Scripta Nova
REVISTA ELECTRÓNICA DE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES
Universidad de Barcelona.
ISSN: 1138-9788. Depósito Legal: B. 21.741-98
Vol. IX, núm. 194 (92), 1 de agosto de 2005

 

RENDA DA TERRA E A PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO EM JALES-SP/BRASIL

 

Sedeval Nardoque

Doutorando em Geografia pelo IGCE/UNESP – Campus de Rio Claro – Estado de São Paulo; Professor de Geografia Agrária na Fundação Educacional de Fernandópolis – SP.

E-mail: nardoque@itelefonica.com.br

 

Lúcia Helena de Oliveira Gerardi

Professora do Programa de Pós-Graduação em Geografia do IGCE/UNESP – Campus de Rio Claro – SP

E-mail: lucia@rc.unesp.br


Renda da terra e a produção do espaço urbano em Jales-sp/Brasil (Resumo)

O que se propõe no texto é a análise dos princípios e práticas que orientam e orientaram a produção do espaço urbano da cidade de Jales, localizada no extremo Noroeste do Estado de São Paulo. Esta cidade foi fundada no ano de 1941, resultante do avanço da frente pioneira pelo interior do Estado de São Paulo. O fundador, Euplhy Jalles, buscou, à medida que efetuou o planejamento urbano, promover a comercialização de terrenos,  alicerçada nos estoques de terras, e na cobrança do laudêmio, garantindo a si e seus descendentes a apreensão da renda da terra Também, pretende-se apreender as relações entre as esferas pública e privada, através do poder local, como fator determinante da produção do espaço urbano de Jales.

 

Palavras-chave: Espaço urbano, renda da terra, poder local, laudêmio.


Land income and the production of the urban area in Jales - sp/Brazil (Abstract)

The aim of the text is to analyze the principles and practices that have lead and have being leading the production of the urban area of the city of Jales, located in the far northeast of the State of São Paulo. This city was founded in 1941, as a result of the development of the pioneers through the interior of the State of São Paulo. The founder, Euphly Jalles, aimed to promote land business, having as a base the setting aside of the land and the charge of the laudemium, as he made the urban planning, guaranteeing himself and his descendants their rights over the land income. Also, intending to keep the relationship between private and public segments through the local authority, as a determinative point of the urban area of Jales. 

 

Key words Urban area, land income, local authority - laudemium 


 

 

A Microrregião Geográfica de Jales está inserida na Mesorregião Geográfica de São José do Rio Preto, ocupando, portanto, o extremo Noroeste paulista. A Microrregião é composta por 23 municípios: Jales, Vitória Brasil, Pontalinda, Dolcinópolis, Populina, Paranapuã, Mesópolis, Santa Albertina, Urânia, Santa Salete, Aspásia, São Francisco, Dirce Reis, Palmeira D’Oeste, Marinópolis, Aparecida D’Oeste, Nova Canaã Paulista, Três Fronteiras, Santana da Ponte Pensa, Santa Rita D’Oeste, Santa Clara D’Oeste, Santa Fé do Sul e Rubinéia. Muitas desses municípios resultaram da emancipação política e conseqüente divisão político-territorial, com conseqüentes desmembramentos do município de Jales, a partir dos anos 1950.

 

O Município de Jales possui, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) do ano de 2000, 46.178 habitantes, sendo 3.846 rurais e 42.332 residentes na cidade. Uma das características do município de Jales é o predomínio de pequenas propriedades, tanto em número quanto em área ocupada. A cidade de Jales foi fundada, pelo engenheiro Euphly Jalles no dia 15 de abril de 1941, fruto da expansão das fronteiras para o Oeste do Estado de São Paulo e resultante do direcionamento das frentes de expansão e pioneira do final do século XIX e início do século XX.

 

No Oeste Paulista, ocorreu a expansão da propriedade capitalista da terra através da indústria de grilagem, onde os comerciantes de terras eram personificados nas figuras dos fazendeiros, companhias imobiliárias, engenheiros, topógrafos e advogados, ou seja, citadinos, como afirma Monbeig (1984). A procura por novas terras, devido à demanda, elevou seus preços e uma verdadeira indústria de grilagem desenvolveu-se posteriormente a 1850, quando da aprovação da Lei de Terras. Esta Lei estabeleceu o prazo para legitimação das posses, efetuadas entre a cessação do regime de sesmarias e a promulgação desta, até o ano de 1854. O critério adotado para legitimação de posses foi o registro paroquial, ou seja, o registro de nascimentos ou de casamentos realizados em paróquias próximas às terras possuídas. Em São Paulo, medidas legislativas prorrogaram o prazo até o final do século XIX, o que demandou uma corrida no sentido de legalização de documentos forjados.

 

O preço da terra passou a ser determinado por práticas, tais como subornos a cartorários, demarcações, tocaias a posseiros, pagamentos a topógrafos e jagunços (Martins,1990). Até as primeiras décadas do século XX, os documentos forjados representavam a base dos conflitos de terra nas frentes pioneiras de São Paulo. Somente aqueles possuidores de um certo capital poderiam participar desses negócios ilícitos, portanto, inacessíveis aos despossuídos de dinheiro ou por ignorância em relação à lei, como os ex-escravos, os imigrantes e aos próprios posseiros, que já ocupavam as terras bem antes da chegada do pioneiro. (Martins, 1975).

 

O conflito resultou do contato da frente pioneira com a frente de expansão. A primeira representada pela transformação da terra em propriedade capitalista através dos comerciantes de terras e do retalhamento destas para os ex-colonos das “zonas velhas”. A segunda, que ocorreu primeiro, caracterizada pela forma de ocupação da terra através da posse, personificada na figura do posseiro, que não tinha a noção jurídica da propriedade (ou não dava importância), reproduzindo-se através de uma economia de excedentes.

 

O início do século XX foi marcado pela transformação na forma de apropriação da terra no extremo Noroeste de São Paulo, em especial em uma gleba de mais de 500.000 hectares, denominada de Fazenda Ponte Pensa, onde está localizado o município de Jales. Houve a metamorfose da terra, que originalmente era de posseiros, passou para terra de capitalistas. A terra tornou-se propriedade privada, de terra para o trabalho tornou-se terra para negócio.[1]

 

Euphly Jalles, açambarcou aproximadamente 60.000 hectares da Fazenda Ponte Pensa, por serviços prestados aos primeiros grileiros ou por novas grilagens em terras já griladas.

 

Feita a grilagem e a “limpeza da terra”, através da transformação de posseiros em agregados, Euphly Jalles passou a lotear suas possessões em lotes de cinco, dez, quinze, vinte ou mais alqueires. Vendeu-as a ex-colonos de regiões mais antigas de ocupação do Estado de São Paulo e de outros estados, incluindo imigrantes, que conseguiram formar um pequeno pecúlio, trabalhando nas fazendas de café, que davam de entrada no pagamento parcelado efetuado ao especulador. Naquele momento, deu-se início a extração da renda capitalista da terra, através da venda das glebas maiores em pequenos lotes a migrantes, que passaram a conhecer a concretização do sonho de terem sua terra para o trabalho e, assim, tornarem-se proprietários. Sonho, por muito tempo acalentado do outro lado do Atlântico, quando as primeiras levas de imigrantes deslocaram-se para o Brasil e, alimentado pelos filhos destes que seguiram em direção ao Oeste, conduzidos pelos interesses capitalistas.

 

No caso de Jales, em um primeiro instante, como assinalado anteriormente, o loteador fez posses sobre terras de forma obscura, caracterizando-se  em processo de grilagem da terra. Concomitante à grilagem, foi realizada a “limpeza” da terra através da transformação do posseiro em agregado.

 

O passo seguinte foi montar um esquema de vendas destas terras a ex-colonos provenientes de regiões mais antigas de ocupação. No esquema montado, fundou-se uma vila, construíram-se estradas e usou-se de propaganda para atrair interessados em adquirir terras em pagamentos “facilitados”, de até três anos[2].

 

O loteador de Jales, um citadino, como afirma Monbeig (1984), esperou o momento oportuno para extrair a renda da terra, representada pela venda da terra florestada, que aumentava sem lhe custar nada e lhe deu chance para uma promissora especulação. O momento oportuno ocorreu quando do anúncio da retomada das obras da ferrovia (Estrada de Ferro Araraquarense), paralisada em Mirassol desde 1920, e da mudança do seu trajeto, antes anunciada no espigão entre os Rios Tietê e São José dos Dourados, para o espigão entre os rios Grande e São José dos Dourados. A partir de então, Euphly traçou um plano ortogonal, que foi a célula de uma nova cidade, para dar suporte à posterior “colonização” das terras de uma região conhecida como “Sertão de Rio Preto”. 

 

Assim, Jales tornou-se parte da, definitivamente, frente pioneira com o retalhamento da gleba, onde se riscou a zona urbana e suburbana em função de um planejamento: loteou-se a propriedade a partir do núcleo, em círculos concêntricos, em lotes desde um alqueire de área, com limites máximos de 2,5 e 10 alqueires. Segundo Monbeig (1984), “alguns loteadores chegaram a implantar um verdadeiro planejamento do espaço rural. Em Jales, o loteamento foi aberto em 1940 e o plano concebido sistematicamente, de maneira a oferecer propriedades cada vez maiores à medida que aumentava a distância do patrimônio” (Monbeig, 1984:29)

 

Os lotes eram retalhados das glebas maiores, obedecendo, como limites, os divisores de água, denominados de espigões, entre os ribeirões ou córregos. Assim, cortavam-se as vertentes de cada um dos pequenos vales em faixas perpendiculares aos ribeirões, de tal forma que todos os lotes ficassem servidos pela aguada, ou seja, tivessem, ao fundo, o córrego. Nos espigões, eram traçadas as estradas que serviam de ligação entre as propriedades e o povoado. Assim, as estradas acompanhavam as curvaturas descritas pelos divisores de águas.[3]

 

“Nem todos os loteamentos apresentam um planejamento rural tão avançado como o de Jales, mas sempre as plantas prevêem pequenos lotes junto aos patrimônios”. Assim Monbeig (1984) descreveu o planejamento efetuado para se efetivar o loteamento pertencente a Euphly.

 

Mas, para efetuar as vendas, fundou, primeiro a vila, para servir como ponto de referência para os possíveis compradores. “Fundar um patrimônio é prática antiga no Brasil”, escreveu Monbeig (1984). O fundador doava uma parcela de terra a um santo, onde seria construída, posteriormente, a capela. Erguia-se o cruzeiro – cruz de madeira – e fazia-se festa, para alardear o nascimento do povoado, com a bênção de um padre e pessoas importantes. No caso de Jales, foi erguido o cruzeiro, no dia 15 de abril de 1942, um ano após a fundação do patrimônio. 

 

Assim, a fundação do patrimônio precedeu a venda de lotes rurais e para organizar a vila, foram destinados 40 alqueires. O engenheiro Euphly efetuou o planejamento urbano, sendo que as quadras e os terrenos foram traçados levando-se em conta a circunvolução do Sol, de tal maneira que as casas construídas recebessem, sempre, em um dos lados, os raios solares e, de outro, sombra. Todas as ruas medem quatorze metros de largura, com leito carroçável de oito metros e duas grandes avenidas e praças demarcadas[4].

 

No início, as datas (lotes urbanos medindo 14 metros de frente por 35 de comprimento) eram cedidas por contratos de aforamento ou por doação para que fossem feitas construções. Caso contrário, eram retomadas. Nesta área urbana de Jales, Euphly estabeleceu a cobrança de laudêmio[5], que, na verdade, foi uma taxação baseada em princípios monárquicos (enfiteuse), a toda transação comercial com imóveis realizada na área central[6]. Nesse sentido, mesmo após as vendas e doações, continuou, até os dias atuais, sendo fonte de extração da renda da terra urbana.

 

No entorno do perímetro urbano traçado inicialmente, Euphly manteve, sob seu domínio e posse, terrenos que foram sendo utilizados para negócios imobiliários. À medida que o núcleo urbano foi se expandindo, novos loteamentos foram sendo efetuados. Até hoje, a Família Jalles possui imóveis ao redor da área urbana e, à medida de seu crescimento, novos loteamentos são executados. Jardim Ana Cristina, Aclimação, Estados Unidos e Jardim Dr. Euphly Jalles são exemplos atuais de especulação imobiliária. A imobiliária Jalemi, pertencente ao Espólio da Família Jalles, é que realiza esses empreendimentos. Por conta de o Espólio possuir terras ao redor da cidade, houve muitas disputas com a Prefeitura Municipal, pelo fato de negociações para venda, doação e desapropriação de terrenos. Devido a uma desapropriação realizada na década de 1980, para a instalação do Distrito Industrial II, atualmente o Município deve ao Espólio Jalles a quantia de R$10.000.000,00 (Dez milhões de reais), resultante de decisão judicial de última instância. 

 

A partir dessas novas áreas da fronteira incorporadas ao mercado, a comercialização de terras passou a ter papel importante na extração da renda capitalista da terra, através de ganhos especulativos. Euphly Jalles efetivou a extração da renda da terra em Jales, vendendo lotes rurais e urbanos aos trabalhadores – colonos, arrendatários e meeiros - das antigas franjas pioneiras que tinham o sonho de se transformarem em pequenos proprietários rurais.

 

A partir das concepções teóricas de Marx (1985), sobre renda da terra, pretendeu-se aqui apontar as várias modalidades (absoluta, diferencial e monopólio), como componentes para se explicar os mecanismos de produção e de apropriação. Para amparar teoricamente – o estudo da extração da terra urbana e a produção do espaço urbano em Jales -, buscou-se nos teóricos que usaram as categorias de análise de Marx, em O Capital, para o caso do urbano, como Beltrão Spósito (1983 e 1991), Jaramillo (1982), Lepietz (1985), Spósito (1990) e Lojkine (1981). Assim, pretendeu-se, analisar, no caso de Jales, a extração da renda da terra urbana efetuada pelo seu fundador, seja ela diferencial, absoluta ou de monopólio.

           

A renda diferencial I apareceu e aparece nos terrenos deixados como estoques por Euphy Jalles, localizados na porção topograficamente mais favorável às edificações e, relativamente próximos ao centro da cidade, que vertem para a Bacia Hidrográfica do Rio Grande, já que aqueles que vertem para a Bacia do Rio São José dos Dourados, com mais declividade, foram comercializados  por Euphly Jalles em forma de pequenas propriedades (chácaras) no início da formação da cidade, nos idos dos anos de 1940, que foram loteados primeiramente. No caso de Jales, a renda diferencial II aparece na adição de infra-estrutura aos terrenos pertencentes aos Jalles, resultante de doações de lotes a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e a edificação de um clube, o Jales Clube. Todos esses terrenos, quando das doações, encontravam-se externamente à cidade, por isso, foram beneficiados pela adição de infra-estrutura construída pelo poder público (rede elétrica, saneamento, avenida e ruas), possibilitando um aumento relativo no preço do solo[7] em terrenos, posteriormente, loteados, à medida que aumentava a demanda por lotes urbanos.

 

Outra forma de expressão de renda é a propriedade privada de terrenos em poder dos Jalles, pois eles mantêm sob seus domínios, terrenos, ditos rurais, ao redor do espaço urbano. Esses terrenos são pertencentes à Fazenda Jalles. O domínio privado acaba por aumentar o preço do solo urbano em relação à renda da terra auferida por atividades agropecuárias. Nesse momento, novos loteamentos são abertos. Nesse caso, é o direito à propriedade privada que cria a renda absoluta.

 

Em outra situação exprime-se a renda diferencial e de monopólio, que no caso da última se baseia pela necessidade e pela capacidade de pagar dos compradores, no caso de terrenos urbanos para construção de edificações. A renda de monopólio é a apropriação pelos proprietários de terras de parte da mais valia produzida pelos trabalhadores, resultante do monopólio da propriedade da terra. Essa renda fica evidenciada nos terrenos resultante de loteamentos realizados na porção Norte da cidade, como exemplos, o Jardim Aclimação, o Estados Unidos, o Jardim Ana Cristina, o Jardim Dr. Euphly Jalles. Estes loteamentos estão na área residencial nobre da cidade de Jales, por isso, apresentaram e apresentam um preço diferencial nos lotes comercializados pela Imobiliária Jalemi, pertencente à Família Jalles.

 

Evidente, que outra maneira de extração da renda da terra urbana se manifesta na cidade de Jales. Conforme escrito anteriormente, em Jales, seu fundador instituiu o laudêmio, que se constituiu em uma cobrança baseada em princípios do Direito Romano. Na porção do quadrilátero original de Jales mais nos bairros Jardim Santo Expedito e Vila Inês, Euphly Jalles instituiu uma cobrança, que vigora até os dias atuais, que resulta de um “imposto” devido ao fundador e, no caso atualmente, aos seus herdeiros, pela transmissão de imóveis através da compra e da venda, de 2,5% do valor venal daquilo que é objeto de negócio.

 

Na verdade, constitui-se em um direito de recompra que o senhorio tem para reaver os imóveis vendidos ou doados e, para abrir do direito de recompra, cobra-se a taxa do laudêmio. Por esse princípio, posse e domínio estão separados. Na cidade de Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro,  se paga enfiteuse aos descendentes da Família Imperial Brasileira. Na orla marítima,  se paga à União. Em alguns municípios,  se paga à Igreja, resultante do parcelamento dos terrenos recebidos em forma de doação pelo fundador, no entorno da capela, quando da fundação da cidade, como é o caso de Tanabi, cidade próxima a São José do Rio Preto.

 

A enfiteuse era o direito de usar e gozar, no Império Romano[8] , por tempo ilimitado, de um prédio rústico alheio, para cultivo, contra o pagamento de um foro anual ao proprietário do terreno. As suas origens remontam ao arrendamento, por prazo longo ou para sempre, das terras públicas a particulares, contra o pagamento de uma taxa anual denominada de vectigal. Vem daí o nome das terras arrendadas de agri vectigales. Separadamente e bem distinto dos agri vectigales, a partir do século III d.C., os imperadores romanos costumavam conceder, contra um foro anual (cânon), terras  incultas a particulares, pertencentes à família imperial, para cultivo. A origem de tal concessão de terras é de origem grega, copiada pelos romanos no Egito e em Cartago, e chamava-se emphyteusis. A partir do século IV d.C., os dois institutos, o ager vectigales e a emphyteusis fundiram-se e assim apareceu o novo instituto, sob o nome do último, na codificação justinianéia. Os direitos do enfiteuta são bem amplos, mais do que os do usufrutuário. Seu direito é alienável e se transfere aos herdeiros. O direito ao recebimento do foro foi denominado de laudemium, que era a porcentagem de 2% do preço de alienação do direito da enfiteuse, devida pelo alienante ao proprietário. No caso do Direito Romano, extinguia-se a enfiteuse quando: pela destruição da coisa; reunião, na mesma pessoa, das qualidades de titular da enfiteuse e do domínio; renúncia; ou, como pena, por não pagar o enfiteuta durante 3 anos o foro anual, ou não avisar o proprietário para que ele pudesse exercer o seu direito de preferência em caso de venda da enfiteuse.[9]

 

Atualmente, está ocorrendo um movimento liderado pelo diretório do Partido dos Trabalhadores da cidade de Jales para, na esfera federal, tentar abolir o laudêmio, pois o Novo Código Civil, aprovado no ano de 2000, não permite a cobrança do “imposto” em novas situações.

 

 A extração da renda da terra urbana em Jales, efetuada pelos Jalles, desde o início da fundação da cidade até os dias atuais, assenta-se nos ganhos imobiliários através da comercialização de terra e da cobrança do laudêmio. De toda forma, os ganhos adquiridos em Jales são transferidos para empreendimentos imobiliários na cidade de São José do Rio Preto, distante cerca de 150 Km, especialmente, na instalação, ampliação e locação do Rio Preto Shopping Center, onde continuam extraindo a renda da terra.

 

Evidentemente que este projeto de negócios imobiliários foi gestado há algum tempo. Como escrito anteriormente, Euphly Jalles grilou terras na Fazenda Ponte Pensa, entre os anos 1930 e 1940. De início, tentou se desfazer de suas posses vendendo-as em terrenos maiores, mas não conseguindo devido à forte depressão econômica e ao retalhamento das propriedades rurais nas antigas zonas de ocupação do Estado de São Paulo. Quando do anúncio do prolongamento dos trilhos da Estrada de Ferro Araraquarense (EFA), hoje Ferroban, que estavam parados em São José do Rio Preto, Euphly Jalles, engenheiro que era, sabedor do traçado no espigão divisor de águas entre as Bacias do Rio São José dos Dourados e do Rio Grande, tratou de riscar e arruar a célula de uma nova cidade neste espigão, pois os trilhos passariam por suas terras, o que de fato aconteceu em 21 de agosto de 1951, com a inauguração da estação.

 

Em todo o Oeste do Estado de São Paulo, fundar uma cidade constituiu em uma estratégia para promover a venda das terras rurais. Assim, não foi diferente com várias cidades na Microrregião de Jales, como: Santa Fé do Sul, Santa Albertina, Santana da Ponte Pensa, Paranapuã, entre outras. Desta maneira, Euphy Jalles fundou a cidade, como data oficial, no dia 15 de abril de 1941. Foi elevada a condição de Distrito de Paz pelo decreto-lei nº 14334 de 30 de novembro de 1944 e tornando-se município no dia 24 de novembro de 1948 pela lei nº 233. Tornou-se comarca pela lei nº 1940 de 3 de dezembro de 1950. Em um prazo inferior a dez anos, Jales elevou-se da categoria de vila a comarca.

 

Do ano de 1949 até 1953, Jales teve seu primeiro prefeito. O eleito para o primeiro mandato foi Euplhy Jalles. De 1957 a 1961, Euphly exerceu seu segundo mandato.

 

Também, dentro da perspectiva da produção do espaço urbano de Jales e a extração da renda da terra, incluiu-se, aqui, a análise do  conceito de poder local, que permeia a todo tempo, a compreensão da dinâmica territorial na cidade. Por esta perspectiva, Euphly Jalles exerceu o poder local ou aliou-se a ele em todas as esferas, promovendo o uso do público pelo privado[10].

 

O poder exercido por Jalles baseou-se, de acordo com Hobbes (1983), no poder natural e no instrumental, que no primeiro caso refletia-se nas eminências de sua capacidade de inteligência e de eloqüência e no segundo caso quando o poder foi adquirido, através da riqueza ou exercendo cargo político. De acordo com Foucault (1979), o que Jalles exercia era a microfísica do poder, manifestada nos discursos populistas, nos hábitos, nos gestos, nas atitudes, que possibilitavam um “endeusamento” por parte da população[11].

 

No imaginário das pessoas, Euphly Jalles exerceu e exerce poder até os dias atuais, mesmo após sua morte, que talvez por ter ocorrido de forma trágica[12], contribuiu para reafirmação de forte poder simbólico. É fato comum, as pessoas relatarem os vôos rasantes de avião que Jalles fazia sobre a zona urbana e rural do município. Do imaginário social, a ideologia foi a maneira usada pelo fundador para consolidar seu poder simbólico[13]. As representações simbólicas estão presentes em todas as localidades da cidade de Jales, como forma de manutenção do poder, havendo como exemplos, o próprio nome da cidade, o Córrego Jales, a Fazenda Jales, a Avenida Francisco Jalles (pai do fundador), a Praça Dr. Euphly Jalles com estátua, a Rua Jales, a Avenida Maria Jalles (irmã do fundador), a Vila Inês (mãe do fundador), o Jardim Ana Cristina (filha do fundador), o Jardim Dr. Euphly Jalles.

 

Certamente, ocorreu na cidade de Jales um misto de populismo com o novo coronelismo, na figura do “doutor”. O período do Populismo contribuiu para não ocorrer a superação das velhas práticas coronelistas no país. Certamente, ocorreu a aliança entre as duas formas de administrar e de perpetuar o poder de classes, tanto em nível econômico como político[14].

 

Na cidade de Jales, ocorreram traços de paralelismo entre a figura do coronel e a dos chefes populistas através da conquista do eleitorado com o empreguismo, o compadrio e a violência. Assim, Euphly Jalles conseguia conquistas para a cidade, mas também tornou-se instrumento das políticas estadual e federal, estabelecendo alianças com os líderes que se encontravam no poder, usufruindo-o, oferecendo barreiras à participação popular. Desta maneira, o “doutor” Euphly Jalles, como era chamado, personificou a figura do “novo coronel”, como chefe do poder local, e, ao mesmo tempo, como líder populista, inserido dentro do contexto da política estadual e federal, colocando-se como liderança para mediar as relações de poder nas mais diferentes esferas. Portanto, o populismo se expressa na forma assistencial e paternalista assim como nos resquícios das práticas coronelistas através da propriedade privada, do uso da violência, do poder local, etc.

 

Desta maneira, Euphly Jalles fez da cidade uma estrutura de poder no sentido de promover a extração da renda da terra, tanto na área rural como na urbana. Mesmo com a morte do patriarca, a família continuou exercendo toda forma de poder para obter os mesmos objetivos traçados.

 

As relações entre os Jalles e o poder local, como forma de promover a apropriação capitalista da renda da terra, perduram até os dias atuais. Depois da morte de Euphly Jalles, seus herdeiros não se envolveram diretamente na política, mas é sabido que de modo indireto houve envolvimento através de doações de terrenos ou financiamentos de campanhas eleitorais na cidade, como forma de troca de favores, a partir dos quais o poder público construía obras em seus empreendimentos imobiliários ou retardava a desapropriação de parte de suas terras para fins públicos. Dois casos mais evidentes de envolvimento entre o público e o privado podem ser exemplificados. Um, à cerca da doação de um terreno na porção Sul da cidade, para construir moradias em regime de mutirão, a bóias-frias no início década de 1980 e outro da doação do terreno para instalação do Distrito Industrial I, para não se ter uma área nobre dos Jalles desapropriada, situada ao longo da Rodovia Euclides da Cunha, principal eixo de ligação com a Capital do Estado.

 

Após a morte de Euphly Jalles, outras personagens ascenderam politicamente na cidade, como as Famílias Amadeu, Viola,  Rossafa, Pupim, Caparroz. Mandato após mandato, essas famílias revezaram-se no controle político da cidade, ora rompendo ora fazendo alianças com a Família Jalles. Essas famílias são denominadas politicamente na cidade como a “Oligarquia do Boi”, pois moram em Jales e fazem seus investimentos nos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, em atividades criatórias.

 

O envolvimento destas famílias, com os Jalles, transcende a escala das simples disputas ou alianças políticas. O que está na base de suas relações é o controle do público pelo privado, promovendo os interesses financeiros e/ou fundiários de ambas as partes. Caso mais exemplar, foi o processo de desapropriação de uma área, contendo 16 alqueires[15] ou 38,72 hectares, localizada às margens da Rodovia Euclides da Cunha, localização privilegiada, pertencente aos Jalles. A desapropriação ocorreu no mandato do prefeito Valentim Paulo Viola, no ano de 1986, para implantação do Distrito Industrial II, mas não houve o pagamento efetuado pela prefeitura aos Jalles.

 

Após Viola, foi eleito prefeito José Antônio Caparroz que elegeu seu vice como sucessor, José Carlos Guisso. Posteriormente, foi eleito Antonio Sanches Cardoso que foi sucedido, novamente,  por José Carlos Guisso. Este último morreu em um acidente de automóvel e seu vice assumiu: José Antonio Caparroz. No transcorrer de todos esses mandatos, correu paralelamente, uma ação de indenização, movida contra a Prefeitura Municipal de Jales, pelos Jalles, para o pagamento pela desapropriação de suas terras.

 

No ano de 2002 houve um pedido de seqüestro das rendas do município, pois houve decisão judicial de última instância, a favor da Família Jalles, estipulando o pagamento de R$ 10.000.000, 00 (Dez milhões de reais)[16] pela desapropriação feita no ano de 1986. O valor da indenização equivale a R$ 625 000,00 (Seiscentos e vinte cinco mil reais) o alqueire, quando o valor de mercado não ultrapassa a casa dos R$ 100 000,00 o alqueire. Houve no decorrer do processo, negligência por parte do poder público em contestar o preço estabelecido na perícia na ação de indenização. Perdeu-se prazo para recurso, enfim, negligência ou conivência ocorreram nessa relação entre o público e o privado. Isso, de certa forma, contribuiu e contribui para a expansão do perímetro urbano da cidade de Jales.

 

Nos dias atuais, a Prefeitura está propondo a venda de terrenos públicos para que se possa pagar a Família Jalles, pois o orçamento anual do município gira em torno de R$ 24 000 000,00 (Vinte milhões de reais), o que inviabilizaria o pagamento do débito total. Dentre os terrenos públicos, propõe-se vender uma das praças públicas, o estádio municipal, a rodoviária, o aeroporto e o recinto de exposições. Novamente os Jalles conseguem, mesmo que por outros meios, auferir renda da terra na cidade.

 

As relações entre o público e o privado são, de fato, pouco lícitas, quando se verifica que o terreno desapropriado para fins de instalação do Distrito Industrial II, de acordo com o PRODIJAL (Programa para o Desenvolvimento Industrial de Jales, criado pelo poder público local), deveria ser dividido em lotes onde pudessem se instalar somente indústrias. A Prefeitura Municipal de Jales construiu toda infra-estrutura, como guias, asfalto, iluminação pública e galerias pluviais e a SABESB (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) construiu as redes de esgoto e água. Acontece que no Distrito Industrial foi doada, grande parte dos terrenos, ou vendidos a preços simbólicos, como um de área de 26 mil metros quadrados, pelo equivalente a US$ 11,00 (onze dólares) à época posterior à desapropriação.

 

Esse terreno de 26 mil metros quadrados foi vendido, a preço simbólico, a José Antônio Caparroz Bogaz, filho do prefeito à época. Atualmente, o terreno pertence à viúva do antigo proprietário e está alugado à Prefeitura Municipal de Jales, quando, então, seu sogro era o prefeito: José Antonio Caparroz.

 

Muitos outros terrenos foram doados a vereadores e a especuladores imobiliários, que alugam os terrenos ou galpões construídos. A maioria dos terrenos está ocupada por atividades ligadas ao setor terciário e não ao secundário, como prevê o PRODIJAL. Uma dessas empresas comerciais é uma revenda de automóveis da bandeira Ford, que até 2004 era propriedade da Família Caparroz.

 

Durante as décadas de 1980 e de 1990, em Jales, surgiram alguns conjuntos habitacionais, resultante do processo de diminuição da população do campo. Jales, também, tornou-se, de certo modo, atrativa para a população das cidades menores, por conta de uma possibilidade maior de empregos. Portanto, houve um aumento pela demanda por habitação associada a políticas de distensão social promovida pelo poder público no Brasil. Caso singular houve por conta da construção de dois conjuntos habitacionais em Jales, no decorrer das duas décadas mencionadas anteriormente. Os dois conjuntos foram construídos no primeiro mandato de prefeito de José Antônio Caparroz e de seu sucessor, José Carlos Guisso. Os dois conjuntos habitacionais receberam a denominação de JACB I e JACB II, iniciais de José Antônio Caparroz Bogaz, filho do prefeito, morto em acidente de automóvel. Estes conjuntos foram construídos em área periférica, distando aproximadamente 5 quilômetros do centro da cidade. Nesta época a empresa concessionária de exploração de transporte público na cidade pertencia justamente a José Antônio Caparroz. Fica nítido a vinculação direta entre o poder local, a verticalização entre o público e o privado e a expansão urbana de Jales.

 

Assim, o crescimento da cidade foi e é determinado por interesses particulares que, de certa forma, ocorrem no obscurantismo das relações entre aqueles que detêm o poder local. Poder local que é exercido através das articulações entre o público e o privado, que em Jales, desde seus primórdios, baseia-se na não distinção entre estas esferas, devido ao fato de, na maioria das vezes, ocorrer a apropriação do primeiro pelo segundo.

 

 

Notas



[1] Sobre terra para trabalho e terra para negócio, ver Martins (1975). O autor afirma que a terra para trabalho não tem preço. É usada somente para a produção de produtos necessários à alimentação e o excedente comercializado. Neste caso, não há a noção jurídica da propriedade e muito menos é vista como equivalente de capital. Terra para negócio ganha um caráter capitalista de propriedade da terra. Esta se torna equivalente de capital, à medida que o capital territorializa-se.

 

[2] Sobre a propaganda feita pelas Companhias Imobiliárias, ver Bíscaro Neto (1993). Neste trabalho, o autor afirma que, na colonização efetuada pela CAIC, no entorno de Santa Fé do Sul, muitos atrativos eram oferecidos. Dentre eles o transporte de ônibus efetuado pela companhia da estação ferroviária de Votuporanga até o local de comercialização. Durante a viagem, o interessado na compra de lotes, era “bombardeado” com a propaganda durante todo o percurso, ou seja, na frente do assento onde ele estava, constavam dizeres referentes às terras como sendo de ótima fertilidade, das facilidades no pagamento e da oportunidade em se tornar proprietário. Quando os possíveis compradores chegavam a Santa Fé do Sul, eram recebidos com festa regada à cerveja gelada. O gelo era buscado pelos empreendedores na cidade de Fernandópolis, distante cerca de 70 Km.

 

[3] Sobre esse assunto ver Monbeig (1984) p.232-3.

 

[4] Sobre o assunto ver Hespanha, Sérgio Augusto Menezes. Proposta para um centro cívico na cidade de Jales, SP. 2000. 1v. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – FAU, USP, São Paulo, 2000.

 

[5] Sobre esse assunto, escreveu Martins (1990): “É comum encontrar-se nos arquivos documentos de transferência de propriedade de uma casa a um terceiro, construída em terras de um segundo, que apenas recebia o laudêmio, um tributo quase simbólico de reconhecimento do seu senhorio e não de sua propriedade”. p.179-180.

 

[6] As áreas “privilegiadas” da cidade e seu entorno estão até os dias atuais sob o controle do espólio da família Jalles que determina o direcionamento do crescimento da cidade através da especulação imobiliária no sentido de extrair a renda da terra. Até o momento o laudêmio é cobrado (2,5% do valor venal) nas transações imobiliárias na área central, no Jardim Santo Expedito e Vila Inês na cidade de Jales. No laudêmio, o espólio da família Jalles tem o domínio sem ter a posse sobre os terrenos, mas com a opção de recompra, pois foi o próprio Euphly Jalles quem loteou e estabeleceu essa taxa; para abrir mão da recompra a família cobra 2,5% do valor do imóvel, segundo o Cartório de Registro de Imóveis de Jales.

 

[7] Para esse conceito ver Egler (1985), Rangel (1986) e Sayad (1977).

 

[8] Refere-se aqui ao Império Romano do Oriente, quando foi instituído o direito justinianeu, durante o reinado de Justiniano, quando foi formulado 4 652 regimentos imperiais (Codex).

 

[9] Sobre o assunto ver MARKY, Thomas. Curso elementar de Direito Romano. São Paulo: Saraiva, 1995. Ver, também, Abreu (1997).

 

[10] Para tratar deste assunto ver Bobbio (1995).

 

[11] Em Nardoque (2002), as entrevistas com pequenos agricultores que foram ludibriados na compra de terras griladas por Euphly Jalles, onde os mesmos tiveram que pagar novamente por suas propriedades, não conseguem guardar rancor do loteador, muitas das vezes afirmando que Jalles era inocente.

 

[12] Euphly Jalles foi assassinado no dia 30 de outubro de 1965 em um estabelecimento comercial na cidade de São José do Rio Preto por Líbero Luckesi, advogado de Alcides do Amaral Mendonça, devido a litígios por terras na Gleba Marimbondo, parte da Fazenda Ponte Pensa. Para ver mais sobre o assunto ler Nardoque (2002).

 

[13] De acordo com CHAUÍ (1980).

 

[14]   Para ler sobre o assunto, ver MARTINS, J. S. O poder do atraso. São Paulo: Hucitec, 1994.

 

[15] Aqui a medida agrária corresponde ao alqueire paulista, ou seja, 24 200 metros quadrados ou 2,42 hectares.

 

[16] O câmbio dólar-real, no dia 07 de fevereiro de 2005, estava US$ 1 – R$ 2,69.

 

 

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© Copyright Sedeval Nardoque, Lúcia Helena de Oliveira Gerardi, 2005

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Ficha bibliográfica:

NARDOQUE, S.; OLIVEIRA, L. Renda da terra e a produção do espaço urbano em Jales-sp/Brasil. Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2005, vol. IX, núm. 194 (91). <http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-194-91.htm> [ISSN: 1138-9788]

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