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Índice de Scripta Nova

Scripta Nova
REVISTA ELECTRÓNICA DE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES
Universidad de Barcelona. ISSN: 1138-9788. Depósito Legal: B. 21.741-98
Vol. VI, núm. 119 (139), 1 de agosto de 2002

EL TRABAJO

Número extraordinario dedicado al IV Coloquio Internacional de Geocrítica (Actas del Coloquio)
 

GEOGRAFIA, TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E ENGAJAMENTO PROFISSIONAL:
O TRABALHO DO GEÓGRAFO NO BRASIL

Dirce Maria Antunes Suertegaray
Professora do Departamento de Geografia
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Presidenta da Associação dos Geógrafos Brasileiros (2000-2002)


Geografia, transformações sociais e engajamento profissional: o trabalho do geógrafo no Brasil. Resumo

Este texto trata de discutir as transformações sociais oriundas, particularmente, após os anos 70 e, neste contexto, inserir a prática profissional em Geografia no Brasil. Para isto, o texto busca, a partir de uma periodização que se inicia com o surgimento do primeiro curso de Geografia no Brasil e da constituição da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), indicar as diferentes práticas dos geógrafos. Encerra indicando as transformações da sociedade e da Geografia nos anos 90, mostrando a potencialidade do trabalho dos geógrafos no Brasil nesta passagem de milênio.

Palavras-chave: geógrafos, trabalho do geógrafo, associação profissional, Brasil.


Social changes and Performance of the geographer in Brazil. Abstract

This paper discusses social changes, especially, after the 70s and insert the professional practice in Geography in Brazil. The text indicates different practices of geographers that initiates with the first course of Geography in Brazil and the beginning of the Brazilian Geographers Association (AGB). It finishes indicating the changes of the society and Geography in the 90s, showing the potentiality of the work of the geographer in Brazil in the new millenium.

Key-works: geographers, professional association, goegrapher's work, Brazil.


A Geografia como área de conhecimento que interpreta a vida do homem e da mulher em sociedade, enquanto processo de Geografar a terra, como nos ensina Carlos Walter Porto Gonçalves, constitui uma forma de compreensão do mundo em constante processo de renovação. Enquanto geógrafos, sempre estamos querendo saber: e agora o que faz a Geografia? O mundo está mudando, o que faz a Geografia?

A história da Geografia brasileira recente, tem o ano de 1978 como um marco de renovação. Neste ano em Fortaleza, construía-se no Brasil os alicerces do que se convencionou chamar de Geografia Crítica. Naquele momento, Gonçalves (1978) escrevia um texto singular dizendo "A Geografia está em crise. Viva a Geografia". A crise da época dizia respeito à crítica a uma Geografia descritiva e o seu não compromisso com a transformação social. Passados 10 anos, por ocasião dos 50 anos do IBGE, Figueiredo Monteiro (1988) falando da Geografia em artigo publicado em número especial da Revista Brasileira de Geografia propunha "A travessia da crise". A travessia proposta trazia como suporte à discussão as transformações científicas e filosóficas que deram sustentação à construção do mundo no século XX, sugerindo a construção de um fazer científico que fosse também compreendido pela emoção e pela incorporação das novas concepções da ciência moderna, a exemplo da teoria do Caos, da teoria Quântica, dos princípios da incerteza e da complexidade.

De lá para cá o que fazemos? Analisar a produção geográfica nestes 20 anos é um trabalho vasto. Neste texto, procuramos abordar esta produção a partir do que consideramos mais evidente. Para tratar questões que dizem respeito aos novos contextos da Geografia frente aos desafios da sociedade, a questão profissional e o engajamento social do geógrafo toma-se como referência o papel da Geografia na construção nacional.

Para realizar esta análise, tomamos como referência os principais acontecimentos no mundo, na ciência, no espaço político e na Geografia brasileira ao longo do século XX. A partir daí pensamos ser possível estabelecer uma leitura sobre a contribuição da Geografia e o papel do geógrafo enfatizando os últimos 20 anos.

A leitura deste período nos permite, tomando referência Hobsbawm (1995) periodizar o século XX em três eras, a Era das Catástrofes (1914), a Era do ouro (1945 a 1970) e o Desmoronamento (1970...) A era das Catástrofes corresponde ao período das grandes Guerras, da Crise de 1929, da explosão da bomba atômica e das conseqüências brutais para a humanidade em termos de perdas de vidas, espaços, lugares.

A era do ouro corresponde a um período de significativo crescimento econômico, de expansão industrial. É a era do avanço nuclear, do avanço espacial, do advento da Guerra Fria (conflito Político entre leste e oeste), da melhoria da qualidade de vida nos países centrais frente à consolidação do estado de Bem Estar Social e dos ganhos no mundo do trabalho. A era do desmoronamento corresponde ao período iniciado nos anos 70. A partir deste momento vivemos uma crise econômica com a derrocada do sistema clássico de produção (Fordista), o advento nos países centrais das política neoliberais e a derrocada gradativa do estado de Bem Estar Social. Ao mesmo tempo e, também, em parte por isso, entramos na era da informática, das transformações no mundo da produção e do trabalho e na discussão, a partir de um mundo que se torna mundial (global) da questão ambiental. A ruptura entre essas duas construções de mundo podem ser visualizadas através do quadro comparativo (Quadro 1) As palavras reunidas neste quadro são hoje expressões dessas transformações.
 

Quadro 1
Transformações na Sociedade
Modernidade " Pós-modernidade"
Racionalidade  Nova racionalidade
Finalidade/projeto Não projeto
Dem. Liberal/socialismo Neo-liberalismo
Estado /Nação Corporações internacionais
Estado regulador Estado Mínimo
Fordismo/Keinesianismo Toyotismo
Estado de Bem Estar Social Desrregulamentação/Flexibilização/terceirização
Sindicalismo ONGs/Comunidades tribais
Arte abstrata/funcional Interativa/performance
Comportamento/Paranóico Comportamento/esquisofrênico
Permanente Fugaz/Volátil
Individualismo Tribalismo comum./ Individualismo
Plano urb. setoriais/coletivo Planos urb.mais individualizados

Este contexto mundial em transformação no século XX vai, sem dúvida, expressar as transformações da ciência e vai promover transformações na ciência. Da mesma forma que anteriormente podemos identificar (Quadro.2) uma comparação entre o que caracterizou a ciência, ou o que foi paradigmático até o início deste século e o que vem se construindo e surge como grandes questões postas à ciência após anos 70.
 

Quadro 2
Ciência
Modernidade "Pós – modernidade"
Compartimentação/disjunção  Conjunção/sistema/totalidade
Redução Complexidade
Neutralidade Política /ética
Causalidade Recursividade
Determinista/certeza Probabilística/incerteza
Objeto/fenômeno externo Fenômeno consciência de
Metas teorias Múltiplas Interpretações
Objetividade Objetividade/subjetividade
Semântica Retórica
Disciplinaridade Interdiciplinaridade/transdisciplinaridade.
Objeto Problema

Agora, visualizando o Brasil e a Geografia nesse século que passou, fazendo então o repensar solicitado propomos uma periodização. A primeira fase está articulada com o expansão para o oeste, a conquista de novos territórios (ainda), a República Velha, o Estado Novo e, no dizer de Monteiro (2000), a marcha para oeste. Neste momento, temos uma construção da Geografia, identificada com a criação do curso de Geografia na USP (1934), a Criação do Conselho Nacional de Geografia em 1936 e, posteriormente, o IBGE e a Associação dos Geógrafos Brasileiros criada em São Paulo em 1934 por Pierre Defontaines. Neste momento, a Geografia tinha sua maior expressão a partir dos trabalhos elaborados através dos organismos de estado. O IBGE, a partir dos trabalhos elaborados por geógrafos sem, contudo, existir a carreira de Geógrafo, tinha suas atividades movidas pelo interesse de demarcação do território, a exemplo da carta do Brasil ao Milionésimo, o reconhecimento do território e as regionalizações, em especial a de 1941 (Grandes Regiões Homogêneas), além da veiculação através do ensino da ideologia nacional. Neste momento, particularmente em 1945, conforme nos conta Valverde (1992) o IBGE enviou geógrafos ao exterior para treinamento na pesquisa de campo e para o planejamento regional. Segundo Valverde (1992), o Brasil foi o primeiro país do mundo que, fora da universidade, realizou planejamento regional.

O Segundo momento diz respeito ao Brasil do Pós Guerra. Nesta época vive-se, de um lado, a idéia nacionalista de consolidação do território e desenvolvimento nacional associada ao capital estrangeiro. É construído Brasília, proliferam-se as organizações sindicais e os movimentos sociais. Projetos diferenciados se instalam em debate, em organização e conflito, ocorre a intervenção militar. Segundo Valverde (1992), "em 1968 o IBGE sobrevive ao golpe. Veio a Geografia Quantitativa que nem depois de derrubada pela AGB permaneceu somente no IBGE e em Rio Claro."

Para Figueiredo Monteiro (1990) este momento de valorização do planejamento foi também a fase de valorização dos economistas, aos geógrafos coube a elaboração de subsídios ao planejamento neste período gestado pela economia. Os anos 60/70 dizem respeito a uma geografia que continua vinculada ao Estado. O trabalho do geógrafo é construído, basicamente, nas secretarias de Estado. Este trabalho se torna mais visível com a democratização do ensino superior e a sua expansão. Data deste momento o surgimento dos cursos de bacharelado em Geografia e a regulamentação da profissão de Geógrafo.

O terceiro momento, o desmoronamento atribuído por Hobsbawm, é mais ou menos datado no ano 70. Na Geografia o desmoronamento das formas de fazer e congregar os geógrafos é datada de 1978. Este momento associa-se a redemocratização do país.Com as transformações em curso, a AGB vai também viver mudanças. Este período, representado pelo Encontro Nacional de Geógrafos em Fortaleza, torna-se um marco, sendo lido como: "A eclosão de um movimento que vinha sendo gestado a mais tempo" (Milton Santos 1989).

"Um movimento que muda a organização da entidade, seus estatutos, a partir da assembléia onde os estudantes, com apoio de alguns professores, deram um golpe de força...." (Manoel Corrêa de Andrade, 1988).

"Um movimento de renovação da entidade" (Armem Mamigonian, 1987).

"Um momento em que fizeram exéquias da Geografia Quantitativa... criou-se a chamada Geografia Radical" (Orlando Valverde, 1992).

" O momento de re-aproximação da AGB aos debates da sociedade brasileira, que ela já fazia nos anos 40 e 50" (Carlos Walter Porto Gonçalves, 1999).

Esta nova fase vai produzir uma nova Geografia. Esta vai produzir novas grafias no território por conta do envolvimento dos geógrafos com os movimentos sociais, sejam eles ambientalistas, agrários, extrativistas, urbanos, étnicos, políticos, entre tantos outros que encaminham para a construção da cidadania. Observa-se, também, neste período um processo de renovação do ensino, a partir do questionamento das ideologias produzidas pela Geografia que, em muito teriam dado suporte à construção territorial anterior, em que, por exemplo, como nos diz Geiger (1994), o IBGE (1937) era a instituição marco da modernização promovida pela Estado. Este órgão foi o corpo assessor do executivo na República Velha. A concepção nacionalista produzida pela Geografia do momento anterior foi nesta, solapada.

O movimento da Geografia que se inicia em 78 está centrado no bojo de um processo que se amplia politicamente nos anos 80 no Brasil, mas se associa, gradativamente, às mudanças propagadas do centro econômico do mundo. Os anos 80 foram anos difíceis para a economia nacional. O Brasil reformula sua constituição, busca saídas, os projetos se confrontam e ganham aqueles que vêem no Neo liberalismo a saída nacional. Este processo político muda o processo de construção de uma sociedade mais autônoma e solidária e, aos poucos, vai implantando as idéias gestadas desde os anos 70, ou seja, para resolver a crise impõe-se a ideologia da globalização, inventada em cima do caminho único - o mercado -, da crítica ao Estado Regulador e indicação política de construção do Estado Mínimo. Mínimo de responsabilidades sociais, pleno de novas regulações e mandos. Nesta conjuntura desrregulamenta-se o que é regrado, a exemplo dos direitos sociais adquiridos pelos trabalhadores e implanta-se a flexibilização, a terceirização e tudo o mais que se associa a (des) reconstrução do mundo do trabalho.

Estas transformações estão implicadas com a questão profissional do geógrafo como estiveram também nas fases anteriores. Então vejamos:

Na primeira fase temos uma Geografia que se afirma com a construção nacional, a regionalização das diferenças, o levantamento dos recursos naturais e o engajamento na fixação de fronteiras nacionais. Um trabalho expressivo em escala nacional, regional e estadual.

Na Segunda fase o trabalho da Geografia se integra à idéia de construção/integração nacional, expansão da fronteira agrícola, particularmente, a ocupação da Amazônia além da regionalização a partir da identificação da rede de cidades e suas Hierarquias. Expressa-se como um trabalho expressivo em escala nacional e regional.

Na terceira fase estamos identificando dois momentos. O primeiro diz respeito aos anos que vão de 1978 a 1990 em que o processo de democratização do país, a ampliação do ensino de terceiro grau permitiram, juntamente com a oficialização da profissão, uma maior visualização do trabalho do geógrafo. Nesta fase ocorrem as mudanças na estrutura da AGB, os geógrafos, muitos deles, engajados no movimento de renovação, vão produzir novas grafias no território por conta de seus envolvimentos nos movimentos sociais. Influenciam, por que não dizer no âmbito acadêmico, promovendo mudanças por vezes significativas na discussão da Geografia e das práticas universitárias. Paralelamente, por conta da crise econômica e as políticas já em discussão de desvalorização do trabalho e da empresa pública (Campanha Collor) diminuem as possibilidades de trabalho na administração do Estado.

Nos anos 90, devido às mudanças nas políticas de organização do Estado ocorre a diminuição da demanda de emprego público aos geógrafos, permanece o ensino da Geografia como mercado profissional.. De outra parte, devido à ampliação da discussão da questão ambiental emerge a demanda de diagnósticos, estudos de impactos e laudos, promovendo esta demanda o surgimento e expansão das empresas de consultoria, por conseguinte, a substituição parcial de um perfil profissional que exercia suas atividades junto ao poder público para um geógrafo que vai desenvolver suas atividades junto ao setor privado. Mas também outras demandas se constróem. É visível neste período a expansão do trabalho dos geógrafos junto aos setores sociais, as ONGs. colaboram na grafia de outros territórios, ou seja, demarcando territórios dos sem terra, dos extrativistas, dos quilombolas, dos sem teto, dos ribeirinhos na iminência de perder a terra e a água, dos afogados por barragens, dos indígenas, enfim...

Se de um lado é perceptível estas como atividades/trabalho praticado pelos geógrafos, de outro cabe resgatar novas atuações. Estas dizem respeito ao novo mapa político que se desenha no país, como resistência às políticas neoliberais, e, por conseqüência, um retorno do trabalho do geógrafo no setor público. Este retorno, se faz hoje de formas mais variadas. Observa-se hoje muitos geógrafos assumindo a administração direta (Poder Público Municipal), como prefeitos, como secretários. O mesmo pode ser visualizado nos estados.

Por conta desse novo mapa político, secretários estaduais, assessores e técnicos são contratados para promover a implantação dessas novas políticas. É importante perceber que estas funções hoje assumidas não são gratuitas, dizem respeito a toda uma Geografia que se reavaliou e se construiu a partir do ruptura de 1978. Confirmando a leitura de C. W. P. Gonçalves de "re aproximação da Geografia com o debate da sociedade contemporânea" e com os interesses sociais mais amplos.

Estas experiências nos indicam que nos anos 90, hoje 2001, prosseguem estas práticas. Em nosso entendimento, amplia-se a atividade profissional. Os geógrafos estão presentes hoje nas atividades que subsidiam as grafias decorrente das gestão do território em todas as escalas e, muito mais do que antes, em escala local. A explosão do lugar parece refletir-se também em nossa atividade e em nossa temáticas. A Geografia engaja-se muito mais que nos estudos locais na busca da resolução de problemas que afligem o mundo contemporâneo. É por isso que, para muitos dos geógrafos, a temática associa-se: ao ambiental, à escassez dos recursos à sobrevivência, ao cultural, ao regionalismo e à identidade, à fome, à saúde, à moradia, à droga, ao gênero, à religião, à política, à economia, à concentração de poder, de informação, de riqueza, de terra, à inclusão e à exclusão social.

Pensar a Geografia hoje e a prática dos geógrafos implica, também, pensarmos o mundo hoje. Nossos teóricos contemporâneos indicam os anos 70 e, em particular 1973, como o início de um novo momento histórico. Este decorrente da crise do capitalismo e de seus desdobramentos políticos, do encaminhamento para o mundo do pensamento único, do mercado comum e da idéia de globalização. Este mundo que se transforma também, a partir da aceleração do desenvolvimento técnico, promove a (re)discussão de conceitos como espaço, tempo, natureza, sociedade e re-introduz a discussão da cultura. Por conseguinte, exige um repensar geográfico. Os anos 90 nos indicam várias tendências, suportadas pelas idéias novas que indicam a possibilidade de várias leituras do mundo diante da emergência da pluralidade, das singularidades, do respeito às diferenças associadas à explosão do lugar e de seu significado. Neste contexto visualizamos uma Geografia plural.

Ficam, no entanto, alguns questionamentos. Se pensarmos em Geografia Física visualizamos um fazer geográfico predominantemente centrado no ambiental. A leitura do ambiente integra os constituintes naturais, mas integra, também, estes com as políticas e práticas sociais. Então, onde está a Geografia Física no seu caráter natural? Se pensarmos em território, vimos a discussão de um conjunto de novas territorialidades suplantando a antiga concepção de território enquanto estado–nação, fundamento da Geografia construída na Modernidade. Se pensarmos em Política, visualizamos o caminho e a valorização da cultura. Alicerçada na valorização das diferenças, do sentimento de pertencimento pelo viés da identidade regional ou local...

A Geografia dos anos 90 busca a construção de seu objeto/espaço a partir das rápidas transformações desta fase do capitalismo. Por vezes, não se percebe, epistemologicamente, se insere na análise do espaço de forma vertiginosa, utilizando-se de métodos que se utilizam de técnicas de alta tecnologia, porém descritivos, engajando-se na lógica de reprodução esquecendo da crítica e da transformação. Por outro, engajando-se na transformação a partir de uma análise alicerçada na compreensão das transformações do mundo contemporâneo, busca grafar territórios diferenciados, territórios de resistência.

Diríamos que a Geografia não é una. E será um dia? Está constantemente se repensando (ou em crise), pois seu conceito balizador - o espaço geográfico - está em constante metamorfose. A aceleração tecnológica reduziu, pela velocidade, as distâncias temporais. A vida moderna assenta-se na valorização do espaço e de sua qualidade. O local como categoria analítica promove a explosão do lugar. As análises se singularizam, por vezes se fragmentam, daí a necessidade do constante repensar epistemológico. Através dele poder-se-á encontrar o elo unificador da pluralidade de leituras se é que ele é ainda desejado.
 

Bibliografia

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GEIGER, P.P Notas autobiográficas e reflexões (dedicado à Regina Rocheford). In: Revista GEOSUL, nº 17, ano IX, 1º semestre 1994. Florianópolis: Editora da UFSC.

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MAMIGONIAN, A. Entrevista com o professor Armem Mamigonian. In: Revista GEOSUL, nº 3, ano II, 1º semestre 1987. Florianópolis: Editora da UFSC.

MONTEIRO, C. A. F. Entrevista com o professor Carlos Augusto Figueiredo Monteiro. In: Revista GEOSUL, nº 9, ano V, 1º semestre 1990. Florianópolis: Editora da UFSC.

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PEDROSO, N. G. Geógrafos, legislação, formação e mercado de trabalho. São Paulo: AGB/CONFEA, 1996.

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VALVERDE, O. Entrevista com o professor Orlando Valverde. In: Revista GEOSUL, nº 12/13, ano VI, 2º semestre 1991 e 1º semestre 1992. Florianópolis: Editora da UFSC.
 

 
© Copyright Dirce Maria Antunes Suertegaray, 2002.
© Copyright Scripta Nova, 2002
 

Ficha bibliográfica

SUERTEGARAY, D.M.A. Geografia, transformações sociais e engajamento profissional.  Scripta Nova, Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales, Universidad de Barcelona, vol. VI, nº 119 (139), 2002. [ISSN: 1138-9788]  http://www.ub.es/geocrit/sn/sn119139.htm


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