em restringir o uso de determinadas técnicas de análise espacial e o acesso a determinadas informações.

Esses fatores combinados contribuem para que o uso aberto das informações no campo da cartografia digital seja nos dias de hoje, privilégio de uma pequena e seleta comunidade. Por conseqüência, temos uma distribuição e divulgação dos conhecimentos produzidos tanto no meio profissional como no acadêmico, nesta área específica, aquém do ideal.  É importante salientar que a grande maioria dessas informações são produzidas com recursos públicos, mesmo quando os executantes dos levantamentos são empresas privadas.

Por se tratarem de dados que necessitam de um alto investimento na compra de equipamentos e softwares e na área de pessoal, os produtos gerados acabam por se tornarem caros para o cidadão comum e sobretudo aos estudantes de graduação e de pós-graduação. Os pesquisadores também tem dificuldade de acesso devido a esse alto custo, o que fez surgir no meio universitário brasileiro a figura do "traficante de mapas e imagens digitais", que circula pelos corredores das universidades com grande desenvoltura e prestígio e que dispõe de bons contatos nas empresas e organismos estatais, de onde absorve os arquivos.

Por outro lado, diversos líderes de grupos de pesquisa dificultam ao máximo a troca e o fornecimento de dados por parte de seus subordinados e estudantes, utilizando essas informações como vantagem operacional no mercado de projetos e consultorias.

No sentido oposto, alguns organismos estatais brasileiros de grande porte vêm de maneira tímida disponibilizando dados e informações de diversas origens na internet, com a ANEEL, a ANA, o IBGE entre outros.  Essa iniciativa, embora incipiente, é importante. Na mesma direção, existe a queda dos preços em alguns equipamentos de aquisição primária de dados, como aparelhos de GPS, estações totais, computadores e periféricos, que também contribuíram no sentido de um avanço tímido da democratização.

Apesar disso, o setor da cartografia digital, do sensoriamento remoto e dos dados georreferenciados é ainda um dos setores mais fechados em termos de troca de dados e com maiores obstáculos à universalização.

Enquanto isso, a produção das imagens de satélites continua um setor com forte participação do Estado, apesar dos recentes lançamentos de satélites privados. O preço de comercialização dessas imagens ainda a torna uma tecnologia restrita, principalmente para estudantes brasileiros. As fotografias áreas também têm elevado custo, o que torna caro a construção de bases digitais originadas nessas fotos, mesmo quando atualizadas por imagens de satélites, as chamadas cartas imagens. Diferentemente dos equipamentos de campo, neste caso, a tecnologia mais avançada ainda não possibilitou um aumento significativo no uso desses dados para pesquisa no Brasil, principalmente fora dos grandes centros.

Outro fator que justifica uma mapoteca digital é a existência de negociações no "mercado negro", que são a expressão mais clara da necessidade de criação de facilidades para a obtenção dessas informações. É a prova também de uma demanda reprimida. Neste aspecto, é exemplar a comercialização ilegal que se fazem das bases detalhadas das malhas urbanas em cidades de grande e médio porte no Brasil, onde as prefeituras criam enormes dificuldades, quando não proíbem totalmente o acesso de pesquisadores e estudantes a esses dados, contribuindo assim para o comércio ilegal dessas informações. Em diversos casos, essas informações que são públicas, são usadas pelos dirigentes como moeda de troca política. Muitas vezes, a simples transferência de dados de um setor a outro dentro de uma prefeitura é uma complexa operação de tráfego de interesses.
 

Objetivos

O objetivo principal da Mapoteca Digital Humboldt é democratizar o acesso aos dados cartográficos e geográficos em meio digital.

Como objetivos específicos temos:

- Diminuição das negociações do mercado negro;
- Ordenação do acervo;
- Diminuição dos custos de produção dos estudos e projetos que utilizam bases digitais;
- Divulgação das geotecnologias e;
- Criação de grupos de troca de experiências e incentivo à criação de comunidades de usuários.

Serviços de consultas de mapas em CD-ROMs

É comum encontrar na internet, nas livrarias e bancas de jornais, arquivos em CD-ROM e até mesmo em disquete, com mapas e sistemas interativos para busca de endereços e serviços urbanos. Em muitos casos, é possível traçar roteiros entre pontos de interesse à escolha do usuário e podem incluir fotos panorâmicas de determinados pontos de interesse pessoal. Em outros casos, é possível se conectar a bancos de dados georreferenciados e interagir, montando mapas para impressão. Embora muitas vezes estes serviços utilizem a denominação "mapoteca digital", o termo aparece apenas como uma expressão do marketing da empresa, servindo unicamente para tentar comercializar serviços ou dados.

Consulte: http://www.netmkt.com.br  e  http://www.aplicad.com.br/tecno.htm

Exemplos de Mapotecas Digitais  no Brasil, México e EUA

No Brasil, existem diversos sites na Web onde se pode ter acesso a mapas e imagens digitais, entretanto, pelo que se percebe, poucos têm como filosofia a democratização de dados cartográficos digitais. No caso da mapoteca digital do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ela é destinada especificamente a mapas e cartas topográficas, porém, podemos encontrar mapas de diversos formatos, tanto vetoriais quanto raster. Consulte www.ibge.gov.br.

Em outro exemplo, na mapoteca digital da Universidade Estadual Paulista, os dados estão disponíveis apenas via web, em formato raster com extensão JPEG, sendo também possível fazer a transferência de arquivos vetorias, que podem ser consultados por meio de um programa específico.

Consulte http://www.multimidia.prudente.unesp.br/mapoteca.htm.

No México, é possível consultar a Mapoteca Digital do CNA-SIGA Comisión Nacional del Agua - Sistema de Informações Geográfico del Agua, que se constitui na verdade em um SIG com informações sobre recursos hídricos superficiais no território mexicano. Consulte: http://sgp.cna.gob.mx/Publico/Mapoteca/Mapas.htm.

Ainda no México,  o Sistema Nacional de Información sobre Biodiversidad de México anuncia em seu site uma mapoteca digital e um banco de dados de imagens de satélite com classificação por metadados, porém, ambos são de acesso restrito.

Consulte: http://conabioweb.conabio.gob.mx/sig_progs/mapoteca.pl

Nos Estados Unidos da América do Norte várias universidades na Califórnia como: University of California, Berkeley (UCB) University of California, Santa Barbara (UCSB) mantém mapotecas digitais.

Consulte: http://elib.cs.berkeley.edu http://webclient.alexandria.ucsb.edu

Também organismos governamentais norte americanos mantêm sites na Web, com mapas e imagens digitais, entre eles: United States Geological Survey (USGS) e o  United States Bureau od Census (USBC)

Consulte:http://bard.wr.usgs.gov/htmldir/clickablemap.htmlhttp://tiger.census.gov.cgi-bin/mapbrowse-tbl

Critérios para orientação de procedimentos e métodos

Antes mesmo da constituição de um acervo, a mapoteca digital deve ter projetada as formas de consulta e de disponibilização, caso contrário, será apenas mais um banco de dados. Assim, a proposta volta-se principalmente para o acesso aos dados, pois diferentemente de uma mapoteca analógica na versão digital é mais fácil proteger os originais. Assim, sendo deste modo, a questão da segurança se restringe a proteger os dados de ataques de invasores externos, preocupação comum a todos usuários de redes, intranets e da internet. Outro aspecto importante é com a conservação dos arquivos, o que exige equipamentos para se manter cópias de segurança, assim como software de compressão e descompressão, pois uma parte substancial dos arquivos é de grande porte.
 

Formas de interação e arquitetura

Por todas as razões aqui expostas, o modelo da arquitetura da Mapoteca Digital será do tipo Cliente/Servidor, sendo a interface com os usuários via intranet e internet. Inicialmente prevê-se a consulta das figuras reduzidas na página virtual da Mapoteca e a entrada do pedido da cópia do arquivo que pode ser enviado por protocolos de rede FTP ou HTTP. Alternativamente, pode-se gravar CD-ROMS para envio via correio postal.

Como se desconhece pacotes prontos para Mapotecas Digitais, será necessário a programação direta e a criação de scripts, notadamente para as rotinas de busca.  Sistemas de pesquisa interna no acervo devem privilegiar os critérios geográficos, como por exemplo:

- quadrantes de coordenadas;
- pontos;
- país, região e cidade e;
- bacias hidrográficas.

Outros critérios podem ser agregados como:

- tipos de arquivos(Raster ou Vetores);
- extensão dos arquivos ( DXF, SHP, DWG, DGN, TIF, JPEG etc.);
- tamanho do arquivo;
- data da geração do original e;
- temas específicos.

Serão também utilizados descritores tipo metadados. Estes constituem-se em dados que descrevem os dados primários de um arquivo. Assim, informações básicas de um arquivo de cartografia digital, como: data, tamanho, extensão, coordenadas extremas, escala do mapa, programa que gerou o arquivo, entre outros, poderão ser descritas por meio de metadados, o que viabilizará a localização dos arquivos desejados no meio de um acervo tão complexo.
 

Estrutura necessária e parceria com o NTI/UFPB

A estrutura existente em diversos projetos de Mapotecas Digitais existentes é bem diversificada e procuram aproveitar a estrutura de núcleos de informática existentes nas instituições sedes. Em seu artigo sobre mapotecas digitais, Reinaldo Escada descreve uma lista de equipamentos e programas instalados em algumas mapotecas nos Estados Unidos da América: (ESCADA 1998)

- Estação de trabalho Unix
- Array de discos rígidos
- Robô de fitas magnéticas
- Computador pessoal tipo PC
- Sistema Unix
- Servidor World Wide Web (WWW)
- Navegador WWW
- Linguagems de programação C/C++, Commom Gateeway Interface, HTML e Java
- Sistema de gerenciamento de BD relacional (RCBMS)
- Software de Processamento de Imagens e de GIS
- Softwares Compactadores

Acrescentamos a esta lista a necessidade de câmaras digitais de alta resolução e scaners de grande formato tipo AZero, para recuperação de mapas antigos ou que estejam se deteriorando.

Como o LEPAN é uma estrutura voltada para o ensino e a pesquisa, notadamente no âmbito da graduação, busca-se uma parceria com NTI/UFPB - Núcleo de Tecnologia em Informática da Universidade Federal da Paraíba, onde a estrutura existente está muito próxima da necessária e onde se desenvolve o Projeto da Biblioteca Digital Paulo Freire, com características e preocupações de democratização digital, semelhantes àquelas aqui expressadas.
 

Conclusão

O maior uso das mapotecas digitais é na troca de informações entre pesquisadores. Este é o espírito da Mapoteca Digital Humboldt. Grupos de pesquisa que trabalham em todos os campos das ciências, relacionados com o espaço geográfico, poderão se beneficiar dessas mapotecas, economizando tempo e recursos, sobretudo em horas de trabalho, ao acessar a bases já prontas sobre o recorte espacial em que tem interesse. É previsível, porém, sua extensão para o campo da comercialização de imagens e mapas.

Empresas no campo dos Sistemas Geográficos de Informações, Cartografia Digital, Aerofotogramentria, Sensoriamento Remoto, Planejamento Urbano e Ambiental, entre outras, terão também interesse nessas estruturas. Enquanto a filosofia percebida nos Web site dessas empresas é a segurança dos dados e indisponibilização de informações que possam ser tratadas pelo usuário, a proposta da MDH vai no sentido oposto. Com o tempo, estas empresas podem se tornar usuárias e ao mesmo tempo sócias das mapotecas digitais públicas e  em  algumas delas, o foco principal pode mudar da venda de dados para a venda de produtos de análise espacial, agregando assim valor ao seu produto.

Para finalizar, é importante salientar que dados gerados por uma empresa pública ou contratada do poder público deveriam tornar-se um bem público e de livre acesso, mesmo que sob controle, uma vez que foi paga pela sociedade. Cabe à administração governamental em todos os níveis, seja ela municipal, estadual ou nacional, criar meios para controlar esse acesso, sem prejudicar o interesse público. Em muitas situações, o trabalho é refeito, via scanerização-vetorização, por estudantes e pesquisadores, que perdem tempo e recursos na reconstrução de uma base que já existe e é pública. Essa situação é muito comum no ambiente do LEPAN e nas universidades brasileiras.  Assim,as opções que tem a comunidade usuária local são:

- a re-compra oficiosa dos dados na empresa geradora,
- a reconstrução do arquivo a partir de dados analógicos (cópia em papel) e,
- a compra do arquivo no mercado negro, em troca de favor ou em espécie.

A mapoteca digital se propõe a ser uma opção a mais nesta lista, que inclusive pode vir a determinar a diminuição ou mesmo a extinção de parte dessas práticas.
 

Bibliografia

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ESCADA, R. C. Mapotecas Digitais. Revista Eletrônica Infogeo, nº 4, 02/12/1998. Disponível em: http://www.mundogeo.com.br/scripts/index.asp [01 de fevereiro de 2004]

MENEGUETTE, A. A. C., MENEGUETTE, T. C., GIRARDI, E. P. Atlas Interativo do Pontal do Paranapanema,Estudos Geográficos, Rio Claro, 1(1): 31-40, Junho, 2003. Disponível em: www.rc.unesp.br/igce/grad/geografia/revista/numero%201/eg0101am.pdf [10 de janeiro de 2004]

PIMENTEL, G. Conceitos Fundamentais das Estruturas de Arquivos (V). Disponível em: www.icmc.sc.usp.br/~sce183/Fsc5.htm [23 de janeiro de 2004]

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WOOD, D. The Power Of Maps. New York City: The Guilford Press, 1992.

Web Sites visitados

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http://conabioweb.conabio.gob.mx/sig_progs/mapoteca.pl [23 de fevereiro de 2004]

http://elib.cs.berkeley.edu [07 de março de 2004]

http://elib.cs.berkeley.edu/gis/doc/index.html [25 de fevereiro de 2004]

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http://www.plotscandf.com.br/mapoteca.htm [23 de fevereiro de 2004]

http://www.usp.br/siicusp/11osiicusp/ficha3083.htm [17 de dezembro de 2003]
 

© Copyright Pedro Costa Guedes Vianna y Arinaldo Inácio das Neves,  2004
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Ficha bibliográfica:

VIANNA, P. NEVES, I. da. Cartoteca Digital Humboldt . Geo Crítica / Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2004, vol. VIII, núm. 170-64. <http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-170-64.htm> [ISSN: 1138-9788]
 

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