Ar@cne
REVISTA ELECTRÓNICA DE RECURSOS EN INTERNET
SOBRE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES
Universidad de Barcelona
Nº 133, 1 de mayo de 2010
ISSN 1578-0007
Depósito Legal: B. 21.743-98

 

 

PROPOSTA METODOLÓGICA DE DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

EM AMBIENTE WEB (WEBGIS) APLICADO AO TURISMO

 

 

Maurício Polidoro

Geógrafo, Especialista em Análise e Educação Ambiental em Ciências da Terra

Mestrando em Engenharia Urbana, Universidade Federal de São Carlos, Brasil

<mauricio_polidoro@yahoo.com.br>

 

Mirian Vizintim Fernandes Barros

Geógrafa, Doutora em Geografia Física, Universidade de São Paulo, Brasil

Professora Associada da Universidade Estadual de Londrina, Paraná, Brasil

<vizintim@uel.br>

 

 



Proposta metodológica de desenvolvimento de sistema de informações geográficas
em ambiente web (webGIS) aplicado ao turismo (Resumo).

 

O desenvolvimento do Turismo no Brasil e sua representatividade perante a economia têm colocado esta atividade num importante patamar dentro do país seja pela movimentação financeira como pelo desenvolvimento social e regional que proporciona aos municípios. Diante disso, a utilização de técnicas de planejamento do Turismo bem como de divulgação de suas principais potencialidades são de extrema importância quando se almeja promovê-lo aliado a sustentabilidade. Neste sentido, propõe-se a criação de um sistema de informações geográficas (SIG) em ambiente web para o Turismo do município de Londrina, esperando contribuir com a disseminação de informações municipais na rede mundial de computadores bem como cooperar com o estabelecimento das relações entre as técnicas geográficas de análise espacial e o Turismo.

 

Palavras-chave: Turismo, sistema de informações geográficas (SIG), web, Geografia, Tecnologia.

 


 

Propuesta metodológica para el desarrollo de un sistema de información geográfica en ambiente web (webGIS) aplicado al turismo (Resumen).

 

El desarrollo del turismo en Brasil y su representatividad en la economía han hecho de esta actividad un hito importante en el país, ya sea por la actividad financiera como por  el desarrollo social y regional que proporciona a los municipios. En este sentido, el uso de técnicas de planificación del turismo para la difusión de sus principales capacidades son de suma importancia cuando se desea promover de manera sostenible. En este sentido, se propone establecer un sistema de información geográfica (SIG) en un entorno web para el turismo en la ciudad de Londrina, con la esperanza de contribuir a la difusión de información municipal en la World Wide Web y de cooperar con el establecimiento de relaciones entre técnicas geográficas de análisis espacial y El turismo.

 

Palabras clave: Turismo, sistema de información geográfica (SIG), web, geografía, tecnología.

 


 

Methodological proposal for development of geographic information system environment web (webGIS) applied to tourism (Abstract).

 

The development of tourism in Brazil and its representativity to the economy have made this activity an important step in the country for handling the financial, social and regional development, which provides municipalities with the focus of activity. Thus, the use of planning techniques for Tourism and dissemination of its main potential is of extreme importance when it aims to promote the development ally with the sustainability. Accordingly, this work proposes the creation of a Geographic Information System (GIS) in web environment for tourism in Londrina, it is expected then to contribute to the dissemination of municipal information in the worldwide network of computers and cooperate with the establishment of relations between the techniques of geographical spatial analysis and Tourism.

 

Keywords: Tourism, geographical information system (GIS), web, geography, technology.



 

 

O turismo é reconhecidamente no mundo todo como uma atividade de caráter econômico dado a sua potencialidade de perspectiva na demanda e incitação do consumo por parte dos viajantes implicando numa dinâmica heterogênea de produtos consumidos[1].

 

Para se ter idéia, estima-se que do total das empresas integrantes da ATC, Atividades Características do Turismo no Brasil, 79,89% apresentam-se com características de pequeno porte e estas foram responsáveis por 60,61% de pessoas ocupadas no setor, principalmente no segmento da alimentação.

 

Neste sentido, a utilização da tecnologia do Sistema de Informações Geográficas que é capaz de agregar, em um único banco de dados informações sobre determinados pontos e áreas podendo ser visualizada espacialmente na forma de mapas ou em imagens de satélite, que são essenciais para a disseminação de informações sobre os municípios, se caracteriza como uma importante ferramenta neste processo.

 

Portanto, a criação de um Sistema de Informações Geográficas do Turismo de Londrina é proposta deste trabalho, objetivando lançar, via internet, uma sistematização das informações sobre os principais pontos e características turísticas do município onde o usuário possa criar seu próprio mapa e localizar as informações que julgar necessária constante no banco de dados.

 

 

Sistema de Informações Geográficas e Turismo

 

O desenvolvimento de novas técnicas e tecnologias de análise e interpretação do espaço tem avançado cada vez mais principalmente a partir do século XX. Sabendo que o avanço tecnológico influência diretamente o seu entorno, Santos (1990, p.40) afirma que o papel da Geografia torna-se cada vez mais importante neste processo. Este item busca reunir alguns destes avanços na Ciência Geográfica no que concernem as aplicações de estudo do espaço com novas metodologias, principalmente referentes ao uso do Sistema de Informações Geográficas.

 

O desenvolvimento tecnológico observado no final do século XX tem contribuído para o incremento de novas técnicas de análise espacial de grande ajuda para a Geografia e áreas afins. O lançamento de satélites, programas de computador e a internet têm contribuído para a disseminação de informações e a democratização do conhecimento.

 

Neste sentido, os Sistemas de Informações Geográficas (SIG), sendo esta uma ferramenta essencial para a Geografia e os estudos complementares, são também de grande utilidade em algumas aplicações do turismo.

 

A distribuição espacial de dados referentes ao espaço geográfico tem sido cada vez mais comum para a compreensão e elucidação de questões mais diversas. A atual disponibilidade de Sistemas de Informação Geográfica permite a visualização espacial de dados referentes à: Saúde, Agricultura, Urbanização, Turismo, Demografia, entre outros.

 

Segundo Silva (2001, p. 23) Geoprocessamento “é um conjunto de técnicas computacionais que opera sobre bases de dados (que são registros de ocorrências) georreferenciados, para transformá-los em informação relevante”. Segundo a maioria dos autores da área, essa técnica engloba ainda a cartografia digital, o processamento digital de imagens, e os sistemas de informação geográfica.

 

Foi na década de 1960 que o primeiro Sistema de Informação Geográfica surgiu no mundo. Construído a partir da necessidade de um programa governamental para criar um inventário de recursos naturais no Canadá, nos anos 1970, foi criada a expressão Geographic Information System (GIS). Foi também nesta década que começaram a surgir os primeiros sistemas comerciais de CAD (Computer Aided Design), utilizado para a produção de desenhos e plantas para engenharia e, também como de base para os primeiros sistemas de cartografia automatizada.

 

A década de 1980 representa o momento em que a tecnologia de sistemas de informação geográfica inicia um período acelerado de crescimento. Foi nesse tempo que ocorreu uma grande difusão do uso de GIS.

 

No Brasil, introdução do Geoprocessamento inicia-se a partir do final da década de 1970, com o Sistema de Informação Geo-Ambiental (SIGA), na Divisão de Informática do projeto Radam Brasil <http://www.projeto.radam.nom.br/>.

 

Em 1984, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) <http://www.inpe.br/> estabeleceu um grupo específico para o desenvolvimento de tecnologia de geoprocessamento e sensoriamento remoto (a Divisão de Processamento de Imagens - DPI). De 1984 a 1990 a DPI desenvolveu o SITIM (Sistema de Tratamento de Imagens) e o SGI (Sistema de Informações Geográficas). A partir de 1991, foi desenvolvido o SPRING (Sistema para Processamento de Informações Geográficas) <http://www.dpi.inpe.br/spring/>.

 

São inúmeros os trabalhos desenvolvidos que utilizam o SIG como técnica de planejamento urbano e gestão do território. Mais recentemente, pode-se verificar a disseminação desta técnica também como auxílio no desenvolvimento e planejamento do Turismo.

 

Seja por proporcionar o planejamento e seleção de áreas aptas ao turismo conforme pode ser visto em Veiga & Silva (2001), a técnica também pode ser utilizada na construção de modelos espaciais com representações temáticas e tridimensionais conforme observado em Rizzi (2007).

 

No primeiro, Veiga & Silva (2001) introduzem alguns critérios básicos para investigar áreas aptas a atividade turística tais como: facilidade de acesso (localização das rodovias), afastamento de áreas densamente povoadas e degradadas, declividade, existência de infra-estrutura, existência de atrativos naturais, existência de riscos de inundação e restrições de uso para atividades turísticas.

 

De acordo com Moura (2006) o Geoprocessamento aplicado ao Turismo se destina aos gestores do território, que devem ser capazes de dominar alguns princípios básicos da cartografia, além de gerar bases de dados necessárias a aplicação de modelos de análise espacial, exigindo que o usuário domine as variáveis do fenômeno estudado.

 

Avançando assim, Schmidt (2007) aponta que a Gestão da Geoinformação como um sistema de gerenciamento de Banco de Dados e aplicações WebGIS foi pioneiramente aplicada para o Turismo de Aracaju-SE onde desenvolvendo uma base de dados georreferenciadas de infraestrutura estrutura turística no município de Aracajú-SE, criou-se o GEOTUR WEBGIS – Atlas Turístico de Aracajú <http://mapaturistico.com.br/cidades/default.asp?idcidade=145>. Os dados levantados estão servindo de base para uma análise (quantitativa e qualitativa) da distribuição espacial do turismo, como forma de contribuir para um melhor conhecimento e gestão dos atrativos turísticos que caracterizam a atividade no município.

 

Em Schmidt (2007), o desenvolvimento de um SIG Turismo para Pelotas restringiu-se, preliminarmente, ao ambiente de Geoprocessamento em um único computador, não se utilizando da técnica WebGIS. No entanto, o resultado apresentado é interessante, pois a geração dos mapas temáticos, aliados ao banco de dados do software possibilitou a criação de hyperlinks em que o usuário clica na temática desejada, no mapa, e era direcionado ao site da respectiva atividade comercial ou institucional.

 

Em Barbosa (2008) o SIG foi utilizado para determinar áreas com potencial de ecoturismo. Mais uma vez a Cartografia Temática mostrou-se como uma importante ferramenta na demonstração do resultado, onde os mapas de hipsometria, declividade, geomorfologia, geologia e classe de usos de solo foram agrupadas e utilizadas, aliados a trabalhos de campo e metodologias especificas, na determinação dessas áreas.

 

A coleta dos pontos em campo com o GPS é de essencial importância seja no planejamento de áreas com potencial turístico conforme utilizado em Barbosa (2008) ou para construção de uma guia turístico, objetivo deste trabalho.

 

Na coleta dos pontos, faz se necessários registros fotográficos e uma análise da paisagem do lugar além de desenvolver alguns questionários com a população local e croquis, caso deseje planejar uma atividade turística local de acordo com Barbosa (2008).

 

Em Silva (2007), foi construído um SIG web Turismo para uma área especifica de João Pessoa PB. Primeiramente foi construído no ambiente computacional a base cartográfica e os respectivos atributos em banco de dados e posteriormente o trabalho foi publicado na World Wide Web (WWW) em liguagem Java com o software Alov Map.

 

A interface apresentou-se dinâmica, onde possibilitou ao usuário uma interação com a construção do mapa temático. O resultado do trabalho encontra-se disponível em <http://www.aesa.pb.gov.br/>.

 

 

Materiais e Métodos

 

Para o desenvolvimento do trabalho fez-se necessário sua divisão em três etapas, expostas na figura 1, sendo que a revisão bibliográfica fez-se presente em todo o período.

 

 

Figura 1. Procedimentos metodológicos adotados.

 

Figura188.jpg

 

Fonte: Polidoro 2009.

 

 

Desenvolvimento do Sistema de Informações Geográficas

 

A primeira etapa do desenvolvimento do SIG, que trata da elaboração do banco de dados cartográfico e alfanumérico foi realizada no software ArcGIS através do ArcCatalog para criar o geodatabase no qual o projeto foi construído.

 

 

Figura 2. Estrutura de um geodatabase.

 

 

Fonte: ESRI 2009 <http://www.esri.com/software/arcgis/geodatabase/index.html>.

 

 

O sistema de geodatabase suporta todos os tipos de dados que podem ser utilizados pelo ArcGIS, tais como: características geográficas, atributos das tabelas, superfície e modelagem de dados, inquéritos e medições além das imagens de satélite e aéreas.

 

O geodatabase não define apenas o modo que os dados podem ser armazenados como também propõe ao usuário como estes dados podem ser acessados e geridos. Além disso, neste mesmo sistema é possível verificar a modelagem de relações espaciais entre os dados (como a topologia, terreno e redes) e as validações dos dados (como os subtipos e domínios).

 

Em suma, o usuário pode, através do geodatabase, conservar os dados em um único local de forma organizada e sistêmica, manter a integridade dos dados e integrá-los com outras bases de dados além de ser personalizado pelo usuário.

 

No desenvolvimento do SIG Turístico padronizaram-se todas as bases cartográficas disponibilizadas pelo IPPUL – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina <http://www.londrina.pr.gov.br/ippul/> que foram utilizadas tais como vias, hidrografia e numeração de lotes. A imagem de satélite também disponibilizada pelo IPPUL foi importada para dentro do geodatabase.

 

No mapeamento dos pontos turísticos 2 foi necessário as bases cartográficas de vias e pontos e numeração dos lotes de cada estabelecimento ou no caso de parques ou regiões turísticas suas respectivas coordenadas geográficas.

 

No caso da utilização das coordenadas geográficas utilizou-se a ferramenta de GPS disponível no software Google Earth <http://earth.google.com/intl/>. Os pontos encontrados foram tabulados no Microsoft Excel® e inseridos no ArcGIS por meio da opção “insert” “x y coordinates”.

 

A partir da lista disponibilizada pela CODEL – Companhia de Desenvolvimento de Londrina <http://www.codel.londrina.pr.gov.br/default/index.asp>, órgão oficial de turismo no município de Londrina, procurou-se cada estabelecimento dentro do banco de dados e foram mapeados os pontos em ambiente SIG.

 

Para cada tipo turístico definido criou-se um dataset para melhor organização e futuramente a possibilidade de gerar mapas temáticos de forma mais rápida.

 

 

Figura 3. Geodatabase GIS_TUR_Londrina e respectivos datasets.

 

Figura-estruturaSIGTUR.jpg

 

Fonte: Polidoro 2009.

 

 

As Datasets estão localizadas na porção direita da figura 3, onde foram divididos, segundo a CODEL em: “Urbano”, “Natural”, “Histórico - Natural”, “Gastronomico”. O arquivo img_media representa a imagem de satélite utilizada para mapear os pontos.

 

Dentro de cada Datasets criou-se as feature classes que vão representar, dentro do software, os pontos em cada área. Cada feature class possui um banco de dados, onde cada ponto mapeado gera automaticamente um ID dentro desse banco de dados podendo, ser adicionado as informações necessárias. A figura 4 mostra o exemplo:

 

 

Figura 4. Ponto mapeado e respectiva tabela de atributos em ambiente SIG.

 

Figura-visao_sigtur.jpg

 

Fonte: Polidoro (2009).

 

 

Na tabela dos atributos foram criados os seguintes campos (conforme a figura): Localidade – local do ponto; Local – Sede em que está localizado e Foto_SIG – a imagem correspondente a área mapeada.

 

O SIG Turístico de Londrina desenvolvido conforme as figuras deste capítulo demonstram que este pode ser acessado apenas por um computador local, ou seja, para visualizar a interface demonstrada é necessário que o usuário tenha instalado no seu computador o software em que o projeto foi feito.

 

Objetivando torná-lo ainda mais dinâmico o SIG Turístico Londrina foi locado em um em ambiente web, cujos procedimentos são apresentados no próximo item.

 

A aplicação web é fundamental para o SIG Turístico Londrina, pois o torna mais dinâmico e também democrático. É através desse que são criados as bases cartográficas e os atributos utilizados na construção do aplicativo interativo.

 

Contudo, é necessário nesta ou qualquer outra aplicação desenvolvida para ambiente web que o SIG do computador local seja constantemente (ou periodicamente) atualizado para que depois a versão dinâmica para a web seja também atualizada.

 

 

Desenvolvimento do WebGIS

 

De acordo com Marisco (2004, p.77) os mapas para web podem disponibilizar aos usuários o acesso às informações geográficas de modo interativo, dinâmico e constantemente atualizado. Dessa forma, com a utilização das novas tecnologias disponíveis na internet, o desenvolvimento de mapas interativos que proporcionem o usuário interagirem num ambiente virtual o que represente a área real pode ser altamente útil, de acordo com os seus anseios.

 

No desenvolvimento da etapa interativa do SIG no proposto trabalho os softwares utilizados foram: o AlovMap <http://www.alov.org/> e o SciTE <http://www.scintilla.org/SciTE.html>. O primeiro, segundo ALOV (2009) é uma aplicação para publicação de mapas em vetores ou raster na internet com visualizações interativas em web browsers. Este software possibilita uma navegação ilimitada permitindo ao usuário trabalhar com múltiplos layers, mapas temáticos e banco de dados.

 

O AlovMap é um programa gratuito, desenvolvido em linguagem de programação Java e para a visualização da aplicação é necessário ter instalado no computador a extensão JavaApplication <http://javaboutique.internet.com/applications/>. No site do software é disponível modelos de layouts para que o usuário desenvolva sua própria aplicação além de exemplos desenvolvidos pelos produtores do programa.

 

O segundo software utilizado na aplicação interativa, o SciTE é um editor de textos para códigos de programação, gratuito, que proporciona o desenvolvimento da linguagem XML (eXtensible Markup Language).

 

O desenvolvimento do SIG Turístico de Londrina em ambiente web visa superar a visão da disponibilização dos mapas em formatos de imagem, pois estes proporcionam apenas o acesso público as informações e dados, contudo não permite o usuário manipulá-los e gerar seus próprios mapas.

 

O Google Earth representa um grande avanço no sentido de possibilitar ao usuário controlar as camadas sobre as imagens de satélite e de terreno disponíveis no seu sistema, porém o usuário também só pode trabalhar com dados já disponibilizados pelo software impedindo aqueles que não possuem maior conhecimento de geotecnologias interagirem com o software tendo em vista que para criar novas camadas é necessário um conhecimento avançado em geotecnologias.

 

A partir disso, surge a proposta da disponibilização do mapa interativo em formato WebGIS. O dinamismo e interatividade da linguagem Java aliado aos Sistemas de Informações Geográficas representam atualmente o que é mais avançado na área de Geotecnologia. Sobre seu surgimento, Santana (2007) aponta que:

 


[...] nessa linha de pesquisa de acessibilidade de informação, começaram a surgir os estudos entorno da interface WEB para alcançar um maior número de usuários.  Inicialmente, alguns softwares, como o SPRING, forneceram algumas ferramentas na tentativa de permitir essa disseminação  da  informação,  mas  foi  na  plataforma  WEB  que  os  especialistas  em  geoprocessamento  têm se apegado. Já existem muitos entidades que utilizam esta tecnologia  WebGis na  internet, porém  são  raros os  casos  em que o usuário pode  alterar  e  atualizar os  dados. (SANTANA, 2007, p. 5.488).

 

 

O WebGIS, entretanto, carece tanto de contribuições teóricas quanto metodológicas considerando que sua gênese ocorre nos tempos atuais podendo encontrar apenas alguns trabalhos na área em empresas públicas como a EMBRAPA.

 

O SIG WEB Turístico de Londrina possui seu próprio banco de dados alocados em servidor e não é dependente de bases externas. A figura 5 apresenta visão geral do WebGIS.

 

Figura 5. WebGIS Turismo de Londrina

 

teste.png

 

Fonte: Polidoro (2009).

 

 

A tela apresenta três frames: o topo, que representa o símbolo do website. À esquerda o usuário encontrará os layers disponíveis para a geração dos mapas podendo ser ligados ou desligados de acordo com seu objetivo.

 

A frame central/esquerda é a área de visualização do mapa, ou seja, de acordo com o que usuário comandar no painel de controle a informação aparecerá nesta tela central.

 

Logo abaixo do topo, encontram-se as ferramentas essenciais de um SIG como o zoom, cursor, pesquisar, dúvidas e a base de dados na qual o usuário deseja inserir os layers

 

No painel de controle, frame inferior a esquerda, também é possível visualizar onde se encontra a atual visualização em relação ao mapa na sua totalidade disponível para visualização. Na imagem é possível visualizar a divisão dos distritos de Londrina e o retângulo sobre a sede urbana, localidade onde está a visualização geral.

 

É possível também visualizar a escala e coordenadas geográficas da visão geral apresentada na tela, de acordo com o que o usuário deseja, na direita, parte inferior.

 

 

Figura 6. Atributo ao ponto em ambiente WebGIS.

 

 

Fonte: Autor (2010).

 

           

Figura 7. Traçando rota de um ponto turístico a outro e apresentação de distância.

 

 

Fonte: Autor (2010).

 

 

Figura 8. Pontos turísticos em ambiente WebGIS com imagem LANDSAT ao fundo.

 

 

Fonte: Autor (2010).

 

 

O portal de internet SIG Turismo Londrina reúne, além do aplicativo do WebGIS, informações sobre o município de Londrina, imagens e links para outros sites que possam auxiliar o turista em identificar pontos de interesse no município.

 

Além disso, o website, vinculado ao do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Londrina, possibilita ao usuário saber quem desenvolve e visualizar publicações relacionadas aos grupos de pesquisa do IMAP&P – Imagens, Paisagens e Personagens <http://www.uel.br/revistas/atlasambiental/>, da Universidade Estadual de Londrina <http://www.uel.br/portal/> e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico <http://www.cnpq.br/>.

 

 

Considerações finais   

Indubitavelmente, a atividade turística apresenta-se como de forte importância para o desenvolvimento econômico e social local se planejado e compactuado com a comunidade da área alvo da atividade.        

No município de Londrina, observou-se que apesar do grande potencial turístico tanto no âmbito de eventos e negócios, tendo em vista sua localização estratégica e centros de ensino e pesquisa que retém como o turismo natural, histórico, urbano, etc. não se encontra um órgão que monitora sistematicamente e regularmente a atividade seja através de pesquisa na área bem como por meio de auxílios ao turista como roteiros, guias, etc.    

Com isso, o Sistema de Informações Geográficas mostrou-se como uma ótima ferramenta para sistematizar múltiplas informações disponíveis em diversas fontes capaz de agregar dados em um único banco, altamente úteis tanto para os turistas como para o próprio órgão responsável pelo planejamento e gestão da atividade.      

Mais ainda, o ambiente web é de fundamental importância, pois além de disponibilizar de forma democrática e transparente os dados, possibilita o acesso a geoinformações não somente para aqueles que possuem conhecimento mas também para a sociedade na sua totalidade.    

O usuário então passa, em ambiente WebGIS, de mero observador de mapas como o criador de mapas, podendo identificar pontos, localidades de interesse bem como informações necessárias como rotas, nome de ruas e vias de acesso, telefones e endereços.

O WebGIS, então, ocupa-se atualmente como uma importante ferramenta para a disponibilização on line de múltiplas informações, pois, além de dados turísticos, o SIG em ambiente web pode ser utilizado por Prefeituras e governos em diversos níveis da federação para publicizar dados, relatórios e informações para a sociedade tornando a democracia mais transparente e participativa.     

Com a utilização do GIS em ambiente web, os usuários da rede mundial de computadores podem visualizar, de acordo com a atualização do provedor, informações de forma espacializada podendo manipulá-las e gerar mapas de acordo com seus objetivos.

Refletimos, então, que o WebGIS deve ser amplamente usado em diversos órgãos de planejamento pois contribui para, além da alfabetização cartográfica, para a constituição de uma sociedade participativa e mais democrática.    

Contudo, vale-se ressaltar que o atual estágio da tecnologia não possibilita que os mapas atualizem-se concomitante e automaticamente com os fatos na realidade, tornando-se necessário a utilização de pessoal capacitado para a atualização das informações e a disponibilização das mesmas via internet.

Apesar deste “pequeno” percalço que os programadores de computador, bem como os diversos outros profissionais envolvidos na área de tecnologia de informações tem pela frente, o profissional geógrafo mostra-se essencial na participação deste processo de evolução tecnológica, tão influente, determinante e excludente do espaço real – virtual.

 

Nota



[1] Artigo oriundo da pesquisa final de curso de graduação do primeiro autor. Grupo de Pesquisa CNPq/UEL IMAP&P – Imagens, Paisagens e Personagens.

 


Recursos eletrônicos

 

BARBOSA, A. M. SOARES, J. V. Técnicas de Geoprocessamento e sensoriamento remoto para mapas de ecoturismo: subsídios para planejamento. Anais do XI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. INPE. 2003. p. 537-541. <http://mtc-m18.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/ePrint@80/2006/04.07.19.40/doc/v1.pdf> [Consulta: Setembro de 2009].

 

RIZZI, P. Visualização cartográfica aplicada ao turismo: Uma proposta metodológica. Anais do XXI Congresso Brasileiro de Cartografia. Minas Gerais, 2001. <http://www.cartografia.org.br/xxi_cbc/284-C60.pdf>. [Consulta: Outubro de 2009].

 

SANTANA, S.A.; FREITAS, C.R; MOURA, A.C.M.; JUNIOR, C.D. O Uso do WEBGIS como Ferramenta de Gestão de um Município: Estudo de Caso de Lagoa Santa. Anais do XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Florianópolis: INPE. 2007. p. 5487-5489. <http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.inpe.br/sbsr@80/2006/11.14.15.06/doc/5487-5489.pdf>. [Consulta: Setembro de 2007].

 

SCHMIDT, K. R.; RAMOS, M. G. Sistemas de Informação Geográfico (SIG) dos serviços turísticos de Pelotas/RS. Anais do XVI Encontro de Pesquisa e Responsabilidade Ambiental. São Paulo: 2007. p. 1-5. <http://www.ufpel.tche.br/cic/2007/cd/pdf/CH/CH_01617.pdf>. [Consulta: Setembro de 2009].

 

VEIGA, T. C. XAVIER-DA-SILVA, J. Geoprocessamento como ferramenta para a tomada de decisão a nível municipal: identificação de áreas com potencial para atividades turísticas em Macaé-RJ. Anais do XXI Congresso Brasileiro de Cartografia. Minas Gerais, 2001. p. 1-10. <http://www.cartografia.org.br/xxi_cbc/053-SG05.pdf>. [Consulta: Outubro de 2009].

 

 

Recursos bibliográficos

 

MENESES, U. A paisagem como fato cultural. In: YÁZIGI, E. Abdo (org.). Turismo e paisagem. São Paulo: Contexto, 2002. p. 29-64.

 

MARISCO, N.; PHILIPS, J.; PEREIRA, H. R. Protótipo de mapa para web interativo: uma abordagem utilizando código aberto. Revista Brasileira de Cartografia. N056/01, 2004. p. 75-87. ISSN: 1808-0936.

 

MOURA, A. C. OLVEIRA, S. P. Cartografia e Geoprocessamento aplicados ao estudo do turismo. Revista Geomática. Santa Maria, 2006, v. 1, n.º 1. p. 58-70. ISSN: 1980-8097.

 

POLIDORO, M. Desenvolvimento de WebGIS aplicado ao Turismo de Londrina - PR. Monografia de Conclusão de Curso em Geografia. Londrina: Universidade Estadual de Londrina, 2009, 95 p.

 

SANTOS, M. Espaço & Método. Editora Nobel, 1997, 120 p.

 

SANTOS, M. Por uma geografia nova. Haucitec, 1990, 288 p.

 

SILVA, M. R. Desenvolvimento de uma aplicação SIG-WEB voltada ao Turismo. Monografia de graduação. Paraíba/PB: CEFET, 2007, 62 p.

 



 

[Edición electrónica del texto realizada por Jeffer Chaparro y Daniel Santana Rivas].


© Copyright Maurício Polidoro y Mirian Vizintim Fernandes Barros 2010.
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Ficha bibliográfica: 


POLIDORO, Maurício; FERNANDES BARROS, Mirian Vizintim. Proposta metodológica de desenvolvimento de sistema de informações geográficas em ambiente web (webGIS) aplicado ao turismo. Ar@cne. Revista electrónica de recursos en Internet sobre Geografía y Ciencias Sociales. [En línea. Acceso libre]. Barcelona: Universidad de Barcelona, 133, 1 de mayo de 2010. <http://www.ub.es/geocrit/aracne/aracne-133.htm>.

 


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