Menú principal

Índice de Scripta Nova

Scripta Nova
REVISTA ELECTRÓNICA DE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES
Universidad de Barcelona. ISSN: 1138-9788. Depósito Legal: B. 21.741-98
Vol. VI, núm. 119 (66), 1 de agosto de 2002

EL TRABAJO

Número extraordinario dedicado al IV Coloquio Internacional de Geocrítica (Actas del Coloquio)
 

COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL, FLEXIBILIDADE PRODUTIVA
E INTEGRAÇÃO SOCIAL NO SUL DO BRASIL.

Margareth de Castro Afeche Pimenta
Professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo e da Pós-Graduação em Geografia
Universidade Federal de Santa Catarina/Brasil


Competitividade internacional, flexibilidade produtiva e integração social no sul do Brasil Resumo)

Até meados da década de 1980, o Brasil desenvolveu, a partir do processo de substituição de importações, um parque industrial moderno e diversificado. Após a década de 90, o Estado brasileiro desempenha importante papel submetendo a economia nacional aos desígnios do capital financeiro internacional, adotando políticas fiscais, cambiais e creditícias que resultam na fragilização do setor produtivo. A abertura indiscriminada do mercado interno aos produtos importados e a perda de competitividade empresarial promoveram a reorganização do setor industrial com a flexibilização da cadeia produtiva, criando redes setoriais entre firmas de diferentes tamanhos. Um movimento de dispersão e de interiorização industrial pulveriza a força de trabalho, desarticulando vínculos e identidades sociais. Deslocando-se das maiores cidades para as pequenas ou médias, das áreas centrais para a periferia, o movimento do trabalho acompanha a formação das pontas de cadeia, onde a vantagem competitiva baseia-se na deterioração da força de trabalho e das condições de vida urbana.

Palavras chave: flexibilidade produtiva; espaço urbano e regional; integração social


International competitivity, productive flexibility and social integration in the South of Brazil (Abstract)

Until the middle of the 80’s, Brazil, through an import replacement process, contrived to develop a modern and diversified industrial park. After the 90’s, the Brazilian State starts to play a significant role in the submission of the national economy to designs of international financial capital, by adopting fiscal, exchange and credit policies that resulted in the fragilization of the productive sector. The indiscriminate opening of the internal market to imported products and loss of entrepreneurial competitivity promoted the reorganization of the industrial sector, with flexibilization of the productive chain, thus creating sectorial networks between different sized companies. A movement of dispersion and industrial interiorization dismantles the workforce, disarticulating social links and identities. Moving from larger cities to small or medium sized ones, from central areas to periphery, the course of the work follows the newly formed chain end points, where competitive edge is based in the deterioration of the work force and conditions of the urban life.

Key words: productive flexibility; regional and urban space; social integration


O Brasil construiu, ao longo da história de seu processo de industrialização desde meados do século XIX, um parque fabril dinâmico e diversificado. Compondo seu percurso a partir da industrialização "em ordem inversa" , - da produção de bens de consumo não-duráveis até bens de produção – e utilizando-se do processo de substituição gradativa de importações, consegue mudar sua posição de fornecedor mundial de produtos primários a exportador de manufaturados, graças, sobretudo, à política de incentivos governamentais, instituída após a década de 1970. (Rangel,1982;Tavares,1981) Os constantes ciclos renovadores da economia, baseados na superação dos atrasos relativos e no uso das potencialidades em termos de recursos e mercado interno, fizeram o Brasil crescer a taxas médias superiores a 7 por ciento ao ano após a Segunda Guerra Mundial, alcançando índices invejáveis no decorrer dos anos 70 (em torno de 10% a 11% ao ano). (Batista Júnior, 2000:B-2)

O início dos anos 90 marca, no entanto, o ponto de inflexão, pelo abandono de um projeto de desenvolvimento nacional e a deliberada opção estatal pela inserção submissa aos interesses do capital financeiro internacional. Os sucessivos planos econômicos estabelecidos durante a década anterior - a "década perdida" - não conseguiram reverter a crise fiscal do Estado e sua incapacidade de saldar os compromissos internacionais assumidos que, baseados em fluxos voláteis ou de curto prazo, significavam agora restrições consideráveis aos gastos governamentais em setores onde a dívida social vinha historicamente se agravando, transformando o Brasil num dos países mais desiguais do mundo.

A mudança internacional corresponde, não sem dificuldades (1), a imposição de governos locais condizentes com os desígnios das grandes corporações internacionais. A hegemonia americana, fortalecida pela queda do Muro de Berlim e a dissolução da União Soviética, impõe modelos generalizantes, baseados na alta dos juros, no controle cambial e salarial, na contenção da inflação e no desemprego. (Tavares, 1999) O Brasil foi um dos últimos países a se adaptar à nova lógica da globalização financeira, adotando a política de liberalização comercial e financeira no sentido de atrair recursos externos. Cativo de compromissos financeiros internacionais, o Estado brasileiro permitiu, então, um processo de desnacionalização e desorganização do parque industrial, além de um rebaixamento das condições de competitividade internacional dos produtos nacionais e da qualidade de vida da população rural e urbana. As privatizações realizadas em nome do saneamento das finanças públicas restringiram-se à transferência patrimonial, sem aumento substantivo do parque industrial já instalado. (Tavares,2000)

A abertura indiscriminada do mercado nacional aos produtos estrangeiros - exercida pelo imperativo dos princípios neo-liberais e pelo discurso globalizante – em condições adversas de competitividade, devido à sobrevalorização cambial e às altas taxas de juros -, obriga as empresas nacionais a estabelecerem rápidos processos de reestruturação industrial, empurrando para fora da estrutura das firmas setores intensivos em mão-de-obra. A capitalização das grandes firmas impõe a externalização dos riscos e das defasagens produtivas, com a generalização dos contratos instáveis, impostos à força de trabalho enfraquecida pela política recessiva e pelo desemprego.

A submissão às leis mercado, ao mesmo tempo que facilita a tarefa de deslocalização industrial dos países centrais, promove o desmantelamento de setores produtivos (industriais ou agrícolas), muitas vezes considerados "pouco competitivos", o que tem contribuído para elevar o nível do desemprego e de pobreza rural e urbana. Desconsidera-se a história da conformação econômica regional, a qualificação de sucessivas gerações de trabalhadores, a consolidação do meio técnico, no sentido de tentar atender às demandas mais prementes, visando à adaptação retardatária - e, como tal, propensa ao insucesso em condições instáveis – ao mercado internacional.

A readaptação de toda a região sul está associada ao processo de reestruturação industrial, onde empresas antigas e tradicionais são obrigadas a adotar uma rede hierárquica de subcontratações e terceirizações, desorganizando relações sociais e culturais historicamente constituídas. Vinculadas à internacionalização produtiva, as grandes firmas exportadoras transferem os riscos de flutuação da demanda para fora da estrutura empresarial, incorporando novas áreas, aptas à flexibilização da produção e do trabalho, graças à situação de fragilidade e desorganização dos trabalhadores locais.
 

Novo regime mundial de acumulação

Para acompanhar os novos termos colocados pelo mercado mundial, as empresas nacionais viram-se na contingência de adotar procedimentos de reestruturação industrial e modelos de acumulação mais flexíveis, seguindo as mudanças efetuadas no plano mundial. Após 1973, a economia mundial começa um ciclo descendente de crescimento econômico e uma mudança no processo de acumulação. A crise do petróleo, a substituição do dólar como moeda mundial, as crises fiscais de Estados nacionais deficitários, as dificuldades de controle das dívidas internas e externas, são alguns dos sintomas de que novos dados estariam colocados no cenário mundial, repercutindo de maneira desigual nos diferentes países, mas apresentando traços comuns de mudança nos regimes de acumulação. O fordismo como regime de acumulação amplamente difundido após a Segunda Guerra alentava seu fôlego, apresentando como evidentes novos procedimentos industriais, com a flexibilização das relações de produção, do mercado de trabalho, da produção em pequenos lotes e da necessidade de aumento da velocidade de giro dos capitais (adoção mais generalizada do sistema just-in-time, expansão do crédito e do sistema financeiro). (Aglietta, 1976; Boyer, 19866).

A compatibilidade dos modelos de desenvolvimento nacionais realiza-se, então, através de uma determinada configuração internacional. A hegemonia de nações funda-se sobre maior eficiência produtiva do paradigma tecnológico e a estabilidade do modo de regulação "concretiza-se não somente em função das vantagens obtidas pelos países dominantes no comércio internacional, mas também pelas regras que tais países são capazes de impor dentro do "regime internacional" (BODDY, 1990, pág.19) Os países dominantes possuem assim, o privilégio de uma base interna diferente, associado a relações político-econômicas internacionais. A hegemonia dos Estados Unidos fica consolidada após a Segunda Guerra Mundial pela adoção do dólar como moeda internacional - fato contestado somente a partir de 1971 e referendado pela crise de 1973 -, que constitui a passagem do modo de acumulação fordista para um novo modelo de crescimento econômico ainda indefinido, mas conhecido até então como modelo pós-fordista ou a acumulação flexível.

Se as tecnologias e formas organizacionais flexíveis não se tornaram hegemônicas em toda parte, o fordismo que as precedeu também não. (Gottdiener, 1990) As combinações entre fordismo e acumulação flexível, as coordenações de mercado (subcontratações) se expandiram em prejuízo do planejamento corporativo direto no âmbito do sistema de produção e apropriação da mais-valia, constituindo, assim, uma mudança de equilíbrio entre os dois sistemas. Talvez não se possa caracterizar como uma passagem irreversível de um sistema a outro, já que a desvalorização da força de trabalho constituiu sempre uma resposta instintiva às crises, no entanto, não se pode negar um processo explícito de adoção de novas tecnologias e de sistemas alternativos de produção e controle de trabalhadores. O aumento contínuo dos fluxos desiguais entre nações generaliza as formas de produção enquanto pré-requisito da competitividade internacional. O Brasil e, particularmente, as empresas têxteis e confeccionistas vêem-se, assim, na contingência de assumir formas mais flexíveis de acumulação, acomodando-se às imposições estabelecidas pela relação entre Estado e mercado mundial.
 

Conseqüências industriais da Política neoliberal

A abertura do mercado nacional às importações e o aumento da competitividade internacional debilitou, sobremaneira, a estrutura industrial brasileira, promovendo processos de fusões, incorporações e desnacionalizações sem precedentes na história nacional. (Pochmann, 2000). Partiu-se do pressuposto de que as leis de mercado agindo livremente, colocariam todas as empresas em condições competitivas igualitárias, sem considerar a força de coerção das empresas e das nações, estabelecendo relações privilegiadas nas transações comerciais. Enquanto a política neoliberal adotada preconizava a abertura total das fronteiras nacionais, várias restrições eram impostas aos produtos brasileiros no mercado internacional.

O Governo federal, compelido à satisfação dos financiamentos e dos financiadores internacionais, abre mão de um plano competitivo de integração ao mercado mundial, permitindo a inserção dos produtos brasileiros de forma fragilizada, quer seja pelas importações indiscriminadas sem proteção dos similares nacionais, quer seja pela falta de apoio ao setor exportador. A ausência de uma política de superação de defasagens tecnológicas transformou grande parte dos produtos industriais em artigos banalizados que, sem uma diferenciação clara em termos de incorporação de valor agregado, competem pelo preço. Disputam, diretamente, com produtos oriundos de países assentados em altas taxas de exploração do trabalho, impedindo a competitividade dos setores baseados em trabalho intensivo. A introdução de inovações tecnológicas viu-se, também, dificultada pelas altíssimas taxas de juros, restringindo a capacidade de endividamento, o que viria a se constituir na causa principal das falências e das transferências patrimoniais. A sobrevalorização da moeda, além de restringir a capacidade de importação e, portanto, a renovação do parque de máquinas e equipamentos, prejudica as exportações brasileiras através da elevação relativa dos custos de produção e dos preços finais. Uma política de rebaixamento salarial totaliza, então, a composição de um quadro de asfixia do mercado interno.

Algumas empresas conseguiram se adaptar mais rapidamente às imposições conjunturais, contanto com altos investimentos em renovação tecnológica e organizacional e garantindo, assim, os padrões internacionais de qualidade e o aproveitamento de nichos de mercado. As empresas mais ligadas ao mercado interno, com produtos banalizados – como a maior parte dos produtos têxteis -, foram as mais atingidas pelas oscilações das tarifas alfandegárias numa conjuntura de elevação cambial da moeda nacional e juros abusivos. (Castro, 2000b) O Estado de Santa Catarina, no sul do Brasil, que consolidou, ao longo de sua história, a única região têxtil brasileira vê-se compelido à reestruturação de seu parque industrial, provocando tercerizações e desemprego, com conseqüências perversas para o espaço urbano e regional. Antigas formas de relações pessoais, incorporadas ao patrimônio cultural, são simplesmente ignoradas no afã de incorporar o Brasil às novas determinações estabelecidas desigualmente pela economia mundial.
 

A industrialização sulista endógena

A região sul constrói uma trajetória industrial com características muito peculiares, diferenciada do restante país em termos de processo de acumulação e de condições de inserção no mercado nacional. Ciclos produtivos anteriores, baseados na monocultura exportadora, haviam propiciado ao nordeste e ao sudeste, uma acumulação de capitais suficiente para a implantação concentrada da atividade industrial. Sem deixar de levar em conta fazendeiros e criadores de gado do Rio Grande do Sul, cujos produtos voltam-se, sobretudo, para o sudeste do país, a partir do ciclo do ouro, pode-se considerar que a região sul conhece um frágil processo de acumulação de capitais, permanecendo zona de controle territorial e de abastecimento nacional de produtos alimentícios até meados do século XIX. As políticas migratórias instituídas pelo Governo Federal encarregam-se, então, de intensificar o processo de ocupação regional, atraindo populações européias de diferentes nacionalidades que estão voltadas, num primeiro momento, para o trabalho agrícola e a comercialização do excedente.

Aproveitando-se da pequena acumulação mercantil local, capacidade técnica (2) e espírito empreendedor instalam as primeiras indústrias domésticas. Diversas regiões econômicas foram, assim, constituídas tanto no Rio Grande do Sul como em Santa Catarina, apesar de terem desenvolvimentos posteriores um pouco diferenciados. Enquanto o extremo-sul desenvolve seu parque industrial em torno da polarização efetuada pela capital (Porto Alegre), Santa Catarina constitui uma série de microrregiões autônomas, sendo as principais nucleadas no nordeste do Estado por Joinville (predominância do ramo metal-mecânico) e Blumenau (têxtil e confecções), ambas com predominância da imigração alemã, recebendo, posteriormente, italianos e imigrantes de outras nacionalidades. O sul do Estado de Santa Catarina terá seu desenvolvimento vinculado à colonização italiana e, posteriormente, à extração carbonífera voltada ao abastecimento da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), empresa estatal sediada no Estado do Rio de Janeiro. Tratava-se, no final dos anos 40, de criar as bases para a formação de um parque industrial brasileiro, a partir da constituição do circuito siderúrgico interno, procedimento coerente com os princípios nacionalistas da política governamental.

O processo de povoamento da faixa litorânea catarinense, pelas migrações açorianas do século XVIII e "européias" do século XIX (3), fez-se acompanhar, posteriormente, pela ocupação do meio-oeste no período entre-guerras e do oeste após a Segunda Guerra Mundial, constituindo os maiores frigoríficos nacionais exportadores de frangos e suínos. O Estado reparte-se, assim, em zonas econômicas definidas e, até recentemente, relativamente especializadas. Acompanhando as várias etapas do desenvolvimento econômico brasileiro, os empresários catarinenses constituíram um parque industrial competitivo que ingressaria no mercado mundial a partir da década de 70 com algumas das maiores empresas nacionais do ramo têxtil, metal-mecânico e alimentar, entre outros.

As bruscas mudanças da política governamental ocorridas a partir da década de 90, no entanto, tornaram vulnerável o patrimônio industrial brasileiro. A abertura indiscriminada do mercado nacional levou à rápida reversão de uma história de crescimento contínuo e promissor das empresas catarinenses, provocando processos de crise e de desnacionalização de empresas tradicionais, devido à ação combinada entre necessidade de modernização e insolvência financeira. (CASTRO,2000) Sem se importar com as conseqüências concretas para a história das populações residentes, a política estatal vigente permitiu a destruição de relações produtivas e trabalhistas, desorganizando relações sociais e pessoais construídas historicamente e desarticulando espaços regionais tradicionais.
 

A reorganização espacial da indústria no sul do Brasil

A crise têxtil, promovida pela abertura do mercado nacional sem prévio estabelecimento das condições de competitividade, atinge, rapidamente, o parque de malhas e de vestuário do Vale do Itajaí no nordeste de Santa Catarina. Considerada a única região têxtil nacional, a microrregião de Blumenau estabelece desde o século XIX, a partir da pequena acumulação mercantil, um parque fabril altamente competitivo, concentrando as maiores empresas nacionais exportadoras do setor. Esta região excêntrica em relação ao pólo dinâmico do país, localizado no sudeste, consegue, a partir de ampla rede de relações interpessoais e culturais, superar as condições de desigualdade locacional competitiva. Importando matérias-primas dos países de origem, onde haviam ficado parentes próximos, supera a falta de abastecimento estabelecida pela Guerras Mundiais, responsável pela falência de muitas empresas nacionais. Empregando uma mão-de-obra assídua, prestativa e diligente, cativada a partir de relações pessoais e paternalistas, consegue uma qualidade de produtos comparável aos grandes centros produtores. As empresas sediadas em Blumenau (4) e Brusque empregavam até a década de 1980, direta ou indiretamente, a quase totalidade dos trabalhadores industriais da microrregião. Contando com um baixo custo da reprodução da força de trabalho, devido às características de localização fabril em pequenas e médias cidades (5), sem custos de aglomeração importantes, podiam manter uma satisfação trabalhista em termos de qualidade de vida, fornecendo assistência médica, dentária, além de lugares de convívio, como sedes de esportes e lazer. A prestação de serviços municipais complementares garantiam nível educacional e qualificação técnica. O processo de acumulação de capitais e de transferência de valor produtivo podia ser assim associado a padrões de vida superiores aos das grandes cidades brasileiras.

As empresas nacionais viram-se obrigadas, repentinamente, a partir de decreto presidencial, além de concorrerem com produtos importados sem as devidas precauções anteriores, a enfrentarem, também, a competitividade de estruturas mais flexíveis devido à proliferação interna de micro, pequenas e médias empresas, atuando com baixos custos, sem intermediários e podendo produzir em pequenos lotes, com maior variedade e rapidez. Para as grandes empresas, tratava-se de reorganizar o sistema produtivo no sentido de enfrentar a competição internacional, onde a subcontratação aparece, então, como alternativa de barateamento dos custos finais, eliminando etapas intensivas em trabalho.

As regiões fabris consolidadas apresentam, no entanto, resistências importantes a bruscos processos de ruptura nos modelos de acumulação, tanto do ponto de vista das estruturas implantadas como das relações sociais estabelecidas. Estas cidades e microrregiões haviam se desenvolvido sob a estruturação taylorista do trabalho, com estruturas verticalizadas e altos investimentos em máquinas e edificações. Grandes massas de capital fixo investido não podem ser desarticuladas rapidamente, necessitam de amortização e do estabelecimento de novos arranjos que demandam tempo e organização. Readaptações se impõem, visando suavizar os impactos econômicos e sociais. As estratégias, no entanto, variam.

Algumas empresas passam a apostar no esvaziamento quase total das unidades fabris, a terceirização absoluta, seguindo o sucesso de modelos estrangeiros. De setor fabril pretendem se comportar como setor estrategicamente comercial, sem produzir diretamente nada além de uma imagem de marca, mantendo somente o controle da concepção, do circuito produtivo externo à empresa e do sistema publicitário. Incentivando formas produtivas arcaicas, debilitam as relações de trabalho, transferem os riscos de mercado para fora da firma e autonomizam a reprodução da força de trabalho.

Os setores intensivos em capital, no entanto, permanecem sob controle dos grandes grupos industriais, alterando, no entanto, a estrutura organizacional e o interior da fábrica. Indústrias competitivas (a Hering, por exemplo) começam a introduzir métodos inspirados no modelo japonês de círculos de controle de qualidade (CORIAT,1994). A estrutura hierárquica se transforma, impondo um novo perfil de trabalhador capaz de compreender e coordenar etapas inteiras do processo produtivo. A divisão de tarefas da linha de produção do tipo taylorista fica substituída, em parte, pelo rodízio de funções dentro de um mesmo grupo. A responsabilidade industrial se socializa, sem significar perda, mas aumento do controle centralizado. A tendência é a fábrica do trabalho raro e qualificado. Este novo trabalhador convive, no entanto, em nível da cidade e da região com uma enorme quantidade de empregos instáveis e temporários, obrigando-o à sujeição e à criatividade cerceada pelo temor do desemprego.

A flexibilização das relações empregatícias aparece como resposta aos altos custos de mão-de-obra e como método de fragmentar e dividir a força de trabalho industrial. Se as tarefas produtivas são facilmente separáveis, a partir da intensificação da divisão social do trabalho (como já assinalava Adam Smith na parábola sobre manufatura de alfinetes), então se torna possível a combinação da produção executada em ateliers independentes. Como as difíceis condições territoriais e de abastecimento irregular de insumos, que obrigaram à integração vertical precoce das indústrias têxteis de Santa Catarina, se alteraram e tornaram irrelevantes as distâncias entre etapas produtivas de grande parte dos produtos industriais (sobretudo produtos leves e pequenos), a dispersão espacial da produção torna-se viável, principalmente nos setores dependentes da oferta abundante de mão-de-obra industrial. Surge, então, uma complexa rede de vinculações entre produtores, com os serviços de subcontratação que submete hierarquicamente pequenos ateliers à demanda vinculada das grandes empresas.

A flexibilidade produtiva não implica, no entanto, o fim da concentração técnica e financeira do capital, possibilitando a combinação entre as estruturas tradicionais de produção e subcontratações. A flexibilização procede de maneira funcional quando as grandes empresas de São Paulo, mas também de Santa Catarina, sem alterar substancialmente a concentração econômica em suas empresas-sede, reorganizam um sistema de relações entre grandes e pequenas estabelecimentos, exteriorizando etapas produtivas mais intensivas em mão-de-obra, como é o caso da confecção. Em períodos de instabilidade de mercados nacionais e mundiais, formas mais flexíveis de produção podem diminuir o peso dos investimentos em capital imobilizado e externalizar riscos de flutuações de demanda. Os empresários têxteis do Vale do Itajaí passam a estabelecer, então, relações de subcontratação dentro e fora da sua região industrial, alterando totalmente a relação entre indústria e contexto regional. Se por um lado as empresas do Vale do Itajaí utilizam-se das cidades do sul do Estado (como no caso das microrregiões de Criciúma e de Tubarão) para a terceirização de tarefas que requerem mão-de-obra abundante e instável (como a confecção), integram-se elas mesmas cada vez mais no circuito internacional de produção têxtil, concentrando e aprimorando unidades de direção, concepção e comando. (Pimenta, 1997) As regiões devem se adaptar às novas condições dos mercados mundializados, sob pena de terem seu parque industrial sucateado.

Tanto a empresa baseada na "imagem de marca", quanto o processo renovador baseado em maciços investimentos em capital fixo, fizeram-se acompanhar de um esvaziamento das unidades fabris em termos de trabalho vivo. (Baudrillard, 1970) O predomínio absoluto da atividade têxtil nos vales do Rio Itajaí dissipa pelo espaços urbanos e regionais, o trabalho e o problema do desemprego em larga escala. Formas precárias de trabalho reforçam, ainda, a ruptura de laços sociais historicamente constituídos. A questão fabril é, aqui, imediatamente, social e espacial.

Numa região homogeneamente têxtil e industrial, a readaptação da estrutura produtiva reorganiza os espaços internos da cidade, ameaçando-os, não somente, com o sucateamento do parque fabril, mas com a pauperização extensiva da população regional. O problema fabril constitui-se, imediatamente, em problema social e comunitário. A crise tornou-se visível na paisagem; as soluções parecem, por enquanto, longínquas e obscuras.
 

Os novos espaços do trabalho

Após a década de 1970, as empresas catarinenses incluem-se entre as maiores exportadoras do setor têxtil e confeccionista em nível nacional, expandindo sua atividade tanto econômica como espacialmente. Num primeiro momento, a expansão industrial deve-se aos fortes subsídios oferecidos pela Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) e à criação de filiais no nordeste na década de 1970 que, instaladas num meio técnico pouco desenvolvido, foram implantadas a partir de estruturas fabris integradas. O segundo movimento de expansão do setor apresenta, no entanto, características diversas e refere-se à criação de novas unidades industriais no próprio Estado de Santa Catarina (6), resultante do sistema de externalização de etapas do processo produtivo, ocorrida pelo estabelecimento de vínculos de subcontratação, principalmente, no setor de confecções a partir da década de 1990. Vale ressaltar que, apesar da crise de meados dos anos 90, a indústria têxtil e da confecção destaca-se, ainda hoje, como uma das mais importantes atividades produtivas do Estado de Santa Catarina. O setor de confecção de roupas de malha ocupa, sozinho, o segundo lugar na produção do Estado, sendo responsável por 12 por cento da produção do valor adicionado em 1995.

Se a concepção, a modelagem, assim como o beneficiamento concentram-se fundamentalmente no Vale do Itajaí, a confecção de peças de vestuário distribui-se por municípios da faixa litorânea, localizando-se junto à oferta de mão-de-obra barata e abundante. As etapas mais intensivas em capital, como a fiação, permaneceram, ou não vinculadas às grandes empresas têxteis, dependendo da capacidade de capitalização e possibilidade de renovação tecnológica dessas empresas. Normalmente, a concentração na concepção e no beneficiamento recebeu tratamento privilegiado frente às demais etapas produtivas, por significarem o acréscimo de diferencial no produto.

Novas empresas, em geral pequenas e médias empresas (incluindo-se as denominadas cooperativas), são criadas para cumprir etapas produtivas que anteriormente eram feitas dentro de estruturas verticalizadas das grandes empresas têxteis. Nas antigas cidades industriais, ao número relativamente restrito de grandes e médias empresas que se serviam de grande contingente de trabalhadores que vinham conformar os diferentes bairros residenciais, substitui-se a dispersão espacial pelo surgimento de uma grande quantidade de pequenos estabelecimentos fabris. O desemprego apega-se, pela falta de alternativas, a esta saída ilusória de criação de micro e pequenas empresas, tendo em vista a própria conjuntura de retração da demanda na qual foram geradas. Inúmeros estabelecimentos se alternam, em rápidos processos sucessivos de implantação e falência. Relações pessoais e de parentesco cedem lugar à estruturas concorrenciais. As empresas exportadoras colocam-se, assim, em posição de diminuição tendencial dos riscos, seja do ponto de vista das flutuações da demanda final dos produtos, seja em relação aos compromissos trabalhistas. A possibilidade do mercado de trabalho de demitir e contratar à vontade adquire formas novas pela utilização de contratos mais flexíveis, como trabalhos estipulados por jornadas mais intensificadas nos períodos de picos da demanda (banco de horas), trabalho por dias corridos, emprego parcial, temporário ou subcontratação. A instabilidade e a insegurança geram a desconfiança e o recolhimento, provocando a restrição do consumo, assim como, aos hábitos urbanos.

À interiorização urbana da desverticalização seguem-se movimentos paralelos de deslocamento e criação de plantas industriais em municípios menores e próximos aos tradicionais pólos têxteis. Num processo de expansão contígua, aparecem nas pequenas localidades alguns estabelecimentos fabris, inseridos em estruturas espaciais praticamente desprovidas de vida urbana. O preço do solo, as persistências rurais e a ausência de organização ou tradição sindical tornam essas novas áreas altamente atrativas para a nova estratégia concorrencial.

Dentro desta mesma lógica, a expansão industrial procura áreas onde o controle da força de trabalho pode ser exercido de forma mais ágil e compensatória. A região organizada sob a centralização de Criciúma, acabava de perder sua principal base econômica, assentada até então na extração carbonífera, que havia sido instituída, sob a égide de regimes nacionalistas, como etapa inicial do complexo siderúrgico de Volta Redonda no Rio de Janeiro e base de sustentação para o processo de industrialização nacional. (Pimenta, 2000) A região carbonífera de Criciúma estava, então, disposta a receber novas atividades, como se a crise preparasse reservatórios de mão-de-obra, capazes de serem incorporados aos novos processos produtivos. (Aydalot, 1984) Esta nova área apresentava, assim, algumas vantagens evidentes - entre elas, mão-de-obra barata, abundante e disponível - no sentido de estimular o desenvolvimento de um processo de acumulação baseado em relações de trabalho mais flexíveis.

O fim do ciclo carbonífero no sul catarinense, decretado em 1990 pelo Presidente Collor, deixa atrás de si, um grande desemprego masculino e uma paisagem utilizada até o esgotamento: terras arrasadas e solos revirados dão lugar a imensas montanhas de resíduos carboníferos, poluição das águas e deterioração das condições de vida da população local. Esta região de reconversão, obrigada a abandonar a exploração das minas de carvão, refugia-se no trabalho feminino - mulheres e filhas de antigos mineiros - voltado principalmente à facção. Num processo rápido, o "Pólo de Criciúma" organiza 8 cidades ao seu redor, desenvolvendo pequenas unidades de confecção, na tentativa de amenizar as condições de uma grave crise urbana e regional.

Nenhum dos processos de reestruturação industrial e de adaptação à "acumulação flexível" ocorrido no Estado de Santa Catarina, encontra-se vinculado à introdução de novas tecnologias, nem à tecnologia de processo, nem a equipamentos flexíveis caros ou ao princípio "just in time", mas somente à flexibilização das relações de trabalho e à expulsão dos riscos de flutuação da demanda para fora da estrutura produtiva das grandes empresas têxteis. (Lipietz,1990) Fazendo parte da desverticalização do processo de produção de grandes empresas exportadoras de São Paulo e de Santa Catarina, grande parte dos ateliers do sul catarinense se dedicam à confecção de tecidos de panos, principalmente jeans. Somente algumas indústrias locais, além do vínculo de subcontratação, possuem etiqueta própria, todas as demais estão exclusivamente dedicadas à facção, como ocorre hoje nos centros das cidades européias, com a utilização da força de trabalho dos imigrantes clandestinos, que compõe a economia informal dos países do Primeiro Mundo. Uma rede de fluxos transacionais amplia as relações, não somente interna à região mas, principalmente entre região e as empresas-sede (7) localizadas externamente, retirando do lugar, o poder de decisão sobre as alternativas econômicas e de planejamento.

Os vínculos iniciais de subcontratação dão lugar, também, a uma extensa rede de terceirização entre as próprias empresas locais, fragmentando sucessivamente as etapas de trabalho, de acordo com as dificuldades do processo técnico em termos de saber-fazer, interdependências de tarefas e capital fixo investido. Inúmeras cooperativas, pequenas fábricas ou ateliers domésticos dispersam-se pelo meio urbano ou pelo espaço rural circundante, estabelecendo uma intensa rede de fluxos entre etapas produtivas. A irradiação espacial da produção faz-se acompanhar da proliferação crescente dos postos de venda-direta ao consumidor (outlets centers), binômio quase inseparável da característica deste novo sistema de produção. Enquanto os locais de venda concentram-se nas rodovias e nas áreas centrais das cidades, a nova organização da produção estabelece uma tendência centrípeta, incrustando-se nas periferias e no interior dos espaços regionais.

A extrema mobilidade da produção enfraquece as condições de negociação entre capital e trabalho, pois a ampliação espacial quase ilimitada do mercado de trabalho e a agregação de novas áreas, sobretudo rurais, ao circuito produtivo urbano agem no sentido do rebaixamento constante do custo da reprodução da força de trabalho. (Scott e Storper, 1988:40) Com um grande setor de trabalho informal e uma recente desarticulação do movimento trabalhista - pois nada mais desestruturador do poder sindical do que o desemprego -, as grandes indústrias podem dispor de uma mão-de-obra cuja única alternativa restringe-se à possibilidade de submeter-se à qualquer vínculo empregatício, mesmo que fluido e intermitente.

Um movimento de dispersão e de interiorização industrial pulveriza a força de trabalho, desarticulando vínculos sociais e desfazendo identidades criadas a partir da qualificação do trabalhador. Deslocando-se das maiores cidades para as pequenas ou médias, das áreas centrais para a periferia, o movimento do trabalho acompanha a formação das pontas de cadeia, onde a vantagem competitiva baseia-se na deterioração da força de trabalho e das condições de vida urbana. Pequenos empreendimentos, incluindo o ressurgimento da indústria doméstica, associam-se em rede hierárquica aos setores exportadores ou aos grandes distribuidores nacionais que detêm o controle da esfera da circulação e da distribuição nacionais e internacionais. O sucesso no mercado mundial está associado, assim, à pulverização do trabalho, ao isolamento social e à pauperização da vida urbana e regional.
 

Notas

(1) É importante assinalar que, mesmo com todo o controle dos meios de comunicação, a primeira eleição de governos neo-liberais no Brasil, dividiu a Nação entre o Partido dos Trabalhadores e o candidato Collor que venceu, a partir de um golpe baixo de mídia, com uma margem ínfima de votos.

(2) Os imigrantes europeus vinham de regiões industrialmente desenvolvidas e dominavam as técnicas fabris. (WEIBEL, 1979)

(3) Interessante observar que a literatura histórica trata como migrações européias as do século XIX, constituídas sobretudo de trabalhadores de origem alemã e italiana em Santa Catarina.

(4) A Hering, por exemplo, possuía confecções nos municípios de Indaial, Rodeio e e Gaspar, cidades que fazem parte da microrregião de Blumenau.

(5) Deve-se considerar, também, a sobrevivência de relações combinadas entre trabalho agrícola e trabalho industrial, que contribui para o rebaixamento do custo de reprodução da força de trabalho. (Mamigonian, 1965)

(6) Algumas empresas utilizam-se de subcontratação ou de produção de etapas na própria firma, mas fora do Estado, mas são casos mais raros do que a expansão no próprio Estado de Santa Catarina.

(7) Grandes firmas de comercialização (Mesbla e Mappin, anteriormente e, agora, C&A, Carrefour) e grandes firmas têxteis de São Paulo (Lee, Ellus, Staroup) e de Santa Catarina (Wrangler, do grupo Hering) confeccionam seus jeans, utilizando as filhas e as mulheres de mineiros desempregados.
 

Bibliografia

AGLIETTA, M.. Régulation et Crises du Capitalisme. Paris: Calman-Lévy, 1976.

AYDALOT, Philippe. Crise et Espace. Paris: Economica, 1984.

BATISTA JÚNIOR, Paulo Nogueira. O que impede o Brasil de crescer mais. Folha de São Paulo, 19 de outubro de 2000, p. b-2.

BAUDRILLARD, Jean. La Société de Consommation. Paris: Folio, 1970.

BAUMAN, R.(org.). O Brasil e a Economia Global. RJ: Campus, Sobeet, 1996.

BODDY, M. Reestruturação industrial, pós-fordismo e novos espaços industriais: uma crítica", in Reestruturação Urbana: Tendências e Desafios. SP: Nobel; RJ: IUPERJ, 1990. (44-58)

BOYER, R. La Théorie de la Régulation: Une Analyse Critique. Paris: La Découverte,1986.

BRAVERMAN, H.. Trabalho e Capital Monopolista. RJ: Zahar Editores, 1981.

CASTRO, A. Barros de. Mais abertura, vamos discutir. Folha de São Paulo, 11 de outubro de 2000.

CASTRO, A. Barros de. Além da fabricação. Folha de São Paulo, 9 de agosto de 2000-b.

CASTRO, A. Barros de; POSSAS, M. Luiz; PROENÇA, Adriano (org.). Estratégias empresariais. RJ: Forense Universitária, 1996.

CLAVAL, Paul. Géographie Humaine et Economique. Paris: PUF, 1984.

CORIAT, B.. Pensar pelo avesso: o modelo japonês de trabalho e de organização. RJ: Revan,UFRJ, 1994.

FERRAZ, J.C.; KUPFER, D.; HAGUENANER, L. (org.). Made in Brazil. Desafios competitivos para a indústria. RJ: Campus, 1997.

FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. SP: Fundo de Cultura, 1964.

GOTTDIENER, Mark. A teoria da crise e a reestruturação sócio-espacial: o caso dos Estados Unidos. Reestruturação Urbana: Tendências e Desafios. SP: Nobel; RJ:IUPERJ, 1990. (59-78)

HARVEY, David . Condição Pós-Moderna. SP: Edições Loyola,1992.

LEFÈBVRE,Henri. O Direito à Cidade.SP: Documentos, 1969

LIPIETZ, Alain. Flexibilidade defensiva ou flexibilidade ofensiva: os desafios das novas tecnologias e da competição mundial. Reestruturação Urbana, Tendências e Desafios. SP: Nobel; RJ:IUPERJ,1990.

MALECKI, Edward. Technology and Economic Development . The dynamics of local, regional and national competitiveness. Londres, Longman, 1997.

MAMIGONIAN, Armén. Estudo Geográfico da Indústrias de Blumenau. Revista Brasileira de Geografia, julho-setembro 1965.

PIMENTA, M.C.A. Flexibilidade produtiva e as cidades do sul catarinense. Anais do VIII Encontro da ANPUR, Porto Alegre, PROPUR,UFRGS, cd-rom, fev.2000.

PIMENTA, M.C.A. Cultura teuto-brasileira e a cidade industrial de Blumenau em Santa Catarina. Revista Dynamis, vol. 6, no 24, jul/set 1999, FURB, p. 61-83.

PIMENTA, M. de C.A. A expansão da atividade têxtil em Santa Catarina. SC: Revista Geosul, 21-22, 1997, p. 58-91.

PIMENTA, Margareth de C. Afeche. Industrialisation et Territoire: le cas de l'Industrie Textile et de la Confection au Brésil (1850-1980). Tese de Doutorado. Univ. Paris IV -Sorbonne, 1994.

POCHMANN, Márcio. Sobre megafusões. Caderno Mais. Folha de São Paulo, 6 de fevereiro de 2000, p.3

PRADO JÚNIOR, Caio. História Econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1976.

RANGEL, I. Ciclos, Tecnologia e Crescimento. RJ:Civilização Brasileira, 1982.

SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova. SP:Hucitec/USP,1978.

SANTOS, Milton. Espaço e Método. SP: Nobel,1985.

SANTOS, Milton. A Urbanização Brasileira. SP: Hucitec,1993.

SCHUMPETER, J. A. Teoria do Desenvolvimento Econômico. SP: Abril Cultural, 1982.

SCOTT,A.J. "Procesos de Localización, Urbanización y Desarollo Territorial: Un Ensayo Exploratorio", in Estudios Territoriales,17:17-44,Madrid,1985.

SCOTT,A.J. e STORPER, M. "Indústria de Alta Tecnologia e Desenvolvimento Regional", in Espaço e Debates 25, 1988,30-44.

STEIN, S.: Origens e Evolução da Indústria Têxtil no Brasil (1850-1950). RJ: Campus, 1979.

TAVARES, M. da Conceição. Destruição não-criadora: memórias de um mandato popular contra a recessão, o desemprego e a globalização subordinada. Rio de Janeiro. Record, 1999.

TAVARES, M. da Conceição. "Desnacionalização e vulnerabilidade externa", Folha de São Paulo, 3 de dezembro de 2000, B-2.

TAVARES, M. da Conceição. Acumulação de Capital e Industrialização no Brasil. Campinas:Unicamp, 1985.

TAVARES, M. da Conceição. Da Substituição de Importações ao Capitalismo Financeiro. RJ: Zahar, 1981.

WEIBEL, Leo: Capítulos de Geografia Tropical e do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1979.
 

© Copyright Margareth de Castro Afeche Pimenta, 2002
© Copyright Scripta Nova, 2002
 

Ficha bibliográfica

PIMENTA, M. C.A. Competitividade internacional, flexibilidade produtiva e integração social no sul do Brasil.  Scripta Nova, Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales, Universidad de Barcelona, vol. VI, nº 119 (66), 2002. [ISSN: 1138-9788]  http://www.ub.es/geocrit/sn/sn119-66.htm


Menú principal